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quinta-feira, agosto 31, 2006

Fauna lusitana: tubarões

Centrophorus lusitanicus
Este peixinho, com o nome científico de Centrophorus lusitanicus, foi descrito pelos naturalistas José Vicente Barbosa du Bocage e F. Brito Capello em 1864; pertence à família centrophoridae, ordem dos esqualiformes e classe dos elasmobranquios (tubarões e raias). Com o nome vulgar de "tubarão lusitano", também há quem lhe chame "lixa" ou "lixa da fundura". Trata-se de um tubarão de águas profundas, entre 300 a 1400 metros, podendo atingir o comprimento de 1,5 metros. Ovovivíparo, dá à luz até seis crias em cada ninhada. Alimenta-se de outras espécies de tubarões, lulas, caranguejos e lagostas.

Um outro tubarão luso é o Centroscymnus coelolepis, conhecido vulgarmente como "tubarão-português", também descrito em 1864 pelos naturalistas Barbosa du Bocage e Brito Capello. É um tubarão de cor acastanhada que atinge 1,20 m de comprimento e que se distribui pelos oceanos Atlântico e Pacífico e mar Mediterrâneo ocidental. É ovovíviparo e dá à luz entre 13 a 29 crias por ninhada. Tendo sido encontrado a mais de 3 mil metros de profundidade, pensa-se que seja a espécie de tubarão que viva a maiores profundidades. Alimenta-se maioritariamente de peixes (incluindo outros tubarões) e cefalópodes.
Centroscymnus coelolepis

Pesca lúdica

Pesca lúdicaA portaria sobre pesca lúdica, publicada no passado dia 29 de Agosto e que entrou em vigor logo no dia seguinte, pode ser consultada aqui. Segundo uma reportagem do "Jornal de Notícias", muitos dos praticantes deste tipo de pesca acham que se trata de «uma legislação inventada para angariar dinheiro e que poucos acreditam ver cumprida. Salvo raras excepções, os pescadores lúdicos que o JN foi ontem encontrar ao longo da costa portuguesa não olham com bons olhos a portaria publicada em "Diário da República" estabelecendo regras para a actividade em águas marítimas ou sob jurisdição da autoridade marítima. Até pelas restrições impostas "exageradas" ou desnecessárias.» (ler artigo na íntegra).

Entretanto, num blogue associado a gente que vem para aqui mergulhar - e que, nessa actividade, são certamente bem-vindos! - desenvolve-se o "palpite" de que em Sesimbra a pequena pesca local é feita por pescadores que, "tendo abatido as suas embarcações de pesca profissional, se dedicam à pesca em embarcações de recreio, fugindo à lota e a controlos de qualidade, fazendo concorrência desleal e dificultando a gestão sustentável dos recursos marinhos", podendo o POPNA até beneficiar os verdadeiros pescadores. A partir desta "explicação", facilmente concluem que o sector da pesca, em Sesimbra, não tem razão para protestar contra o POPNA, cabendo apenas à Câmara resolver o "problema social": leia-se o texto e os comentários aqui.

Naufrágio

     «Um barco de pesca naufragou esta quarta-feira a cerca de 12 milhas do cabo de S. Vicente (Sagres), depois de a embarcação começar a meter água, que acabou por alagar a casa das máquinas.
     Os seis tripulantes da embarcação, que acabou por afundar-se, foram resgatados e transportados para o porto da Baleeira, em Lagos, depois de terem sido recolhidos por um barco da Marinha.
     O mestre do barco “Bruno e Gonçalo”, registado em Sesimbra, ainda tentou atingir terra, mas a situação agravou-se e os tripulantes tiveram de abandonar a embarcação e refugiar-se num bote salva-vidas.»

(notícia do Correio da Manhã)

quarta-feira, agosto 30, 2006

Praia da Califórnia


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Fotografia de Rayna.

terça-feira, agosto 29, 2006

Arcanzil


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«12,3 metros, 1 hora e 10 minutos! 18(?) graus
Não sei se seria esta a temperatura mas os meus braços queixavam-se do frio! mesmo assim teria lá ficado pelo menos mais um bom quarto de horazito, ainda tinha ar que desse para isso... Onde? Em Sesimbra, claro! com o Nautilus (do) Sub! desta vez à volta da pedra do Arcanzil e depois saltando de rochedo em rochedo até junto da costa...»

