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quinta-feira, agosto 31, 2006

Pesca lúdica

Pesca lúdicaA portaria sobre pesca lúdica, publicada no passado dia 29 de Agosto e que entrou em vigor logo no dia seguinte, pode ser consultada aqui. Segundo uma reportagem do "Jornal de Notícias", muitos dos praticantes deste tipo de pesca acham que se trata de «uma legislação inventada para angariar dinheiro e que poucos acreditam ver cumprida. Salvo raras excepções, os pescadores lúdicos que o JN foi ontem encontrar ao longo da costa portuguesa não olham com bons olhos a portaria publicada em "Diário da República" estabelecendo regras para a actividade em águas marítimas ou sob jurisdição da autoridade marítima. Até pelas restrições impostas "exageradas" ou desnecessárias.» (ler artigo na íntegra).

Entretanto, num blogue associado a gente que vem para aqui mergulhar - e que, nessa actividade, são certamente bem-vindos! - desenvolve-se o "palpite" de que em Sesimbra a pequena pesca local é feita por pescadores que, "tendo abatido as suas embarcações de pesca profissional, se dedicam à pesca em embarcações de recreio, fugindo à lota e a controlos de qualidade, fazendo concorrência desleal e dificultando a gestão sustentável dos recursos marinhos", podendo o POPNA até beneficiar os verdadeiros pescadores. A partir desta "explicação", facilmente concluem que o sector da pesca, em Sesimbra, não tem razão para protestar contra o POPNA, cabendo apenas à Câmara resolver o "problema social": leia-se o texto e os comentários aqui.

15 Comentários:

Às 31/8/06 , Blogger tmgamito disse...

Não é difícil concluir!

Basta ver quais são as embarcações que aparecem nos protestos! de pescadores, inscritos como tal, também as há, mas em quão ínfima percentagem!

Basta ver quem lidera os protestos! o Clube Naval de Sesimbra! está a defender a pesca? ou a ver que perde o negócio?

"esperteza" será.. talvez não daqueles que são apelidados de "lisboetas" porque não defendem os supostos interesses da terra.. mas dos que se aproveitam dos pescadores para fazer política...
ou, pior ainda, para defender o direito de passagem e de recreio às suas embarcações com motores de 400 ou mais cavalos!

ou será que é antes inépcia dos que deveriam bater às portas de quem é responsável pelas pescas, não para que acabem com o parque mas para que avancem com medidas que defendam efectivamente os pescadores, tais como a que está prevista no nº 4 do artº 46º do Plano?

 
Às 31/8/06 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

A percentagem de pescadores, registados como tal, afectados pelo regulamento do Parque Marinho não é ínfima: você não sabe sequer do que fala. Está a inventar, e é a isso que eu chamo "esperteza lisboeta", a qual se traduz numa boa capacidade argumentativa (heranças da escolástica, certamente) mas sem conhecimento de causa e, pelos vistos, sem vergonha da ignorância. São coisas que a Universidade propaga, não sendo de estranhar que a base "científica" do regulamento do Parque venha do ISPA, da sua área de "psicologia dos peixes".

A náutica de recreio, não sei se sabe, vem protestar com um ano de atraso. Há um ano atrás, antes mesmo da publicação do regulamento do Parque, foram muitos os protestos dos pescadores de Sesimbra, como se encontra documentado neste mesmo blogue.

Sesimbra e os seus pescadores não estão contra o regulamento do Parque Marinho: desde 1973 que o exigem.

E que sabe você do que está a ser feito, nos termos da lei, para salvaguardar os interesses dos pescadores (e da náutica de recreio, e do sector do mergulho) ? Não deve saber nada, mas fala como um ministro. Deixe lá, pode ser que lá chegue: afinal, língua solta é que é preciso.

 
Às 31/8/06 , Blogger tmgamito disse...

posso saber muito pouco... mas infelizmente sei que chegue para poder dizer que o problema de Sesimbra é muito mais complicado que o da criação de um parque marinho com o qual os pescadores concordam... é como disse um problema social e que tem que ser resolvido de forma mais eficaz (e se isso já estiver a ser feito tanto melhor), do que através de protestos que só servem para ser aproveitados pela náutica de recreio

 
Às 31/8/06 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

A náutica de recreio também não está a ser bem tratada por quem fez o regulamento do Parque Marinho, mas o seu problema é infinitamente menor do que o das pessoas que vêm diminuir os seus já baixos rendimentos. Tudo isto está a ser feito em nome da ciência, mas quem escreveu a lei não foram cientistas e sim funcionários públicos incompetentes (ainda que com o título de Professores Doutores).

