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Fotografia antiga, tirada do prédio que o Zé Manel "Zulu" tinha na rua Serpa Pinto. É visível o largo de Bombaldes, que tinha uma placa central e alcatrão a toda a volta. Com o tempo, o alcatrão foi diminuindo, e com as recentes obras desaparecerá completamente do largo. | ∫ | Bombaldes square, in the beginning of the 1970s. Note the typical cars of that time: the Beetle and the Mini. Also visible is the top sign of old Espadarte Hotel. |
20 Comentários:
The advertising pannel with a runner is very interesting too.
A publicidade é a certificados de aforro?
Sim, é um anúncio aos certificados de aforro, que nesta altura estavam muito em voga, tal como a aplicação de pequenas poupanças em acções e obrigações (da Torralta, por exemplo). Na altura a publicidade era para poupar, agora é essencialmente para gastar.
A taxa de poupança (em percentagem do rendimento disponível) em 1973 foi de 28%, dez anos depois era de 17%, e em 2006 chegou aos 7,9%. Agora parece que voltou a subir, mas muito devagarinho.
A propósito da discussão sobre a modernidade versus destruição da vila de Sesimbra, vale a pena ler esta opinião (do insuspeito Magra Carta):
http://magra-carta.blogspot.com/2008_02_01_archive.html#862197373738971405
Talvez dito assim se possa entender melhor o que significa "destruir (ou matar) Sesimbra".
É agora a casa onde mora o Tony da Marisqueira e na altura dormitório dos hipies que visitavam Sesimbra.
JPA
De facto vale a pena dar uma espreitadela ao texto do magra carta. O assalto imobiliário à encosta do Castelo está em curso. É triste ver a Câmara Municipal colocar-se ao lado da «série patológica de delinquentes" que têm destruído o espírito de Sesimbra.
MP
Este aspecto do desaparecimento do alcatrão do largo de Bombaldes (tendência que continuará à medida que forem feitas as restantes obras em espaços públicos do centro) tem uma importância simbólica (e não só) que importa realçar: o alcatrão é para os automóveis, e a pedra (calçada, lajes) é para os peões. O alcatrão é negro, símbolo da escuridão, a pedra de calcário é branca, está associada à luz e à transparência, até pelo nome de uma das suas variedades: o vidraço. É disto que a fotografia e o texto inicial tratam. Esperamos bem que ninguém se iluda: aqui achamos que a audiência deve prevalecer sobre a evidência, como se pode ler na coluna lateral.
Acaso seremos "suspeitos"? Aqui fica a confissão: sim, somos muito suspeitos de gostar muito de Sesimbra — a do passado, a do presente, a do futuro — ao ponto de esta paixão originar parcialidades e injustiças no retratar da vila e do concelho. Gostamos muito da Sesimbra de hoje, tão magnífica e acolhedora como sempre. Tem muitos problemas (tal como a do passado os tinha, ainda que diferentes) e não fugimos a admiti-los, mas o espaço é pouco e, de preferência, mostramos aqui os aspectos positivos desta gente e desta terra. Mas a blogosfera é muito grande e generosa: outros, menos suspeitos de parcialidade, mais atentos à evidência, que mostrem o lado negro.
É evidente que algumas coisas melhoram. É, aliás, para isso que a Câmara dispõe de dinheiro que até dá para esbanjar em mil palhaçadas.
Mas ninguém pode negar que estão a desfigurar Sesimbra, construindo por todo o lado.
Compreende-se que quem depende da Câmara finja não ver, mas nem todos estão obrigados à lei da rolha.
Pelo que depreendi do magra carta, a ideia é alertar, chamar a atenção.
É o que faz o carteiro que não é funcionário da câmara.
Uma das coisas que mais sobresai da foto é a degradação dos edifícios. Ainda hoje, há inúmeras edificações da vila que necessitam de intervenção e outros espaços igualmente degradados (ver foto das "Instalações da antiga fábrica de conservas Ouisille ("fábrica francesa")" publicada nesta blog a 19/2).
E é disto precisamente que Sesimbra necessita: requalificação urbana e não construção descontrolada.
Aquilo que se está a fazer neste momento, na encosta do Castelo, por trás da Marconi, na Alfarrobeira, na Assenta, etc., não é mais do que construção descontrolada e, ainda por cima, desnecessária! Por acaso já alguém contabilizou o número de habitações vazias em Sesimbra (incluo aqui Cotovia e arredores)? Nos Terraços do Castelo, raramente estão mais do que 3/4 casas ocupadas (mesmo estando todas vendidas); o edifício da Califórnia, todo vendido pelo que dizem, parece quase sempre vazio; na Cotovia há imensos apartamentos à venda; na estrada da Fonte de Sesimbra, há 20 moradias em banda, TODAS por vender!! Como é possível isto? A Vila tem hoje menos população, mas mais casas do que tinha recentemente. O que quer dizer que aquilo que se constrói não serve para residentes, só para "turistas", ausentes na maior parte do ano.
A intervenção na marginal nascente pode ter melhorado o local (tirando o estacionamento e grande parte da circulação automóvel), mas descaracterizou totalmente aquela zona. Onde está a calçada portuguesa (com o vidraço!)? Aquela pedra horrível no pavimento (granito) e o Lioz todo partido nos degraus é o quê? Luz e transparência??
Não vale a pena, mesmo que bem intencionado, tapar o sol com a peneira. É escandaloso aquilo que se está a permitir fazer em Sesimbra. Será porque se aproxima a revisão do PDM, em baixa, segundo consta?
