Fragata Numância
[ clique para ampliar ]
Construída em 1893, foi um navio inovador na sua época e chegou a constituir o barco mais importante da frota de guerra espanhola, mas a sua supremacia durou muito pouco tempo, por causa da rápida evolução das tecnologias de construção naval. Poucos anos antes do Numância, os navios de guerra eram todos construidos madeira e deslocvam-se à vela; poucos anos depois seriam todos de ferro e utilizariam as caldeiras a vapor como principal força motriz; o Numância representou uma transição entre ambos.
De facto, a fragata Numância era construída em madeira, mas encontrava-se protegida contra tiros de canhão por grossas placas de ferro até um pouco abaixo da linha de flutuação. O problema é que o peso adicional se reflectia negativamente no seu desempenho. Tendo sido enviada para as possessões espanholas do Pacífico, através do perigoso Estreito de Magalhães, a viagem foi considerada um grande feito, já que os barcos blindados estavam então restringidos à navegação costeira ou fluvial. Fez depois a viagem de regresso a Espanha pelo Índico e Cabo da Boa Esperança, tornando-se no primeiro barco blindado a circum-navegar o planeta.
Mas como se tornou rapidamente obsoleta, a fragata voltou em 1896 aos estaleiros para ser transformada numa espécie de "guarda-costas couraçado", tendo sido eliminado o aparelho vélico - os altivos mastros foram substituídos por dois mais pequenos, encimados com "ninhos de pega" - visíveis na fotografia de baixo. Depois passou a integrar a esquadra de instrução, tendo desempenhado as humilhantes funções de estação flutuante (em Tanger) e de asilo de órfãos da Armada espanhola.
Em 1912 foi desactivada e colocada à venda. Houve ainda um movimento de opinião para que fosse preservada como navio histórico, mas acabou por ser vendida como sucata a uma empresa de Bilbao. Por três vezes se tentou que fizesse a viagem entre Cádiz e o porto biscainho, onde as couraças iriam ser derretidas para os altos-fornos. Incapaz de navegar pelos seus próprios meios, deslocava-se com a ajuda de rebocadores. Foi no decurso da terceira tentativa que encalhou definitivamente em Sesimbra. Perante a aproximação de um temporal, os rebocadores procuraram abrigo em Setúbal, deixando a Numância fundeada em Sesimbra com alguns tripulantes a bordo, os quais tiveram de ser salvos com a ajuda de um cesto suspenso num cabo lançado de terra por um foguete. Transportava 1.300 toneladas de sal, o qual voltou a ser deitado ao mar por não se justificar o pagamento de direitos alfandegários.
[ clique para ampliar ]
A fragata Numância na praia de Sesimbra.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial