Assinalam-se hoje os 20 anos da morte de Rafael Monteiro (1921-1993)
De origem modesta, não chegou a conhecer o pai; a mãe, Etelvina, dava escola em casa; após a 4ª classe foi trabalhar para a farmácia Leão. Como autodidata, tornou-se num homem de vasta cultura e sabedoria, que aplicou na investigação da história de Sesimbra, a sua terra amada, sobre a qual publicou um conjunto de livros e artigos que constituem, ainda hoje, o que de melhor e mais completo se escreveu sobre Sesimbra: e fê-lo sem meios nem recurso a tecnologias sofisticadas.
Completou a lista de Mareantes de Sesimbra iniciada por José Rumina - mas ainda há quem o ignore. Escreveu o que de mais completo há sobre a Festa das Chagas: mas ainda há quem o não tenha lido. Foi o primeiro a denunciar, na imprensa nacional, bem como no jornal O Sesimbrense — de que foi re-fundador — os atentados ao património edificado de Sesimbra. Travou uma luta activa e pública contra a pesca dos arrastões. Promoveu, em 1973, a constituição dum Parque Marítimo, que tinha o apoio dos Pescadores de Sesimbra. Lutou contra a amputação do concelho de largas parcelas de território, e sofreu por isso duras consequências. Mas aquilo que nos deixou, a explicação profunda de Sesimbra, e o exemplo do seu amor à sua terra, não morrerá. |