Milhas Náuticas

segunda-feira, agosto 28, 2006

Música


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The Room 74 em Sesimbra - 25 de Agosto de 2006
Foto de Wondermoon.

Mergulhos

     [...] «Mas atenção, em Sesimbra há muita coisa, até loiras de 40 e tais anos de idade, cheias de intervenções estéticas, “kitanços”, algumas das quais muito sequinhas mesmo. Mas em Sesimbra estamos a falar da Cipreia, essa maravilha da indústria do mergulho, a necessitar de um kit aqui e ali, mas ainda assim, do melhor que conhecemos. [...]
     «Ora, este fim-de-semana tudo isto foi dramaticamente abalado.
No final do último mergulho de um dos mais bem frequentados cursos de OW que vi realizar... Estamos a falar claro da participação feminina... meu deus, que painel maravilhoso... o nosso exemplo máximo, aparece a coxear. Preocupados com o nosso Mestre, todos os mergulhadores presentes se lhe dirigiram a perguntar: "Grande Mestre, o que lhe sucedeu?", prontos para qualquer auxílio que fosse necessário.
     «Foi com grande apreensão, preocupação e, arrisco, desilusão, que ouvimos o nosso Grande e Venerável Mestre afirmar, sem reservas: "Deram-me cabo do cu". [...]»

in Magic Divers

sábado, agosto 26, 2006

Banda


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Banda da Sociedade Musical Sesimbrense no Cabo Espichel, em dia de procissão e de chuva.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Procissão


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Procissão da Nossa Senhora da Boa Viagem - Sesimbra

Fernanda de Utrera

Fernanda de Utrera no filme 'Flamenco' de Carlos Saura





























































 Fernanda de Utrera 
Bulerias
Faleceu Fernanda de Utrera, uma das mais notáveis cantoras espanholas de flamenco. Segundo o Flamenco.world em 1957 partiu da sua terra natal (Utrera) para Madrid, onde a sua maturidade artística se desenvolveu a par com o milagre económico espanhol, o fluxo turístico estrangeiro e o auge dos tablaos e dos festivais de cante flamenco. Fernanda de Utrera possuía duas qualidades fundamentais e imprescindíveis: um infalível sentido do ritmo - uma imagem de marca de Utrera - e uma harmonia inata. Estes dons encontravam-se ao serviço de uma grande sensibilidade artística e de uma voz "impossível", rouca. Fernanda participou em vários filmes, o mais conhecido dos quais foi "Flamenco", de Carlos Saura.
http://ling.ucsd.edu/%7Emoore/flamenco/diego-fernanda-bulerias.mp3

quinta-feira, agosto 24, 2006


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Fotografia de GIMSY

quarta-feira, agosto 23, 2006

Passagem

 Hoje coberta de areia, a "Passagem" era a zona da praia com ar mais "selvagem", com as fiadas de rochas postas a descoberto na maré-vazia (fotografia), as grandes algas castanhas ("golfo"), os passadiços do Macorrilho e Alcatraz, a Pedrancha. No seu blogue EcoCoisas, etc... Teresa Leite recorda vivamente esses tempos, bem como outras referências da Vila:
[...] «Foi pena terem desaparecido os camarões de Sesimbra, os caranguejos (navalhas), as pulgas da areia, o barco afundado onde se apanhavam lagostas (imagine-se), o bar do Toni, o Pinto e Pinto e todo um património natural que deu lugar à civilização, a novas e belas habitações, melhores condições de vida para todos, mas onde se perdeu todo o encanto que na juventude fazia desta vila o encanto de todos nós.
FICOU O MAR, SEMPRE O MAR.»