 
Às 31/8/06 , Blogger tmgamito disse...

Tem a certeza que sabe quem escreveu a lei? obviamente que há funcionários públicos incompetentes tal como há incompetentes em todas as profissões. Mas estes processos são sempre complicados e geram sempre todo o tipo de aproveitamentos por isso não é fácil geri-los da melhor forma. Mas já não é mau se houver quem os queira resolver. Espero que seja o caso neste momento!

 
Às 31/8/06 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Não conheço quem escreveu a lei. Não falo por conhecimento pessoal mas por análise do processo e do resultado - e o resultado pode ser desastroso, o que diz muito sobre a competência do processo.

Os processos de regulamentação social onde existem interesses em conflito, interesses legítimos mas não totalmente conciliáveis - e este parece ser um caso - exige um diálogo cuidado e negociações com as partes envolvidas. Não bsta uma boa solução (embora seja necessária) - é preciso que os actores envolvidos, nomeadamente se vierem a ser prejudicados, sintam que foram tidos em conta. Não me parece que isso tenha sido bem feito. Foi visível durante o processo e está-se a gora a revelar através dos movimentações dos actores, que poderão agravar-se.

Escreveu que as "manifas" são de pescadores ilegais e que os pescadores legais até poderão sair beneficiados. É a isso que se refere quando diz que o processo é complexo? Mas se fosse assim, não seria complexo: seria simples.

 
Às 31/8/06 , Blogger tmgamito disse...

não foi isso que eu escrevi como pode ver através da ligação que tem para o texto...
e continuo a achar que seria bom que os "senhores das pescas" ou seja, quem manda nelas neste país... avançassem de facto com as questões das zonas tampão e marca de pescado de Sesimbra

 
Às 31/8/06 , Anonymous Anónimo disse...

sou emigrante. vivo fora de Portugal. sou de perto do Sabugal. Estive este verão de férias com uns colegas de trabalho. E fomos a Sesimbra. Eles tinham-me ouvido falar vezes sem conta da pesca em Sesimbra. E fomos então ver os barcos de pesca. E eu que ainda via Sesimbra como há muitos anso e é tradição ouvi a verdade. Olharam para mim e disseram: mas não há barcos de pesca em Sesimbra. De facto foi como a história do rei vai nu. Foi preciso uns estrangeiros para aclarar o folclore e dizer-me: mas aqui não há pesca. E depois nda acrescentaram mais, para minha humilhação: nós nunca acgreditámos nisso de haver ainda pesca...é que sabes em nenhum mercado, peixaria, ou supermercado do mundo inteiro nós vimos peixe de Sesimbra e deram-me aexplicação que eu por estas alturas estava sem abris a boca. O que os meus camaradas me diziam era a verdade que os meus olhos treinados a ver a ficção não me deixavam ver.
Demos uma volta por Sesimbra e almoçámos ... peixe. E aqui está a outra componente da verdade. Disseram-me eles: sabes, isto era um país em que os pescadores ganhavam muito pouco. E no fundo trabalhavam para a mesa dos senhores. E os que continuaram a ir à pesca continuam a trabalhar para os senhores. Agora os enhores que os exploram são os que têm aqui segunda casa e se fazem amigos deles porque assim o peixe e o tratar dos barcos de passeiodeles durante a semana é uma exploração na mesma. A estes senhores juntam-se os senhores dos restaurantes que não pagam o valor que o peixe teria se o mercado fosse de facto o mercado que podia ser. Mas aos novos senhores como aos antigos não convém mesmo nada que haja pesca em Portugal. E depois como se não chegasse eu tenho um amigo que tem uma canoa. E fomos ali da Moita dar uma volta no Tejo. Tal como em Sesimbra ficarama maravilhados. Mas chegámos à doca pesca e eu disse ali é a doca pesca. Entrámos coma acanoa. E deu-me vontade de chorar. Não havia um barco de pesca. Até atracámos lá porque uma rapariga filha de um deles precisava e perguntei mas já sem ninguém ver. Disseram-me. pesca...isso já não há...só na imaginação dos jornais e dos saudosistas como você. Vem tudo do estrangeiro. E tenho tantas vezes comentado aqui com putros portugueses. Portugal está outra vez entregue aos senhores, especialmente nestes locaois como Sesimbra onde ainda há gente que não viu o mundo e lhes faz o serviço e do bom. Só que agora são mais perigosos. Dizem que defendem quem trabalha. Mas se defendessem não exploravam quem agora lhes pesca o peixinho por encomenda para a mesa e para o restaurante e lhes trata do barco por tuta e meia e deixavam que houvesse protecção para haver pesca para eu e os outros que trabalhamos pudessemos ter peixe de Sesimbra em qualquer lado.
Para mal dos meus pecados vejo na RTPInternacional os novos senhores a falar em nome dos pescadores. é preciso acabar com a nova raça de exploradores que andam em iates e encomendam a preços de exploração peixa á medida só para casa deles e para os restaurantes e ainda tem o descaramento de vir protestar.para qu~e? para ainda ficarem com mais!
e foi preciso que olhos estanhos me abrissem os olhos para a exploração dos novos senhores. ladrões do meu sossego

 
Às 31/8/06 , Blogger Raquel Sabino Pereira disse...

