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quarta-feira, junho 29, 2005

As Bonecas Russas




Um romance de António Cagica Rapaz

"A acção decorre nos nossos dias, mas leva-nos até aos anos sessenta e setenta, através da reconstrução da vida de Pedro Mortágua, um reformado recente que escolhe acabar os seus dias em Sesimbra, junto ao mar e á praia onde costumava passar férias na sua juventude. Pretendendo que a sua vida sentimental daria um romance, disso acabou por convencer o velho amigi Mário Rui, igualmente aposentado e cronista ligado aos jornais da terra..."

Quem conhece António Cagica Rapaz diz que Pedro Mortágua e Mário Rui são, ambos, ele próprio. Porém, como no romance vemos um deles a tentar iludir o outro, fica a dúvida se não é apenas o escritor brincar com os leitores.

Um romance em que Sesimbra é a moldura onde decorre parte da trama, mas que acaba por não participar no enredo, a não ser como "actriz secundária".

Problemas a merecer reflexão


Afinal a manifestação dos pescadores de Sesimbra, convocada para ontem, em Lisboa, acabou por ser "integrada" numa outra manifestação, convocada pela CGTP de protesto contra as medidas adoptadas pelo Governo para combater o défice das contas públicas. Assim, aquilo que se suponha ser uma manifestação específica dos pescadores de Sesimbra, acabou por ficar diluída numa contestação sindical ao governo, com um objectivo diferente.

Trata-se de uma iniciativa discutível, pois quando foi feita a convocatória as pessoas não foram informadas desse facto. A possível consequência disto é que pode provocar desmobilização dos próprios pescadores para outras acções. É legítima a contestação política do Governo, mas não é aceitável que se dilua nessa contestação a luta dos pescadores contra o regulamento do Parque, e muito menos sem o seu conhecimento prévio.

O resultado está à vista: enquanto que as acções de protesto realizadas em Sesimbra tiveram grande eco nos meios de comunicação, a manifestação de ontem passou totalmente despercebida.

Creio que a população de Sesimbra está ao lado da luta dos pescadores, mas parece haver na direcção das associações de pescadores que têm dirigido as acções de protesto alguma dificuldade em contactar com essa população. A informação das acções, em geral, fica restrita ao porto de abrigo e, desta forma, não se vê como será possível mobilizar toda a vila.

Creio que os responsáveis terão de pensar seriamente nestes aspectos.

segunda-feira, junho 27, 2005

Manifestação


Foi convocada para amanhã, terça-feira, uma manifestação em frente da Assembleia da República, às 15 horas, de protesto contra a legislação que condiciona de forma inadmissível o trabalho dos pescadores sesimbrenses. Todos os sesimbrenses e amigos de Sesimbra estão convidados a participar.

Para hoje à noite encontra-se marcada uma reunião de pescadores para o Auditório Conde Ferreira, às 21 horas.

Mata de Sesimbra


O jornal Público de hoje publica uma "carta aberta ao primeiro-ministro", da autoria do Eng. Eduardo Pereira, acerca do projecto urbanístico para a Mata de Sesimbra.

A carta foi motivada por uma entrevista do actual ministro do Ambiente, onde este admitiu autorizar o projecto da Mata se um estudo de impacto ambiental mostrar que o projecto é aceitável. As declarações do Ministro foram:
"Pensamos que [o projecto da Mata de Sesimbra] não é uma boa solução (...) mas, como achamos que há problemas que não se devem arastar mais tempo nas nossas mesas, se o estudo de impacto ambiental mostrar que isto é aceitável, irá para a frente; senão, irá para trás."
Eduardo Pereira lembra que, segundo ele, a questão principal não é o estudo de impacto ambiental mas sim a legalidade do despacho de um anterior ministro do Ambiente, Isaltino de Morais, ao transferir direitos de construção que uma empresa alemã tinha na Aldeia do Meco, para uma outra empresa, na Mata de Sesimbra.

Recorde-se que o empreendimento da Aldeia do Meco foi inviabilizado por José Sócrates quando era ele próprio Ministro do Ambiente. Este facto deve ter criado em alguns dos opositores do projecto da Mata a expectativa de que Sócrates, agora primeiro-ministro, também inviabilize este projecto - esta "esperança" é muito evidente na carta agora escrita por Eduardo Pereira.

