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quinta-feira, junho 14, 2007

fotografia alojada em www.flickr.com
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Construção naval - Sesimbra.

7 Comentários:

Às 14/6/07 , Anonymous Anónimo disse...

UMA DAS ULTIMAS "CARAVELAS" (SEM VELAS) NA MATERNIDADE ONDE NASCEU O BARCO , PENSO QUE SERIA O BARCO "GRAÇA DE DEUS ", OU NÃO ?

 
Às 15/6/07 , Blogger J.A. disse...

Tanto quanto sei, não se pode relacionar nenhum dos barcos actuais, de Sesimbra ou doutro lado, com as caravelas portuguesas dos Descobrimentos. Às vezes um certo romantismo leva-nos a não considerar a passagem do tempo.

Sabe-se, que havia, ainda antes de 1500, uma caravela usada na pesca, ou "pescareza"; havia outra, diferente (mas não se sabe quanto), que era a "caravela de descobrir". Eram barcos que tinham evoluído para técnicas de navegação que lhes permitiam bolinar (e não se deixava entrar estrangeiros nas tripulações para não se revelarem essas técnicas). Mas com certeza que, entre 1500 e o século XX, os barcos evoluíram. Uma tecnologia que era pioneira em 1500 não podia manter-se sem alterações, creio eu.

As "barcas do alto" de Sesimbra eram excelentes barcos veleiros e marinheiros, mas no século XX, com a colocação de motores, o desenho do casco modificou-se um pouco, ficando mais "gordinho". Destas pequenas barcas motorizadas ainda se conserva uma, a Santiago, mantida pelo Clube Naval, e é a que mais se aproxima das antigas barcas à vela. Não me recordo das dimensões do "Graça de Deus", mas sei que a partir dos anos 60 se foram fazendo barcos maiores, o que implicou modificações, pois nem faria sentido ampliar "à escala", sem adaptações, o desenho das pequenas barcas.

Portanto, séculos depois de se terem abandonado as caravelas, e com todas as alterações impostas pela motorização e pela maior tonelagem, não se pode dizer (como foi dito a propósito da barca que atravessou o Atlântico, a N. Srª da Aparecida) que foi naqueles barcos que se fez os Descobrimentos. Seria interessante, mas anacrónico. Pode ser que mantenham algumas características arcaicas, mas como não se conhecem desenhos ou cascos de caravelas, não se sabe o quê.

 
Às 15/6/07 , Anonymous Anónimo disse...

Caro João , referi-me a caravelas no sentido figurado , ou afinal a frase do António Telmo não tem nenhum sentido ?
O barco do postal foi ou não construido em madeira como as caravelas ? As primeiras barcas a motor dos anos 50/60 começaram por ser adaptadas e foram depois construidas novas já de raíz para receberem motor mas com bastantes traços das anteriores de navegação à vela .
A proa da barca com que Diogo Cão dobrou o Cabo Bojador tem muita semelhança com a proa da barca típica de Sesimbra , ou não ? Porque será ?
Quanto à barca N.Sra da Aparecida não tem nada a ver com o assunto .
( Foi grupo de pessoas quis partir para uma aventura utilizando uma antiga barca de pesca de Sesimbra com algumas adaptações ...)

 
Às 15/6/07 , Anonymous Anónimo disse...

Correcção : Quem passou o cabo Bojador foi Gil Eanes em 1434

 
Às 15/6/07 , Blogger J.A. disse...

Sim, as caravelas foram construídas em madeira, e segundo esta peculiar técnica que consiste em fazer primeiro o cavername, que depois é coberto de tabuado. Mas quanto ao lançamento do casco, creio que não se sabe praticamente nada. Quem é que sabe como era a proa das barcas com que se dobrou o Bojador ou o Cabo da Boa Esperança? Ninguém.

Veja, por exemplo, a questão da proa: antigamente pensava-se que a proa devia ser mais larga que a pôpa, para aguentar o embate do mar. O famoso "hiate de Setúbal" (de que existe um exemplar naquela cidade) conservou precisamente essa estranha configuração. As nossas naus também tinham essa forma, como se pode ver nos desenhos que chegaram até hoje. Não seria a proa das caravelas também assim?