Excelente comentário o do anónimo que me antecede ! Põe o dedo na ferida. Quanto a si, JA Aldeia, não vejo motivo para que não denuncie também o "lado negro da vila". Isso não diminuirá em nada o amor que nutre por Sesimbra.
MP
3 motivos:
A generalidade das "denúncias" que é feita na blogosfera é de natureza pidesca e caluniosa, acobardada no anonimato. Em geral, não se usam argumentos, mas sim suspeitas e retórica; a evidência justifica, aos olhos de quem o faz, tão vil comportamento. É uma característica nacional desde os tempos da Inquisição, pelo menos, e recordo-me bem dela do tempo anterior à revolução de 1974. Ora, essa natureza não desapareceu, apenas se adapta aos novos tempos.
Faço o que a consciência me dita e no local apropriado. Sei que chateio muita gente mas respeitam-me pelo modo leal como o faço. Está na moda responsabilizar as administrações públicas por todo o mal, como se uma sociedade não se caracterizasse pelo comportamento de todos os seus membros. É muito fácil atirar a culpa para cima de outros, deixo essa amenidade para quem se sente bem nisso.
E é também por se tratar de uma moda que não me apanham nessa companha. Nunca gostei de ir com a maioria, como se sabe. É um defeito, mas é assim. Se acham que sou suspeito — e já expliquei em que medida o sou — demandem outras paragens.
E cito o Padre António Vieira:
«E que dê eu as costas ao mundo, quando o mundo me vira as costas, não é muito: mas que quando o mundo me mostra bom rosto, dê eu de rosto ao mundo; esta é a valentia maior. Que quando o mundo se ri de vós, vós choreis por ele, ó fraqueza! Mas que quando o mundo se ri para vós, vós vos riais dele, ó valentia!»
Duas coisas que vejo na foto e se destacam além do que já referiram: A bomba de Gasolina e o famoso Hotel Espadarte. Este último será sempre famoso, é que muita gente continua a utilizar como referência o Hotel Espadarte ou "perto daquele hotel onde era o Espadarte"!
Já faz alguns anos que lá está o Sana e muitos mais que o Espadarte lá não está mas também a mim me dá mais gosto falar do Espadarte, talvez o nome fosse mais apropriado à vila...
E havia também a praia do Espadarte, que era um nome que deveria ter sido mantido, independentemente do hotel ter desaparecido: o espadarte é um peixe nobre, o nome dignificaria uma praia que durante séculos esteve associada à pesca, e seria também uma justa evocação do hotel e do seu criador, José Pinto Braz. No entanto, há agora uma placa próximo da fortaleza a designar toda a praia para nascente como "Praia da Califórnia".
Recentemente deram o nome de José Pinto Braz a uma rua, identificando-o como "dirigente associativo" ou qualquer coisa deste tipo, mas entretanto já corrigiram, salientando o seu espírito empresarial no Turismo de Sesimbra.
Não sabia disso, sempre a conheci como praia da Falésia (mesmo a nescente) e Califórnia (que pensei ser por causa da fonte). Mas Espadarte ficaria sempre melhor! Fico por saber se na Califórnia também há uma praia com o nome de Sesimbra :-)
Anequim
Denunciar a monstruosidade da construção imobiliária é, aos olhos do autor deste blogue, uma atitude pidesca e caluniosa.
É um ponto de vista...
Não disse isso, está a mentir. O que escrevi foi que «a generalidade das "denúncias" que é feita na blogosfera é de natureza pidesca e caluniosa», com ataques pessoais e generalizações abusivas, à sombra do anonimato — e isso é motivo suficiente para nem sequer me envolver em certas discussões.
Eu admito sem qualquer problema que eu próprio possa estar errado, não admito é deturpações do género dessa que acaba de fazer. Nem faço qualquer censura sobre o que os comentadores aqui escrevem a esse propósito, nem defendi em nenhum lado — nem neste blog — que me agrada a construção que está a ser feita em Sesimbra. Calculo que isto seja muito subtil para aqueles que gostam de simplificar a realidade, mas não pretendo sequer mudar a sua opinião.
Não estava em causa a generalidade das denúncias, mas um caso concreto aqui focado que se refere aos malefícios da construção desenfreada que vários comentadores reprovam.
Por isso, não deveria evocar generalidades quando o tema tem contornos bem definidos.
Não precisava de se excitar tanto, nem parece seu...
Por aqui está tudo calmo, não se apoquente. Gosto de um debate acalorado (também leio o Eça) desde que educado, e por isso agradeço aos intervenientes. Ainda que isto não seja uma enciclopédia, não escondo o que se vai construindo em Sesimbra em "volume", como está a acontecer no Vale Paraíso ou na Marconi. No entanto, quem sabe ver estes "bonecos", vê; quem não sabe, paciência!
O surto imobiliário já vem do executivo do Presidente Ezequiel Lino, um grande defensor da Sesimbra antiga e tradicional,outros elencos autárquicos no governo e na oposição se seguiram, constituídos na maioria por naturais de Sesimbra, que sempre se arvoraram em defesa da traça arquitectónica da vila mas o problema continua. Acredito que preferissem manter a Sesimbra antiga, mas é difícil acompanhar o progresso e todas as solicitações que isso envolve tanto ao nível humano como estrutural, confrontando-se inclusive com a lei e pareceres técnicos que favorecem investidores e empresários, para já não falar de uma faixa da população que ainda hoje se manifesta descontente vociferando que Sesimbra não tem NADA.
JPA
A construção imobiliária é benéfica para muita gente.
Até para os próprios promotores.
Não se pode é pedir aos sesimbrenses que aplaudam.
Muita gente encheu os bolsos graças ao "progresso".
Mas muitos mais sofrem as consequências...
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