Tajabone































































 Tajabone 
Música do filme "Tudo sobre a minha mãe"
autor e intérprete: Ismael Lo

http://wapbbs.samara.ws/tajabone.mp3

terça-feira, agosto 22, 2006

Pescadores de Sesimbra


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segunda-feira, agosto 21, 2006

No alto da negra falésia


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Augusto Dias, autor do blogue Klepsidra republica ali um texto escrito quando tinha 15 anos, e que foi na altura publicado no suplemento Juvenil do Diário de Lisboa - texto inspirado nas férias passadas, durante muitos anos, em Sesimbra.

domingo, agosto 20, 2006

Mar Ardente


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     «A Costa de Sesimbra é um dos poucos lugares do planeta onde é frequente assistir-se a um magnífico espectáculo de luz: a Bioluminescência.
     «Explicar por palavras o que é uma noctiluca é muito difícil. Mas, da forma mais simples, são minúsculas algas que brilham quando se faz algum movimento na água do mar, à noite. Essa não é uma explicação nada técnica, mas é uma forma simples de explicar.
     «Quando se tem a sorte de se encontrar uma grande concentração destes organismos, tudo se torna mágico! O simples acto de tocar na água faz parecer que emanamos luz das mãos, o barco a navegar lembra uma nave espacial luminosa, os peixes a nadar deixam rastos de luz, como se fossem estrelas cadentes. Mas o mais espectacular é quando nadamos no meio deles, o nosso corpo fica luminoso, como nós fossemos seres luminosos que vagueiam na imensidão do mar escuro. [...]»

in NECA

Rua dos Pescadores


Rua dos Pescadores, na década de 1970 e na actualidade: descubra as diferenças.

[ clique nas imagens para ampliar ]

sexta-feira, agosto 18, 2006

Abraham Ortelius


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Detalhe da carta de 1585, "Regni hispaniae", de Abraham Ortelius, cartógrafo de Antuérpia (1527-1598).

quinta-feira, agosto 17, 2006

Beira-mar

«Estava a ler a reportagem de Luísa Schmidt no suplemento Única do jornal Expresso e a lembrar-me da última vez em que estive em Sesimbra, por entre o betão que conflitua com o mar, quando a beira-mar devia ser sempre deserta, um espaço vazio feito de areia ou rocha ou vegetação, entre o mar e terra propriamente dita, a destinada à construção. A beira-mar devia ser uma zona de ninguém, insubstituível, impenetrável, um reenconctro do homem com as moscas, para lembrar Golding, uma ausência de gente, de ruído, de restos de comida, de beatas, de invólucros de gelado.
Sesimbra deixou de ter beira-mar e é um assombro de urbanização.
E no entanto aí comi umas ostras deliciosas.»

in Solvstäg

Circunstâncias

«A força das circunstâncias fez-me sair do parque de campismo de Sesimbra às 5h da manhã para ir buscar uma amiga ao hospital... e sim, as 5h30 lá estava eu à espera dela... com um pijama do snoopy com calça de cetim cor-de-rosinha e top com brilhantes também cor-de-rosinha a com a palavra "snoopy" estampada em grande nas mamas... como isto só por si não era suficiente, a minha amiga quando saiu (aliás... fugiu) vinha com um pijaminha tão bom que nem lhe tapava o cu todo... e é nestas alturas que eu penso que toda a minha vida faz sentido e ainda bem que o cérebro é um bem de luxo, inacessível a alguns... obrigado Inês! [...]»

in Ostracismos

Véronique em Sesimbra

«Estamos em Sesimbra, são 23:45 já jantados de robalo e dourada. Saímos de Lisboa com uma bolina larga, nuns estonteantes 7.8 nós durante 4 milhas. De repente... mar d'azeite, muito motor. Ao rasar do cabo espichel um largo com ventos de 23 nós que nos transportou até Sesimbra numa hora e picos. O Véronique "estacionou" nas mãos do marinheiro arvorado em capitão de saveiro Vitorino Madaleno, na marina de Sesimbra... de popa!!!!! de marcha atrás!!!!! Pasmem-se...
«Quem conhece o Vérinoque (sic) tem mesmo que se pasmar! O mesmo Vitorino Madaleno quis deixar lavrado no livro de reclamações da marina, os escandalosos 26,02 euros pela pernoita! uma roubalheira. Mais disse que por esse preço, na marina do Avela, teriam direito a ...»