No entanto, tratam-se de projectos diferentes: a urbanização da Aldeia do Meco era uma aberração com construção maciça de edifícios próximo da zona costeira, com um impacto visual muito negativo naquela paisagem.

O projecto da Mata de Sesimbra, pelo contrário, integra-se de forma harmoniosa no interior da mata, e tem uma forte componente ambiental, com um acordo com a organização ecologista "World Wildlife Fund", estando programada inclusivamente a renaturalização da Mata, ou seja, a reintrodução de espécies naturais, como o sobreiro, o pinheiro manso e o zimbro, entre outras, mais adequadas do que os actuais pinheiros-bravos e eucaliptos (veja abaixo o link para o Plano de Gestão Ambiental da Mata).

Em todo o caso, mesmo que a legalidade do acordo estabelecido por Isaltino de Morais seja questionada - como pretende o Eng. Eduardo Pereira - isto só diz respeito a metade do projecto da Mata, já que a zona Norte é promovida pela "Herdade da Apostiça", que não participou nesse acordo.

Relacionados com este assunto, encontram-se na Internet os seguintes documentos:

  • Mapa do Concelho de Sesimbra com implantação da Mata

  • Plano de Gestão Ambiental da Mata de Sesimbra

  • Plano de Acessibilidades para o Concelho de Sesimbra (ficheiro Acrobat-pdf, de 3,95 MB).

  • sábado, junho 25, 2005

    Roubaram-nos o salva-vidas!


    Segundo o jornal Público, a Marinha resolveu fazer deslocar para a ilha da Madeira a embarcação salva-vidas "N. S. das Chagas" (imagem da direita), que estava em Sesimbra desde o Verão de 2000. Trata-se de uma embarcação moderna, com 14 metros de comprimentos. Em sua substituição ficámos com uma pequena embarcação de 6 metros.

    O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações e Juntas Portuárias alerta para o facto da nova embarcação, mais pequena, ter uma autonomia limitada (apenas 6 milhas) não sendo adequada para o alto mar, pelo que a navegação e barcos de pesca de maior porte ficam sem protecção.

    A Marinha defende-se dizendo que "Sesimbra é uma zona segura no Verão e a Madeira precisava de um salva-vidas".

    Tudo indica que, em vez de comprar a embarcação que faltava na Madeira, o governo resolveu desviar daqui o salva-vidas, com o argumento esfarrapado de que a zona é segura no Verão. Então e no resto do ano ? E quando o salva-vidas foi adquirido em 2000, e aqui foi colocado, não fazia falta ? É claro que fazia - pelo que o argumento da Marinha não faz qualquer sentido. Além disso na Madeira existem desde 2003 dois salva-vidas parados por motivos burocráticos (ver abaixo a nota B)

    Depois da legislação para acabar com a pesca em Sesimbra, esta decisão parece ter o mesmo objectivo. Eis mais uma medida contra a qual a comunidade sesimbrense deve protestar, exigindo de volta o salva-vidas.



    Notas:
    A)
    - o salva-vidas retirado de Sesimbra é da "classe Rainha D. Amélia", cujas características pode ver aqui.

    Ainda em Abril de 2004, a Marinha publicava na sua Revista da Armada o seguinte texto:
    «Actualmente, o Instituto de Socorros a Náufragos está a renovar parte da sua frota de embarcações salva-vidas, contando já com oito embarcações designadas por "Classe Rainha D. Amélia". São embarcações de última geração, nomeadamente pelo seu poder de manobra, velocidade, autonomia, capacidade de auto-adriçamento e de enfrentar a adversidade própria de condições de mar alteroso e vento forte, estando equipadas com alta tecnologia náutica. Estas UAM’s encontram-se atribuídas às estações salva-vidas da Foz do Douro, Aveiro, Figueira da Foz, Peniche, Paço de Arcos, Sesimbra, Sines e Sagres.»
    (Leia a notícia completa aqui).
    A nova embarcação, provavelmente, será da "classe Atlantic 21", que pode ver aqui.