J.A. continua a insultar a torto e a direito!
Primeiro, foi indelicado ao utilizar a palavra «forasteiros» para se referir aos não-autóctones de Sesimbra.
Depois addjectiva-os de esperteza lisboeta, para depois lhe estalar o verniz de vez e, numa peixeirada desenfreada, insultar o legislador!!

Já percebi que essa terrinha é de terceiro mundo por culpa dos residentes, que não sabem utilizar o local próprio para discutir este ipo de assuntos.

Tarde acordaram, não é? Não aproveitaram a discussão pública, pois n ão?

NEM SABEM PEDIR AOS ÓRGÃOS LOCAIS QUE EXECUTEM O PO OU QUE O ALTEREM NO QUE FOR NECESSÁRIO ALTERAR, POIS NÃO???

 
Às 31/8/06 , Anonymous Anónimo disse...

pois é então verdade o que os meus camaradas diziam! agora dito pela própria boca deles, dos novos senhores. os novos senhores nem deixam que possa haver gente de fora que queira o trabalho que lá se faz não vá a exploração de mão de obra submissa e barata acabar para o peixinho da mesa e dos restaurantes deles, deste novos senhores.

 
Às 31/8/06 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

sailor girl:
Sesimbra participou na discussão pública.

 
Às 31/8/06 , Blogger tmgamito disse...

sailor girl... não digas mal de Sesimbra... gosto tanto desta terrinha como tu lhe chamas.. e do terceiro mundo sou eu... do oriente! do Índico!

 
Às 1/9/06 , Blogger Luis Eme disse...

Estive a ler os comentários. que conversa animada, quase em "dueto", e se calhar, cada um com as suas razões...
A única coisa que digo, é quem foi uma pena termos pago o preço de ter ficado, praticamente, sem pesca e agricultura, para entrarmos na Europa dos ricos.
Ironia do destino, continuamos os pobretanas do costume...

 
Às 1/9/06 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Há sempre duas maneiras de olhar para o indivíduo e as comunidades humanas, e para ambas se encontra fundamento: gente maravilhosa, fantástica, criativa e solidária, ou gente interesseira e egoísta - tudo isso está lá. É opção de cada um valorizar o aspecto em que acredita, embora nem sempre haja a consciência de que ao falar dos outros estamos, afinal, a falar de nós próprios.

 
Às 1/9/06 , Anonymous Anónimo disse...

Estive presente no debate publico sobre a discussão do POPNA e vi que os senhores da mesa, só olhavam para o seu umbigo, pouco se ralaram sobre o que o pescador de Sesimbra defendia.

Provavelmente a garina, será a "betinha" que naquele dia (28 de Março 2004) resolveu ir passear a Sesimbra para fazer o bota abaixo da terra, e numa atitude de insanidade mental, pediu palavra e na sua vez, resolveu dizer que era educadora ambiental e tinha passeado pela praia e não tinha visto um unico "caixote/saco" do lixo.....e era educadora ambiental, daqueles que defendem que um saco de plástico levam mais de 500 anos a se degradar, é que em Março/Abril/Maio, ainda faz temporal.
No entanto Sesimbra tem tido sempre a marginal repleta de cestos do lixo.

Mais, o POPNA veio beneficiar sim os grandes infractores do ambiente, é que a Secil está com licença até 2021 (segundo o que foi dito pelo antigo presidente do ICN) outro chulo, a quem se juntou o mr. sócrates com a sua mentalidade de defensor (mais agressor ) do ambiente.

Deixem os pescadores de Sesimbra pescar, é que se existiram barcos que foram abatidos, deveu-se ás incompetências de governos que não souberam negociar as quotas de pesca com marrocos, etc.

O facto da garina do mar estar possivelmente a confundir uma pesca de subsistência, em que alguns "velhotes" vão ao mar na sua aiola (caso não saiba, é um barco de pequenas dimensões), apanhar peixe para comer, pois infelizmente as suas reformas não dão para grandes luxos, com "nobres" que possuem barcos de recreio, é muito grave.

 

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