in Ventosga

quarta-feira, agosto 16, 2006

Meco


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Fotografia de António Serra, tirada na Praia do Meco.

terça-feira, agosto 15, 2006

Luciana de Souza

Luciana de Souza





























































Luciana Souza
programa de rádio [ 58m:53s ]

crédito: Cantinho Brasileiro no Rádio
edição bilingue - 27 de Maio de 2005

|||   página oficial de Luciana Souza   |||
http://www.wrct.org/pa/brasil/2005-05-27-cantinho-low.mp3

segunda-feira, agosto 14, 2006

Manipulação


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Esta fotografia de Sesimbra, da autoria de Alberto Frias, foi incluída na edição de sábado passado do jornal Expesso, num artigo com o título «'Litoral Killer'», pretendendo exemplificar a destruição do litoral português.

Como se pode observar, o fotógrafo procurou um ponto de vista de onde apenas se avistassem, quase exclusivamente, edifícios modernos, ocultando quase completamente o núcleo mais antigo da vila. Além disso, utilizou um "zoom", comprimindo e achatando a imagem. Quem conhece a vila de Sesimbra sabe que ela não é assim, não é exclusivamente constituída - mesmo na zona fotografada - por aqueles prédios modernos. Mas como se pretendia fazer valer um argumento - o de que o litoral foi destruído - o fotógrafo procurou, com engenho e arte, "eliminar" o que não interessava ao seu argumento e salientar o que lhe parece dar razão. Esta manipulação é, de resto, reforçada no texto, onde Portugal é designado como um "país em vias de «des-desenvolvimento»".

Saliente-se que se trata de um artigo de jornalismo, e não de opinião, onde a informação deve ser factual e não reproduzir as crenças e ideologias dos autores. O artigo apoia-se num estudo da Agência Europeia do Ambiente sobre as alterações das zonas costeiras de Europa nos últimos 15 anos, estudo que pode ser consultado em linha aqui (resumo em pdf aqui e uma versão mais completa, em inglês, aqui).

A manipulação feita pela fotografia é, pois, paralela à que se encontra no texto, onde se salientam aqueles aspectos que mais penalisam Portugal e se omitem os que poderiam mostrar situações em outros países bem piores do que as nossas. Por exemplo: o artigo salienta que "foi em Portugal que, entre 1990 e 2000, se deu a mais rápida ocupação do litoral, com um aumento de 34% de áreas artificializadas, contra 18% em Espanha", mas omite outros indicadores, tais como ter a Espanha e a Itália zonas costeiras com maiores densidades populacionais no litoral, ou a elevada percentagem de zonas costeiras protegidas em Portugal, relativamente a outros países.

Salientar parte da realidade (a que interessa ao argumento que se pretende defender) e omitir a outra parte, é uma forma de manipulação e distorção da informação equivalente à mentira. É isso que faz o artigo e a fotografia do Expresso. As pressões para ocupação do litoral com construções e ocupação turísticas são certamente um problema preocupante, mas aqueles que distorcem grosseiramente a informação não estão, seguramente, a defender a Qualidade de Vida.

domingo, agosto 13, 2006

Guillaume de Delisle


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Detalhe da "Carta geografica del Regno di Portogallo", datada de 1740, da autoria de Guillaume de Delisle, provavelmente retirada do seu atlas "Atlante nuovissimo che contiene tutte le parti del mondo", publicado em Veneza entre 1740 e 1750. Guillaume de Delisle foi um cartógrafo francês, radicado em Paris (1675-1726).
Digitalização original da Biblioteca Nacional.

sexta-feira, agosto 11, 2006

13

[...] «No fogareiro de Olegário não há água para domar o lume. As brasas temperam-se com cinza e à paulada, com a ajuda de uma ripa de madeira. Há dez anos que assa peixe e diz que é a coisa que mais adora. Disso e de "sair à noite", mas só no Meco, que "por aqui não há nada", lamenta-se, de garfo na mão e copo de vinho na outra. Olegário gosta de assar peixe mas também gosta da conversa. Apresenta-se como o "marido da filha da dona do restaurante", e todos lhe chamam Gaio. "Poucos sabem por aqui que o meu nome é Olegário António da Rosa", alentejano com muitos anos de mar e mais ainda de Sesimbra.