    B) - em 2003 foram adquiridos para a Madeira dois salva-vidas do tipo "Arun" (ver), cada um deles com capacidade para 30 pessoas; ora a verdade é que ainda no passado dia 20 do corrente mês, o Jornal da Madeira noticiava que estas embarcações continuavam em terra, por falta de legalização, alegadamente devido a problemas burocráticos: leia a inacreditável notícia aqui.

    quinta-feira, junho 23, 2005

    Surf Clube de Sesimbra




    Equipa do Surf Clube de Sesimbra na Lagoa de Albufeira
    16 de Abril de 2005; fotografia de Nuno Fachada

    quarta-feira, junho 22, 2005

    "O Guerreiro Lobo"


    Já saíu o segundo livro da escritora sesimbrense Sandra Carvalho, com o título "O Guerreiro Lobo" (agradecemos à leitora que nos chamou a atenção para o facto).

    Na página da Editora Presença pode ler-se acerca da história:
    "Na sequência dos dramáticos acontecimentos que encerram o primeiro volume desta saga, A Última Feiticeira, Catelyn é levada com os seus captores para a Terra Antiga. Aí, a jovem feiticeira descobre os fios que entretecem o seu próprio destino com o daqueles que agora a acolhem. Descobre igualmente que aquele viquingue que a salvou de uma morte certa é alguém que ela já tinha vislumbrado em intrigantes visões. Throst, filho de Thorgrim, é agora o seu senhor.  Sandra Carvalho
    Mas os segredos do Universo, guardados no topo da Montanha Sagrada são indiferentes aos desígnios humanos. Catelyn anseia por apoiar as mãos na Pedra do Tempo e encontrar a solução para os enigmas que a atormentam, assim como por prosseguir a sua aprendizagem da Arte Superior. Quando o sangue derramado no mar clama por vingança, a heroína enfrenta a mais difícil das decisões: regressar à Grande Ilha, para derrotar Gwendalin e salvar o seu povo, ou permanecer na Terra Antiga, livrar o Guerreiro-Lobo da maldição que o condena, e ajudá-lo na sua grande missão?"
    Tambem nessa página, encontramos o seguinte comentário de uma leitora:
    "Hiper-fantástico", "Hiper-excepcional"!! É o que posso dizer desta grandiosa obra. Estava expectante que este livro saísse. Nunca pensei que fosse tão "Hiper-fantástico". Fez-me viajar num misto de emoções, senti arrepios, corei, chorei, ri (...) Imaginei parágrafo a parágrafo do que li, apaixonei-me por este livro e por todos os seus personagens. Agora que o li e já reli alguns capítulos, deparei-me com um sentimento de vazio. O que vou fazer agora? Até ao 1.º volume da Saga das Pedras Mágicas, era uma pessoa sem vícios.... Agora encontro-me viciada nesta obra e só desejo mais um... Para quando o próximo? Desejo-o para muito breve. Os meus parabéns à autora! É fantástico o modo como ela escreve! Do fundo do meu coração, posso dizer que já li centenas de livros, mas o Guerreiro Lobo é o meu livro de eleição. Parabéns à Editorial Presença pela obra “hiper-fabulosa” desta autora."
    J. Coelho
    Relembramos o endereço da página da escritora:
    http://sandracarvalho.cjb.net/

    Gémeos Paixão a caminho do Porto


    Os gémeos Marco e Flávio Paixão, jogadores do Desportivo de Sesimbra, estão de partida para o Porto, onde deverão jogar na equipa B. O contrato será assinado hoje mesmo e, desta forma, os irmãos conseguem o seu objectivo de se manter juntos na mesma equipa. Em entrevista ao Correio da Manhã, Flávio recorda uma das confusões feitas por um árbito por causa da semelhança entre ambos:
    "O árbitro, depois de ter exibido um amarelo ao meu irmão, veio ter comigo para me expulsar por acumulação, porque fiz uma falta dura. Ele pensou que era eu que já tinha sido advertido, porque éramos iguais e não olhou para os números da camisola. Foi um episódio caricato. O capitão da equipa teve que colocar-nos um ao lado do outro para provar que éramos gémeos e que era um mal-entendido. Tudo acabou em bem."
    Leia a notícia no Correio da Manhã, no Record e no Mais Futebol.

    terça-feira, junho 21, 2005

    Anúncios (VI)



    Anúncios de 1934 [ clique para ampliar ] É muito curiosa a expressão da Mercearia Guerra, anunciando "preços sem competência". Preços sem competência ?

