«As espécies de peixes mais ameaçadas pelo excesso de capturas são as que se encontram apenas em alto mar, em águas internacionais, diz um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO). O atum ou o bacalhau do Atlântico estão entre essas espécies mais ameaçadas de desaparecerem devido à voracidade humana. O peixe e os produtos associados à pesca são dos mais comercializados em todo o mundo, tendo atingido um valor recorde de 54.600 milhões de euros em 2004, último ano para que há dados.
Nos últimos 15 anos, a proporção dos stocks marinhos de peixe sobreexplorados ou esgotados manteve-se estável, à roda dos 25 por cento, conclui o relatório Estado das Pescas e da Aquacultura a Nível Mundial (conhecido como Sofia), divulgado de dois em dois anos pela FAO.
As grandes variações vêem-se é olhando espécie a espécie, e as mais afectadas são as que cruzam regularmente zonas do alto mar que não estão sob a jurisdição de nenhum país em particular. Olhando para estas espécies, que incluem por exemplo as várias variedades de pescada e abrótea, a análise dá resultados diferentes: 66 por cento estão sobreexploradas ou esgotadas.
"Estes stocks representam apenas uma pequena fracção dos recursos pesqueiros mundiais, mas são indicadores-chave do estado de parte muito importante do ecossistema dos oceanos", comentou o director-geral adjunto da FAO para as pescas, Ichiro Nomura, citado num comunicado.
Mas o sistema de monitorização das capturas de pescado não é adequado às necessidades, sublinha a FAO. O Atlântico oriental é uma das zonas com mais problemas, juntamente com as áreas de alto mar.
Globalmente, a produção pesqueira atinge 141,6 milhões de toneladas anuais. Destas, 47,8 milhões de toneladas são provenientes da aquacultura, a indústria alimentar que mais rapidamente está a crescer: em 1980, apenas nove por cento do peixe consumido pelos seres humanos era cultivado; actualmente, 43 por cento do pescado é produzido em viveiros, conclui o relatório da FAO.»
jornal Público - 6.Março.2007
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