Chapéu de cowboy, chinelas havainas, uma camisola de alças a vincar a barriga, Olegário, o Gaio, vai virando as sardinhas enquanto lhes gaba a cor. Já virou muitas, "uns milhões de unidades", arrisca com um ar de quem se impressionou até a ele mesmo para depois revelar o que prometera nunca dizer. "O segredo disto está na atenção que se dá ao pêxe", dito assim, suprimindo um 'i' que há-de ir para outro lado qualquer porque Gaio, assador afamado, conversa atropelando palavras, com a mesma agilidade com que vira o peixe para não o queimar. "Este é do bom; p'xinho de'inzol." Agora é o 'i' que vai para o lugar do 'a' e sobram sempre letras em qualquer frase porque Gaio só não se distrai das brasas. O p'xinho a que se refere há-de ser o do seu almoço. "São x'quilhas", outro nome para petinga, uma sardinha pequena, mais saborosa aos paladares treinados.

Gaio assa e há uma fila de gente à espera do seu peixe na tasca junto ao mercado de Sesimbra. "Sesimbra é peixe", dizia um homem no hotel em vésperas de dia de enchente na praia, e sem suspeitar de que aquela era noite de excepção na lota. Uma e outra sem os pregões de antes, mas as duas cheias que nem lata. De gente e de peixe. "De sexta para sábado é raro haver peixe por aqui, mas hoje há peixe a dar com um pau", grita Justino para se fazer ouvir na confusão de peixe e homens, de barcos que chegam e carrinhas que saem carregadas para Lisboa, Setúbal, Almada... Há vendedores à espera para poderem licitar um cabaz de carapau, de sardinha, de cavala ou boga. E há turistas que foram só "ver o movimento".»

Diário de Notícias Online
6 de Agosto de 2006

quarta-feira, agosto 09, 2006

Arrábida


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fotografia de David Krejcirik

terça-feira, agosto 08, 2006

Vila piscatória


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Fotografia de Sesimbra, podendo ver-se a proa da fragata Numância e diversos tipos de barcos de pesca, incluindo alguns com a vela armada - talvez aiolas. Em primeiro plano, um típico telhado de quatro águas.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Peixe e homens


Peixe-espada preto na doca de Sesimbra

[...] «É meia-noite na lota de Sesimbra e só se vê peixe e homens. O Luís Adrião chega carregado ao cais. Gruas retiram os contentores e a tripulação de um e do outro apressam-se a separar o peixe "conforme a qualidade", que é como quem diz, a espécie. Sardinhas para um lado, carapau para o outro... Justino distribuiu a atenção entre quem quer vender e os que vão comprar com a sirene a anunciar mercadoria. Os peixeiros tomam posição na bancada. Comando na mão, reagem ao preço-base anunciado ao microfone, depois de verem uma amostra do peixe que cada barco pescou nessa noite. Há um código de conduta a respeitar e aqueles homens conhecem muito bem as regras. "Só se senta aqui quem estiver identificado por um número atribuído pela Docapesca e em troca de uma fiança", explica uma vez mais Justino, que afinal se chama João Manuel e foi jogador de futebol no Varzim, no Paços de Ferreira e no Sesimbra.

«João Marquês é um desses peixeiros encartados. Há 30 anos que "todas as noites" vai à lota de Sesimbra. Acaba de comprar 500 quilos de sardinha que vai arrumando com muito gelo em caixas de esferovite seguindo depois para o MARL. Há-de estar em Lisboa às duas horas, quando o mercado abrir. Outros ficam ainda, à espera de uma segunda oportunidade. Anunciam-se sobras no Luís Adrião e há nova correria à bancada. Quinze cabazes de carapau são postos à venda a um preço-base de dois euros e vendidos a 0,85 a quem carregou primeiro no botão do comando. Ninguém ofereceu mais e em menos de dois segundos o peixe foi arrematado. É uma da manhã e Justino anuncia novo barco para daí a meia hora. "Carregado de cavala", precisa.