    O significado é: "preços sem concorrência", pois "competência" é também a "capacidade para competir"; a palavra continua a ter este significado corrente na língua espanhola, mas em português contemporâneo é mais usada com o sentido estrito de capacidade, aptidão, etç.

    domingo, junho 19, 2005

    Reunião nos Bombeiros sobre o Parque Natural


    Promovida pela "Asociação P´la Arrábida", realizou-se na passada sexta-feira, no salão dos Bombeiros, uma reunião sobre o Plano de Ordenamento da Arrábida. Pouco participada, a sessão foi dominada pelas críticas ao referido plano e pela hipótese da sua impugnação. Esta Associação, que se apresenta como ambientalista, critica a posição de outras organizações ambientalistas, tais como a Quercus e a Liga para a Protecção da Natureza, as quais defendem o documento aprovado pelo governo.

    sexta-feira, junho 17, 2005

    Crime em Alfarim


    O Correio da Manhã dá notícia de um crime no Pinhal da Raposa, em Alfarim, de que resultou a morte de um pastor. Desenvolvimentos aqui.

    quarta-feira, junho 15, 2005

    Pescas: tudo na mesma


    Segundo o jornal “Público”, a reunião realizada ontem entre os representantes dos pescadores de Sesimbra e o secretário de estado das Pescas, não trouxe nada de novo: o Governo pretende manter o regulamento do Parque Marinho tal como foi aprovado no dia 5 de Junho. Confirma-se assim que as vagas promessas de que “o governo seria generoso para com os pescadores” e de que poderia haver alterações ao diploma aprovado, eram apenas ilusões.

    Segundo declarações de João Lopes, que fez parte da delegação dos pescadores, o secretário de estado disse que “o Governo aprovou um bom plano de Ordenamento da Arrábida com base em dados técnicos, e que não se justificam quaisquer alterações”.

    Os pescadores irão ter nova reunião hoje mesmo. Entre as hipóteses de novas iniciativas encontra-se o desencadear de uma acção legal (providência cautelar) para impedir a entrada em vigor do regulamento, e o apelo aos empresários do comércio, hotelaria e restauração de Sesimbra para que se associem aos protestos dos pescadores.

    Leia a notícia completa aqui.

    terça-feira, junho 14, 2005

    Cenário grandioso



    As canoas são embarcações muito práticas para navegar, mas sem muito espaço para movimentação dos respectivos marinheiros, por isso quaisquer manobras a bordo são muito delicadas, como aquela que se vê na foto de acima (clique para ampliar). Veja-se, por exemplo, como é possível estabelecer uma plataforma de canoas mais ou menos estável, nesta fotografia. Noutras vezes o destino é a água, como se pode ver aqui.

    As imagens, relativas ao percurso Sesimbra-Portinho, são da página do Grupo de Turismo Náutico do Clube Náutico de Lisboa e podem ser vistas aqui. Sobre o referido percurso marítimo, pode ler-se naquela página:
    "À excepção da Ponta da Piedade em Lagos, nunca navegámos em águas tão límpidas envoltas num cenário tão grandioso como o é a Serra da Arrábida. As imponentes falésias com mais de trezentos e oitenta metros de altura dão lugar a enseadas com praias magníficas onde só os kayaks podem navegar. Dissimuladas na paisagem natural encontramos as ruínas dos antigos arraiais de pesca e de um pequeno fortim e nas escarpas podem ser avistadas as tão famosas cabras da Arrábida para além de muitas espécies de aves. Existem também algumas grutas que podem ser visitadas e mesmo atravessadas".

    Posições dos ambientalistas


    A posição das organizações ambientalistas Quercus e Liga para a Protecção da Natureza sobre a luta dos pescadores de Sesimbra é a de que "o Governo deve encontrar soluções alternativas noutros pesqueiros e atribuir compensações ao nível da Segurança Social aos pescadores", mas sem "ceder às pressões para reduzir as limitações à pesca no Parque Marinho da Arrábida, definidas no Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida (POPNA)."

    A notícia sobre esta posição pode ser lida na página do jornal Público

    sábado, junho 11, 2005

    Helena Laureano


    Helena Laureano, a actriz natural de Sesimbra, participa actualmente na peça de teatro "ABC da Mulher", uma comédia feminina protagonizada também pelas actrizes Lúcia Moniz e Maria Albuquerque. Depois de uma temporada em Lisboa, a peça encontra-se agora também em digressão pela província.

