[ clique para ampliar ]«O nosso país, mais concretamente Sesimbra, tomou-se nas décadas de 50 e 60 do século passado, no maior e mais conhecido centro mundial da pesca desportiva do espadarte. Todos os anos e durante a estação de pesca, deslocavam-se a Sesimbra os maiores e mais conhecidos nomes da pesca desportiva mundial daquela época, com o exclusivo intuito de capturarem aquilo que é denominado entre os pescadores desportivos de pesca grossa como o grande gladiador oceânico, o sonho de qualquer pescador desportivo. Era o único lugar no mundo onde a captura daquela espécie era conseguido durante o dia, pois em todos os outros locais, tal como hoje em dia acontece, a pesca do espadarte só muito esporadicamente tinha êxito durante o período diurno.
«Esta modalidade de pesca desportiva teve naquela vila e naquele tempo um indiscutível impacto turístico e económico. A explicação para o facto da captura daquela espécie durante o período diurno, era fácil. Nos fundões a sul de Sesimbra, ocorriam grandes concentrações de xaputa, espécie que faz parte preferencial da dieta alimentar dos espadartes. Conhecedores deste facto, os pioneiros da pesca grossa desportiva daquele tempo, nomeadamente o Professor Doutor Arsénio Cordeiro e o conhecido realizador de cinema Jorge Brun do Canto, idealizaram um processo de capturarem os espadartes durante o dia.
Recorde de A. Villas Boas - 1958 [clique] «Instalaram em pequenas aiolas - barcos tradicionais de pesca a remos, daquela vila piscatória - cadeiras de combate, indispensáveis para combater aqueles peixes com mais de cem quilos de peso, com cana e carreto e iam buscar xaputas vivas às embarcações profissionais de pesca de anzol, com as quais iscavam os seus anzóis. O êxito foi imediato e a captura dos espadartes passou a ser vulgar, acrescida de um aspecto invulgar em todo o mundo: era normal o mesmo pescador conseguir, no mesmo dia, a captura de dois exemplares, por vezes três, com pesos sempre superiores a cem quilos.
«Sesimbra passou rapidamente para a ribalta mundial da pesca desportiva de peixe grosso, tornou-se a "Meca" da pesca desportiva do espadarte. Mas a partir dos finais da década de 60, deixaram de se capturar espadartes em moldes desportivos. A xaputa, por razões ambientais e de sobrepesca por parte da frota comercial, desapareceu daqueles mares. Em termos desportivos, com excepção de um pequeno espadarte capturado o ano passado em Tavira e que foi devolvido vivo ao mar, nunca mais se conseguiu qualquer resultado positivo. As xaputas voltaram agora a aparecer em Sesimbra. Ensaiaram-se novamente os processos de captura em moldes desportivos e hoje com processos muito mais sofisticados. Resultados até agora: zero. Porquê? Os espadartes tão abundantes naqueles mares, praticamente desapareceram. Porquê?.»
in "A Pesca Desportiva como Factor de Desenvolvimento", 2004 |
4 Comentários:
Boas!
Vi o teu blog e peço-te que me ajudes, caso possas.
Vou para a zona de Sesimbra daqui a 2 dias mas não conheço nada. Não queres dizer-me qual o melhor campismo, praia e discoteca pa frequentar?
Obrigado e desculpa.
Abraço
Há um parque de campismo na zona do porto; e uma discoteca no centro da vila: a Bolina. Toda a praia é excelente, embora tenha estado melhor da parte da manhã, pois de tarde tem feito algum vento. Boas férias!
Valeu!
Obrigado e um abraço
J.A.Aldeia, Parabéns!: o seu trabalho mostra «um bocadinho» a pesca desportiva ao Espadarte nos mares de Sesimbra.
Na foto mostrando a pesca numa «aiola» estão o maravilhoso remador "Mil-Homens" (um Rato) e um dos filhos do Prof. Dr. Arsénio Cordeiro (tinha 15 anos e lutava pelo seu 1º espadarte...).
Se quiser mais fotos, pode contactar o tlm: 919224898
Um abraço.
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