«O cais já está quase vazio e há peixe espalhado por todo o lado. É hora de lavar os barcos que hão-de voltar ao mar quando forem umas três e meia porque a partir das seis voltará a ser hora de ponta no cais. A lota nunca fecha, mas nem sempre é hora de peixe. Depende dos dias, depende do mar. Justino, o ex-jogador, há 26 anos guarda-nocturno da Docapesca, acaba o turno quando forem cinco da madrugada e já não irá comandar as chegadas da manhã. Estará a dormir quando o mercado abrir e há-de ouvir as queixas de Maria Antónia, a peixeira. Deseja a reforma, diz que já houve melhores dias enquanto compõe a montra da sua banca, dando destaque à arruma a pescada d'anzol e à pata-roxa para a caldeirada. Ao lado já há carapau à venda. Custa três euros e meio e consta que veio de Setúbal. »

DIário de Notícias Online
6 de Agosto de 2006

domingo, agosto 06, 2006

Jacinta

Jacinta [clique]





























































Jacinta
Cantar Alentejano
(excerto)

http://www.jacintaportugal.com/samples/jacintaportugal.com-Cantar_Alentejano.mp3

página oficial de Jacinta

sábado, agosto 05, 2006

Lagoa de Albufeira


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Chuva


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Foto de Ricardo Lopes

sexta-feira, agosto 04, 2006


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No tempo em que havia caixas e havia peixe.

quinta-feira, agosto 03, 2006

A sala de baile da 'Música'


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Marginal de Sesimbra a nascente da Fortaleza, vendo-se à esquerda o Largo de Bombaldes.

No lado direito da foto, junto à marginal, vê-se um pátio definido por três edifícios e um muro junto à estrada. Deste conjunto, o edifício cuja fachada está virada para o mar é a Sociedade Musical Sesimbrense, e o pátio que lhe fica em frente foi mais tarde coberto e transformado na sala de convívio da SMS, utilizada também para bailes e espectáculos. É essa mesma sala que se pode ver na fotografia de baixo, durante uma prova de Xadrez. Este pátio tinha uma forma irregular (trapezoidal) que a sala sempre manteve até à destruição da séde da SMS, para dar lugar ao edifício que actualmente lá se encontra.

quarta-feira, agosto 02, 2006

SMS


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Xadrez na Sociedade Musical Sesimbrense.

Mônica Salmaso































































Mônica Salmaso
Menina Amanhã de Manhã

http://www.students.ic.unicamp.br/~ra009163/musicas/Monica_Salmaso_-_Menina_Amanha_de_Manha.mp3

|   página oficial   |

Quadros da vida real


Pintura de Sparky LeBold
Esta imagem de uma pintura de Sparky LeBold foi aqui publicada há uns dias. Hoje, enquanto almoçava no restaurante Baía, junto ao Hotel do Mar, descobri o original exposto numa das paredes, à venda, juntamente com outros quadros daquele artista.

Já agora conto uma do sr. Camilo, fundador daquele restaurante nas antigas instalações do salva-vidas. Um dia, vinha ele de Setúbal, a guiar calmamente a sua viatura, quando, à saída da cidade, viu a polícia na berma da estrada. O sr. Camilo ficou apreensivo e foi avançando com o coração nas mãos - mas lá passou sem que o tivessem mandado parar, para seu grande alívio. Acontece que, ao passar pelos agentes, se apercebeu que era pessoal que ele conhecia de Sesimbra. Vai então parou o carro mais à frente e veio meter conversa. "Então bom dia!", disse o sr. Camilo, recebendo em troca um seco "Bom dia" dos agentes, que não lhe deram muita atenção. "Ainda bem que não me mandaram parar!", acrescentou o sr. Camilo, conseguindo desta vez uma maior atenção por parte da autoridade, que inquiriu: "Então porquê?". "É que me esqueci da carta em casa!", retorquiu o sorridente sr. Camilo, muito contente por todos terem ficado livres daquela chatice das multas. Quem não achou graça foram os guardas, que pensaram que o sr. Camilo estava a gozar com eles e o mandaram embora com maus modos.