    A encenação da peça é de Rita Loureiro sobre um texto de Joana Pereira da Silva. O enredo é simples: três mulheres em palco exprimem o que lhes vai na alma. Os temas abordados são variados. O tom, salpicado de sal e pimenta q.b., umas vezes triste, como é a vida de vez em quando, ou cómico como também acontece no dia a dia das pessoas normais é sobretudo sempre, sempre de muito humor.

    Sesimbra na Imprensa


    O Correio da Manhã de hoje inclui mais uma reportagem sobre a marcha de protesto de ontem, em Sesimbra.

    Na notícia é referido que representantes dos pescadores se irão reunir na próxima terça-feira, pelas 18h00, com o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, para a apresentação de uma série de propostas para o sector, conforme relatou ao jornal, João Narciso, presidente da Associação de Pescadores e Armadores do Centro e Sul. (notícia aqui).

    Também o jornal A Capital se refere ao acontecimento, nesta notícia.

    sexta-feira, junho 10, 2005


    A marcha realizada hoje, entre Santana e Sesimbra, pelos pescadores em luta contra as restrições do Parque Marinho, contou com maior participação do que a do passado dia 5, tanto em terra como no mar (duzentos manifestantes na marcha, cerca de 100 barcos no mar). Havia uma grande variedade de embarcações, desde traineiras até às pequenas aiolas, representando todas as artes de pesca.

    Tal como na marcha anterior, viam-se várias bandeiras negras (numa das quais se lia: "Deixem os pescadores em paz") e as mensagens: "O povo tem razão, sem pesca não há pão" e "A herança dos nossos pais foi o mar para pescar e trabalhar" [ ver fotografia ]. Mas havia também algumas novidades, como um cartaz glosando um anúncio de televisão: "Parque Marinho ? É já a seguir" [ ver fotografia ].

    Havia uma faixa [ ver fotografia ] com o texto:

    SR. SÓCRATES
            OS PESCADORES SABEM MAIS       
    COM OS OLHOS FECHADOS
    QUE OS POLÍTICOS E
    BIÓLOGOS COM ELES
    ABERTOS

    e um homem com um "cartaz-sanduiche" [ ver fotografia ] onde, num dos lados, se lia:
    SR. MINISTRO DO AMBIENTE:
        ADMIRO O ESPERTO E ACEITO O    
    PARVO, MAS DETESTO O PARVO
    ARMADO EM ESPERTO.

    E no outro lado:
    SR. PRIMEIRO MINISTRO:
    HÁ QUEM DEFENDA OS SEUS ERROS
    COMO SE ESTIVESSE A DEFENDER UMA
    HERANÇA.

    [clique nas fotos para as ampliar]


    Rua Cândido dos Reis


    Largo da Marinha


    Partida da Doca


    Barcos na baía


    Barcos pequenos


    Aiolas

    Nova manifestação


    Hoje, 6ª feira, 10 de Junho, Dia de Portugal, terá lugar nova manifestação dos pescadores, partindo de Santana, em marcha até Sesimbra, seguindo-se uma caravana de barcos.

    Marcada para as 10 horas da manhã, a manifestação deverá contar com a solidariedade e participação de trabalhadores de outras profissões e pescadores de Setúbal.

    quinta-feira, junho 09, 2005

    Governantes reunem


    Notícia do site Ecosfera:

    O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, analisa hoje, 9 de Junho, com a sua homóloga das Pescas, Luísa Vieira, um conjunto de propostas dos pescadores de Sesimbra com vista a atenuar as restrições impostas pelo Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida.

    Segundo João Lopes, da União das Associações do Porto de Pesca de Sesimbra, as propostas de alteração das regras definidas para o Parque Marinho Luís Saldanha - que integra o Parque Natural da Arrábida - foram apresentadas numa reunião que teve lugar ontem com o secretário de Estado e com o director-geral das Pescas.

    As propostas foram feitas depois de ter sido analisado o Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida, aprovado no Conselho de Ministros de domingo, no Algarve.

    "O secretário de Estado das Pescas mostrou-se sensível à nossas propostas, mas as alterações terão de ser aprovadas pelo Ministério do Ambiente e, posteriormente, em sede de conselho de ministros", disse o porta-voz da União das Associações do Porto de Pesca de Sesimbra.

