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sábado, fevereiro 07, 2009

Sesimbra
A edição de 7 de Fevereiro de 1937 do jornal O Sesimbrense destacava o grande temporal que ocorrera dias antes. A descrição é dramática:

     «O mar, ganha-pão de Sesimbra e também seu mortal inimigo, furioso e desmedido, galgou a muralha da estrada marginal, descortinando-a na extensão de mais de duas centenas de metros, levantou o empedrado e obstruiu-a com pesados blocos, arrancados da muralha.
     Não satisfeito com isso, varreu as embarcações que se encontravam abrigadas com a muralha, destruindo por completo algumas e danificando muitas outras [...] Em fúria sempre crescente, saltou o paredão que há anos serve (?) de molhe de abrigo e afundou nove embarcações de maior tonelagem que Sesimbra possui. Eram elas pertença dos srs. José Joaquim Pascoal, Aquiles Rodrigues, Joaquim Silvestre Farinha, herdeiros de José António Preto, Adrião do Ó Francisco Neto, Alberto Graça, José Martins do Carmo, de Setúbal, perdendo-se também três saveiros de Setúbal. [...]
     No campo os prejuízos foram também elevados. Centenas de árvores o vento arrancou pela raiz; mais de uma dezena de casas térreas foram arrasadas; as culturas perderam-se e os postes telegráficos e telefónicos vergaram e alguns cairam, interrompendo as comunicações com o país.
     Em toda a parte reina a fome e a miséria. Grupos de crianças percorrem as ruas, implorando um pouco de pão. Mas quem lhes pode dar, numa terra em que todos foram atingidos pela catástrofe?» [...]

7 Comentários:

Às 7/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Repararam na qualidade do texto ?

 
Às 7/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Parece que estamos a viver outro ciclone.
Quem sabe como, quando e se acabará...

 
Às 7/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Esperem pela pancada ...

 
Às 8/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Deus queira que não mas se este tempo voltar.
Aqui neste cantinho que nós vivemos só passa fome quem quizer!
terra não nos falta pra cultivar,e temos o mar para pescar.
Só se os senhores do parque marinho não nos deixarem!

 
Às 8/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Os antigos dizem-me que nesse dia o mar chegou ao largo da Camara e que ficou um peixe penso que foi um cherne aprisionado no Restaurante do Toni.
O Pai do Marques de Calhariz, na altura matou a fome a muita gente e deu a madeira para reconstruirem as embarcações afectadas pelo ciclone.

 
Às 9/2/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Creio que esses acontecimentos se referem ao ciclone de 1941. Nessa altura os Duques de Palmela ajudaram com comida e oferta de madeira da Quinta de Calhariz. Por causa disso foi colocada uma placa de agradecimento, declarando-os "beneméritos" de Sesimbra, no largo que já tinha o seu nome. Após o 25 de Abril, como é sabido, mudaram o nome ao largo.

 
Às 9/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Muita coisa que se mudou a seguir ao 25 de Abril, não teve fundamento, será que não está na altura desse largo voltar a ter o nome original.
Damos nomes a ruas de Sesimbra a pessoas que nada fizeram,e a casa de Palmela que tanto fez em tempos deveria ser reconhecida.

 

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