Falta de sentido de humor, é o que é!

Fogo real


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Iate Nadezhda
«[...] Hoje rumámos a Sines. O vento tem uma razoável Força 3. Dirigíamo-nos ao Cabo Espichel mas com estavam a fazer ali exercícios de tiro real, tivemos de nos afastar 3 milhas e meia. Quando estávamos 4 milhas ao largo veio um navio de guerra e perguntou-nos (com um megafone) se sabíamos que estava a ter lugar fogo real, por isso afastámo-nos ainda um pouco mais antes de rumar de novo ao Sul.»

terça-feira, agosto 01, 2006

Pesca do Espadarte em Sesimbra


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«O nosso país, mais concretamente Sesimbra, tomou-se nas décadas de 50 e 60 do século passado, no maior e mais conhecido centro mundial da pesca desportiva do espadarte. Todos os anos e durante a estação de pesca, deslocavam-se a Sesimbra os maiores e mais conhecidos nomes da pesca desportiva mundial daquela época, com o exclusivo intuito de capturarem aquilo que é denominado entre os pescadores desportivos de pesca grossa como o grande gladiador oceânico, o sonho de qualquer pescador desportivo. Era o único lugar no mundo onde a captura daquela espécie era conseguido durante o dia, pois em todos os outros locais, tal como hoje em dia acontece, a pesca do espadarte só muito esporadicamente tinha êxito durante o período diurno.

«Esta modalidade de pesca desportiva teve naquela vila e naquele tempo um indiscutível impacto turí­stico e económico. A explicação para o facto da captura daquela espécie durante o período diurno, era fácil. Nos fundões a sul de Sesimbra, ocorriam grandes concentrações de xaputa, espécie que faz parte preferencial da dieta alimentar dos espadartes. Conhecedores deste facto, os pioneiros da pesca grossa desportiva daquele tempo, nomeadamente o Professor Doutor Arsénio Cordeiro e o conhecido realizador de cinema Jorge Brun do Canto, idealizaram um processo de capturarem os espadartes durante o dia.


Recorde de A. Villas Boas - 1958 [clique]

«Instalaram em pequenas aiolas - barcos tradicionais de pesca a remos, daquela vila piscatória - cadeiras de combate, indispensáveis para combater aqueles peixes com mais de cem quilos de peso, com cana e carreto e iam buscar xaputas vivas às embarcações profissionais de pesca de anzol, com as quais iscavam os seus anzóis. O êxito foi imediato e a captura dos espadartes passou a ser vulgar, acrescida de um aspecto invulgar em todo o mundo: era normal o mesmo pescador conseguir, no mesmo dia, a captura de dois exemplares, por vezes três, com pesos sempre superiores a cem quilos.

«Sesimbra passou rapidamente para a ribalta mundial da pesca desportiva de peixe grosso, tornou-se a "Meca" da pesca desportiva do espadarte. Mas a partir dos finais da década de 60, deixaram de se capturar espadartes em moldes desportivos. A xaputa, por razões ambientais e de sobrepesca por parte da frota comercial, desapareceu daqueles mares. Em termos desportivos, com excepção de um pequeno espadarte capturado o ano passado em Tavira e que foi devolvido vivo ao mar, nunca mais se conseguiu qualquer resultado positivo. As xaputas voltaram agora a aparecer em Sesimbra. Ensaiaram-se novamente os processos de captura em moldes desportivos e hoje com processos muito mais sofisticados. Resultados até agora: zero. Porquê? Os espadartes tão abundantes naqueles mares, praticamente desapareceram. Porquê?.»


in "A Pesca Desportiva como Factor de Desenvolvimento", 2004

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