    "Apresentámos propostas que permitem aos pescadores exercerem a sua actividade mais perto da linha de costa, designadamente na colocação de armadilhas [de 450 para 200 metros] e na pesca à linha [de 200 para 50 metros]", acrescentou João Lopes.

    De acordo com o representante da comunidade piscatória de Sesimbra, o secretário de Estado mostrou-se igualmente receptivo à possibilidade de serem utilizadas algumas artes que nem sequer estavam previstas no Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida.

    "Se as nossas propostas forem aceites, como esperamos, será permitida a utilização do palangre, um aparelho de anzóis, até 50 metros da linha de costa, e dos covos, uma espécie de armadilhas que poderão ser colocadas a partir dos 200 metros", disse João Lopes.

    Na reunião com o secretário de Estado das Pescas, a União das Associações de Pescadores de Sesimbra propôs também o alargamento, de três para quatro anos, do prazo de transição para a aplicação das restrições previstas para as zonas de protecção parcial e total do Parque Marinho Luís Saldanha.

    Findo este prazo, a actividade piscatória no Parque Luís Saldanha deverá ser totalmente proibida para garantir a preservação dos recursos marinhos no estuário do Sado.

    Apesar da receptividade demonstrada pelo secretário de Estado Luís Vieira na reunião de ontem, os pescadores de Sesimbra receiam que as suas propostas não sejam aprovadas pelo secretário de Estado do Ambiente, pelo que prometem lutar pela defesa dos seus interesses.

    Nesse sentido, decidiram marcar para hoje de manhã uma reunião com todas as associações do sector e não excluem a possibilidade de adoptarem formas de luta mais radicais, como o apoio da população de Sesimbra, caso o Governo rejeite as propostas e mantenha as restrições impostas pelo Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida.

    Solidariedade nas pescas


    Na vigília convocada ontem pela Sociedade Musical Sesimbrense, de solidariedade para com a luta dos pescadores, juntaram-se cerca de 200 pessoas. Foram lidas algumas moções de solidariedade de organizações de trabalhadores e autarcas - entre eles os presidentes das Câmaras de Sesimbra, Palmela e Setúbal.

    Várias pessoas tomaram a palavra, entre elas João Lopes, em representação das organizações de pescadores, e o vereador Augusto Pólvora da Câmara de Sesimbra. Estes oradores prestaram algumas informações adicionais, das quais são de salientar:

    1 - o facto de continuar a não ser conhecido o documento final levado ao conselho de ministros do passado Domingo. Aquilo que se conhece, foram aspectos parcelares revelados pelo secretário de Estado em reuniões com a Câmara de Sesimbra e representantes dos pescadores, mas continua em segredo o documento efectivamente aprovado. Coisa muito estranha para um governo democrático, onde a transparência deve ser considerada um valor superior.

    2 - Parece que o regulamento do Parque Marinho foi aprovado no conselho de ministros de Domingo, mas que poderá ser sujeito a alterações. Este aspecto é muito original, parece uma espécie de "aprovação na generalidade", a que se segue uma "discussão na especialidade" (que estava prevista para o novo conselho de ministros, mas terá sido adiada).

    Ora este mecanismo de aprovação "na generalidade" e "na especialidade" só acontece no Parlamento, nunca no Governo. Parece pois que o conselho de ministros está muito confuso, ou perturbado, com a luta dos pescadores e anda a tentar jogar com possíveis alterações. Coloca-se também a hipótese de haver alguma tensão entre as secretarias de estado do Ambiente (que preparou o Regulamento) e das Pescas.

    3 - O Regulamento do Parque Marinho esteve em discussão pública e, depois desse período, o documento passou a ter uma redacção mais prejudicial aos pescadores - quando as propostas da discussão pública apontavam em sentido oposto. Este aspecto, a confirmar-se, poderá constituir uma base legal para que o Regulamento possa ser contestado nos tribunais, possibilidade que a Câmara de Sesimbra e as organizações de pescadores irão analisar.

    quarta-feira, junho 08, 2005

    Vigília na Sociedade Musical


    Em solidariedade para com a luta dos pescadores, contra os condicionamentos do Parque Marinho, a Sociedade Musical Sesimbrense deliberou realizar hoje, 4ª-feira, 8 de Junho, uma vigília silenciosa frente àquela sociedade, a partir das 21 horas, para a qual convida os associados e restante população, apelando a que cada um traga uma vela. Veja o comunicado da Sociedade Musical Sesimbrense, clicando na imagem à direita.