Eu não quero tirar mérito aos barcos de Sesimbra de há 200 ou 300 anos atrás, pelo contrário: penso que eram muito melhores do que os barcos das Descobertas. O facto das nossas antigas navegações terem constituído uma epopeia não quer dizer que os barcos fossem grandes maravilhas. O que sabemos é que, já na fase comercial, as grandes naus eram mal construídas e os naufrágios frequentes. Ora, não é muito lógico que de barcos de excelência se tivesse passado, em poucos anos, a fazer cabaceiros.

A referência mais antiga que conheço de uma barca de Sesimbra data de 1662, aquando do casamento de Carlos II de Inglaterra com a nossa Catarina de Bragança — rei que teve o desgosto de ver uma barca de Sesimbra ultrapassar numa regata os seus belos iates, que eram feitos especialmente para competição: "a nossa barca as deixou muito atrás tirando mais que todas pelo barlavento" - ler aqui.

E, já agora, uma foto da barca Quatro Irmãs (motorizada).

 
Às 15/6/07 , Blogger J.A. disse...

Ainda sobre o mesmo tema, há um livro famoso de 1580, o "Livro da Fábrica das Naus" de Fernando Oliveira, que é o primeiro tratado português de arquitectura naval, onde ele defende as proas bojudas com esta argumentação:

"Os peixes, que são exemplo dos navios, os mais deles têm as partes dianteiras mais grossas que as de trás: em especial, ruivos, enxarrocos, pargos, que em comparação dos corpos têm as cabeças muito grandes; a razão disto, diz Aristóteles, que é, assim nos peixes como nas aves e outros animais, aos quais deu a natureza as partes dianteiras mais grossas, para abrirem o ar e a água diante dos restos dos corpos, por se poder passar facilmente nadando, voando (...) e com razão o imita a nossa arte na fábrica das naus."

e noutra parte:

"E mais, as proas delgadas çafurdam mais que as largas. Também para romper o mar é melhor a proa larga, e pesada (...) diz Aristóteles, que todos os animais que têm as partes dianteiras mais pesadas, por isso nascem com elas por diante, porque o peso delas rompe e abre caminho."

É verdade que o mesmo Fernando Oliveira admite que nem todos pensam assim, e que entre os mestres carpinteiros os "entendimentos são desvairados", ou seja, diversos. O que pensariam disto os mestres carpinteiros de Sesimbra?

(Fernando Oliveira, admitindo contudo que pontas agudas, como as de escopros e verrumas, são melhores para abrir "corpos maciços" — que ele compara ao "mar bravo e grosso" — acaba por defender uma solução em que mistura proas finas numa parte e grossas noutra, e conclui avisando os carpinteiros para não fazerem "em lugar de bochechas, nalgas" (ler aqui. Isto é o que dá 'chafurdar' no Aristóteles.)

 
Às 17/6/07 , Blogger pvnam disse...

«........mini-spam........»
SEPARATISMO NA EUROPA

---» ABRAM OS OLHOS: o caminho a seguir é um 'corte radical' [leia-se Separatismo] com o falso moralismo da Parasitagem Branca [leia-se a MAIORIA do europeus]: criticam o «tabu sexo» [e a repressão dos direitos das mulheres]... mas depois (como quem não quer a 'coisa') querem curtir à custa disso...


NOTA 1:
---» Qualquer pessoa [que não seja um imbecil militante] percebe que o verdadeiro objectivo do «tabu sexo» [e da repressão dos direitos das mulheres -> mulheres tratadas como uns 'úteros ambulantes']... é o conseguir alcançar uma vantagem competitiva demográfica...
---» A Parasitagem Branca critica o «tabu sexo»... mas depois... querem aproveitar a boa 'produção demográfica' que é proveniente de outros povos: querem curtir abundância de mão-de-obra servil imigrante, e querem curtir a existência de alguém que pague as pensões de reforma... apesar de... nem sequer constituírem uma sociedade aonde se procede à renovação demográfica!!!

NOTA 2:
---» Não sejam uns Otários-Coveiros da Identidade Étnica Europeia: antes que seja tarde demais (face ao avanço da Inquisição Mestiça...) é URGENTE mobilizar a minoria de europeus que estão disponíveis para lutar pela SOBREVIVÊNCIA da Identidade Étnica Europeia... no sentido de... reivindicar o legítimo direito ao SEPARATISMO.

 

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