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Prainha e foz do ribeiro de Palames.
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Visita de estudo a Sesimbra de alunos do Liceu de Setúbal - 10 de Novembro de 1969, frente ao Hotel Espadarte. Fotografia do Professor João José Mendes de Matos no blogue 'Memória recente e antiga'
A propósito do Dia Mundial do Teatro, que se comemora hoje, uma recordação da peça "Morte e Vida Severina", encenada na Escola Emídio Navarro, em Almada, em 1969, por Elsa Santos e Rogério de Carvalho. No grupo da esquerda, Silvestre Carambola (bongós), Fernando de Oliveira Martins (guitarra), António Matos e João Aldeia. Na foto de baixo, o Silvestre Carambola está de pé, e quem toca bongós é o Pité Costa (que foi também baterista dos Zambras).
Cotovia Pedalo pelas ruas de terra batida, amoreiras carregadas de frutos apanho folhas com o chapéu salto à corda, pulo, pulo, pulo oiço os ventos do mar ao fundo os pirilampos dos passeios noturnos escadaria de pedra cheia de conversa nas traineiras de verão navegado mergulhos de pleno prazer nela me sento a pensar certa que só existe dentro de mim apanho as folhas e desenho num sempre querer Imagem e Palavra |
Artigo que escrevi para o jornal "O Sesimbrense", publicado na edição de 16 de Setembro de 1973. A fotografia, do Valdemar Capítulo — também ele colaborador do jornal — mostra uns miúdos a brincar na água que corria de uma das saídas de ribeiros, directamente para a praia, e que vinha misturada com águas de esgotos. Na parte de cima da foto pode ver-se o contra-forte que existia no arraial da armação Roquette.
O estilo moralista do texto tinha uma justificação: críticas directas a autoridades — como a Câmara — corriam o risco de ser cortadas pela Censura, pelo que se recorria a metaforas e a um estilo arrevezado para fazer passar a ideia. Umas vezes resultava, outras não. Certa vez a censura cortou a frase "não nos podem obrigar a ser todos do Belenenses" no editorial do director, Ernâni Roque. Américo Tomás dizia-se adepto do Belenenses, tal como acontecia com outras figuras do regime. O que a frase realmente significava era: não nos podem obrigar a ser todos a favor do regime — e por isso foi cortada.
Este foi talvez o período mais notável da vida de O Sesimbrense, com a publicação de suplementos notáveis, inde se incluíam textos de Rafael Monteiro (caso desta edição), António Telmo e Orlando Vitorino, entre outros. Foi também o período da campanha pela criação do Parque Marítimo de Sesimbra, dirigida por Rafael Monteiro.
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Tempo de criança Mas que saudades eu tenho Quando eu era pequenino Com a malta do meu tamanho Ia cantar pro Canino Aqueles bailes de roda Com toda a gente animada Na altura estavam na moda Cantigas à desgarrada Batatas e polvo assado O prato dos caracóis Diz o João Mota animado Ainda chega pra mais dois No Beco do Quinquilheiro Dizia a Graça pra Alice Canta aquela do sapateiro Porque tem mais malandrice Todos naquela folia Velhos, novos, bons ou maus Com muita animação Cantavam até ser dia Para assar os carapaus Que vinham da armação Na retirada pra casa Pelas ruas enfeitadas Com as marchas a passar Já vinham com um grão na asa Fadistas nas caldeiradas Nesta Quadra Popular Mas que bom era reinar Com a malta do meu tamanho Mesmo até o sol raiar Ai que saudades que eu tenho.
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Moinho em Santana, nos anos 60 - fotografia do Engº Francisco de Almeida Lucas, presidente da Câmara Municipal de Sesimbra em 1970/71. Os quatro jovens são os filhos de Almeida Lucas: Diniz, Ana Vitória (mais altos), Diogo e Constança.
«As espécies de peixes mais ameaçadas pelo excesso de capturas são as que se encontram apenas em alto mar, em águas internacionais, diz um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO). O atum ou o bacalhau do Atlântico estão entre essas espécies mais ameaçadas de desaparecerem devido à voracidade humana. O peixe e os produtos associados à pesca são dos mais comercializados em todo o mundo, tendo atingido um valor recorde de 54.600 milhões de euros em 2004, último ano para que há dados. jornal Público - 6.Março.2007 |
«Em 4 de Junho de 1889, Artur Baldaque da Silva é nomeado vogal da Comissão das Pescarias, onde, durante oito anos e graças, em boa parte, aos profundos conhecimentos na matéria que adquirira nos anos de actividade hidrográfica, desenvolverá um trabalho notável, organizando os serviços, dirigindo inquéritos e, no âmbito da elaboração daquela que será a sua obra mais conhecida, o Estado Actual das Pescas em Portugal (1891), reunindo uma colecção de modelos de embarcações e de aparelhos de pesca única no País. Da sua acção, que o credita como uma autoridade nacional indiscutível na matéria, resultará um forte incremento no sector pesqueiro que, nos anos vindouros, não voltará, jamais, a ter paralelo.»
J. Moreira Silva, "Tributo a um Herói Esquecido"
"Revista da Armada", Janeiro de 2003