    [ clique na imagem para a ampliar ]

    terça-feira, junho 07, 2005

    Anúncios (V)



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    segunda-feira, junho 06, 2005

    A linguagem da infâmia


    Transcreve-se abaixo o parágrafo da nota de imprensa do Governo sobre as decisões que tomou no passado Domingo, relativas ao Parque Natural da Arrábida e Parque Marinho de Sesimbra.

    Não existe ali uma única palavra sobre os pescadores ou as pescas. Apenas se refere a necessidade de "salvaguarda dos recursos e valores naturais", a "estabilidade e sobrevivência das espécies, grupos de espécies, comunidades bióticas ou aspectos físicos do ambiente" e a "ordenação e disciplina das actividades urbanísticas, industriais, recreativas e turísticas".

    O Governo preocupou-se, assim, em "salvaguardar património arqueológico, designadamente, o subaquático, e o património arquitectónico, histórico ou tradicional da região", mas quanto à actividade da pesca, nada!

    Especificamente quanto ao Parque Marinho, o texto do Governo salienta a "aplicação, de forma faseada, de normas de protecção complementar, parcial e total", mas com o objectivo da "preservação da biodiversidade marinha para melhor usufruto dos recursos que ela presta".

    É a linguagem fria dos tecnocratas, dos biólogos que se preocupam muito com a preservação das espécies mas esquecem a própria humanidade a que pertencem.

    É claro que estas palavras são apenas uma introdução. Teremos de ler os regulamentos que foram efectivamente aprovados. Mas esta pobre linguagem tecnocrática revela apenas o que já adivinhamos: que biólogos e políticos pretendem aumentar o seu currículo à custa de programas ambientais que dão mais importância aos recursos marinhos do que ao ser humano. É uma linguagem infame de burocratas sem coração.

    Estamos certos que o Professor Luís Saldanha, amigo de Sesimbra, repudiaria esta infâmia gerada por biólogos mediocres. O Professor Luís Saldanha conhecia e vivia Sesimbra. Esta gente ignora Sesimbra - e mata-a!

    Este é um momento triste para a comunidade sesimbrense.

    texto do Governo:

    «Resolução do Conselho de Ministros que aprova o Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida (POPNArr).


    «O Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida (POPNArr), aprovado na generalidade, estabelece os regimes de salvaguarda dos recursos e valores naturais e fixa os usos e o regime de gestão a observar naquela área protegida, com vista a assegurar as condições naturais necessárias à estabilidade ou à sobrevivência de espécies, grupos de espécies, comunidade bióticas ou aspectos físicos do ambiente.

    «O POPNArr integra parte dos municípios de Palmela, Setúbal e Sesimbra e tem os seguintes objectivos: i) contribuir para a ordenação e disciplina das actividades urbanísticas, industriais, recreativas e turísticas, de forma a evitar a degradação dos valores naturais, seminaturais e paisagísticos, estéticos e culturais da região, possibilitando o exercício de actividades compatíveis com o turismo e a natureza; ii) conservar os recursos naturais da região, através do desenvolvimento de acções tendentes à salvaguarda da flora; e iii) valorizar os recursos naturais, nomeadamente, os marinhos e salvaguardar património arqueológico, designadamente, o subaquático, e o património arquitectónico, histórico ou tradicional da região.

    «Neste Plano de Ordenamento definem-se também as regras do Parque Marinho Professor Luiz Saldanha tendo em vista a preservação da biodiversidade marinha para melhor usufruto dos recursos que ela presta. Nesse sentido, serão aplicadas, de forma faseada, normas de protecção complementar, parcial e total.»

    Sesimbra na imprensa



    A imprensa nacional tem feito uma cobertura razoável dos protestos dos pescadores de Sesimbra:

  • No Correio da Manhã, notícias aqui e aqui; também na primeira página;

  • Diário de Notícias; também na primeira página;

  • A Capital;

  • Jornal de Notícias aqui e aqui;




    Créditos: a fotografia do topo vem na capa do Diário de Notícias e é da autoria de Nuno Fox; a fotografia da marcha é do Correio da Manhã e da autoria de Sérgio Lemos.

  • domingo, junho 05, 2005

    "O povo tem razão: sem pesca não há pão"


    Esta foi uma das palavras de ordem da marcha realizada hoje de manhã, contra as propostas do governo contendo medidas de restrição da pesca, medidas essas que poderão ditar o fim da pesca costeira, em que se ocupam actualmente muitos pescadores. A convocatória da marcha apresentava o título: «Para que não nos roubem a nossa identidade cultural» [ver o comunicado]. Um dos manifestantes exibia um cartaz com a mensagem: "A herança dos nossos pais foi o mar para pescar e trabalhar".

    A marcha iniciou-se perto das 9.30 da manhã, na rotunda de Santana, seguindo para Sesimbra pela estrada principal, continuando depois até ao porto de abrigo. Aqui iniciou-se uma caravana de barcos que deu várias voltas à baía. Participaram na marcha terrestre cerca de 150 pessoas e, no mar, cerca de 80 embarcações.
    [clique nas fotos para as ampliar]


    Pormenor da manifestação na Barquinha


    Barquinha


    Alfarrobeira


    Rua Cândido dos Reis


    Marginal poente


    Praia da doca


    Embarcação "Lúcia de Jesus"
    (com jornalistas e membros dos partidos)


    Embarcação "Santa Mãe"
    (com o presidente Amadeu Penim)


    Rumo ao Caneiro


    Caravana na baía de Sesimbra

    sábado, junho 04, 2005

    Pescadores em luta



    Bloqueio do porto pelos barcos de Sesimbra
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    Os pescadores de Sesimbra iniciaram hoje uma série de actividades de protesto contra a intensão do governo português de aprovar, amanhã (5 de Junho) um regulamento do Parque Marinho que é prejudicial à actividade da pesca em Sesimbra.

    Hoje de manhã foi realizado o bloqueamento do porto, durante algumas horas. Para amanhã está prevista uma marcha lenta entre Santana e Sesimbra, às 9 h da manhã.

    O regulamento que o governo pretende aprovar foi elaborado, de forma incompetente e irresponsável, ao longo dos últimos 6 anos, pelo menos, pelo Parque Natural da Arrábida (PNA). A insanidade do regulamento levou a inequívocas contestações, por parte dos pescadores, nas reuniões públicas em que o PNA participou: uma delas organizada pela Liga dos Amigos de Sesimbra, outra promovida pela Secretaria de Estado do Ambiente.

    Nesta última reunião, o então director do PNA, Celso Santos, reconheceu em público não haver condições para aprovar o regulamento, tal era a dimensão da contestação. Perante estes factos o assunto foi congelado. Mas eis que, no final do consulado de Santana Lopes, já com o governo demitido, os ministros desataram a anunciar medidas, dar despachos e mandar leis para aprovação, tentando criar factos consumados. Entre os documentos que Marques Guedes anunciou pretender aprovar contavam-se os regulamentos do PNA. Mas não o chegou a fazer.

    E agora o governo Sócrates, sem ter alterado nada no que respeita a Sesimbra e ao Parque Marinho, anunciou a intensão de aprovar o regulamento na reunião de amanhã.

    Perante a forte contestação da Câmara a esta instensão, um secretário de estado disse ao Presidente da Câmara para não que se preocupar porque o governo seria "generoso" para com os pescadores - não especificande em que se traduziria esta "generosidade". Pensa-se que possa ser o estabelecimento de prazos dilatados (2 ou 3 anos) para a entrada em vigor das medidas.

    Tudo isto traduz um comportamento lamentável do governo, que não soube obter o consenso social da comunidade local. Deixou-se levar pelos burocratas pseudo-ambientalistas que enxameiam a secretaria der estado do ambiente e o Instituto de Conservação da Natureza - onde, para além de inúmeros incompetentes, se encontram pessoas formadas em áreas científicas mas ignorantes acerca dos mecanismos de concertação social.

    Fazemos votos para que os pescadores de Sesimbra consigam colocar um travão às insensatas e absurdas pretensões do governo Sócrates.

    sexta-feira, junho 03, 2005

    António Pinto Ratinho



    António Pinto Ratinho
    Pescador (desde 1915)
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