Commemorating the centenary of the portuguese Republic. Comemoração do centenário da 1ª República: banda da Sociedade Musical Sesimbrense — uma banda republicana, fundada em 1914 — e Grupo Coral de Sesimbra.
Claro que merecem, mas, do lugar em que eu estava, não pude tirar uma foto melhor do que esta. Pelo menos, fiz referência à sua presença, merecida, porque actuaram muito bem.
Caro João sabe dizer-nos como foi o 5 de Outubro de 1910 em Sesimbra? a República também "chegou por telégrafo", como em grande parte do país, ou existiram movimentações na rua, à semelhança do que aconteceu na cintura operária de Lisboa?
Não são conhecidas movimentações "bélicas", em Sesimbra, no próprio dia 4 (ainda que este desconhecimento não queira dizer que não tenham existido...)
Mas a República não foi aqui apenas conhecida por telégrafo, pois:
a) os republicanos de Sesimbra desenvolviam actividade política oposicionista pelos menos desde 1894, quando foi publicado o semanário oposicionista O Cezimbrense, tendo como director Francisco Pacheco (Fran Paxeco), jornalista do diário republicano A Vanguarda.
b) os republicanos dispunham, desde finais de 1908, de um Centro Republicano em Sesimbra (inicialmente no largo da Câmara, depois na rua Serpa Pinto, hoje rua da República) onde organizavam conferências e onde funcionava uma escola;
c) Sabe-se que no dia 4 de Outubro, enquanto se desenrolavam em Lisboa as confrontações militares, o deputado republicano Feio Terenas, sedeado em Almada, ia telefonando para os vários concelhos da margem sul, incluindo Sesimbra, recolhendo informações e mantendo informados os seus correligionários;
d) A vereação republicana tomou posse no dia 10 de Outubro, cinco dias depois de proclamada a República (depois do 25 de Abril de 1974, a mesma operação levou 3 meses!). Na mesma altura tomou posse o novo administrador do concelho. Semanas mais tarde a Câmara decretaria o dia 10 de Outubro como feriado municipal.
A propósito, uma outra "novidade": a dupla tomada de posse foi solenizada com a presença de uma banda, tocando "A Portuguesa", banda improvisada para o acto com elementos das duas bandas que tinham existido em Sesimbra: a do Grémio e a da Sociedade Impressão Musical.
O que se dizia é que em Alfarim levaram muito tempo a tomar conhecimento da revolução republicana, pois continuaram a hastear a bandeira monárquica durante vários dias. Mas os alfarinheiros estavam bem informados dos acontecimentos: continuavam a hastear a bandeira monárquica por opção, e só depois de serem intimados pelo administrador do concelho é que pararam essa pequena provocação — era zona monárquica, nomeadamente pela influência do conselheiro Ramada Curto, do Partido Progressista, residente na Foreira.
Sesimbra, por fora e por dentro: as grutas, a fauna cavernícola e a sua ecologia
Ana Sofia Reboleira, Fernando Correia
"Povoadas por inúmeras lendas e mitos, as grutas são cápsulas do tempo que conservam importantes registos para a construção da nossa identidade, dado que os seres humanos aqui se abrigaram nos princípios da humanidade e deixaram vestígios pré-históricos para memória futura da sua presença", explica Sofia Reboleira. "Mas, talvez mais importante que o passado, é dar a saber que estas albergam hoje estranhas formas de vida, permitindo reinterpretar a história da vida na terra e de como ela se transforma para sobreviver em ambientes tão inóspitos e extremos.", afirma ainda a especialista em fauna cavernícola.
"Exatamente por o tema ser tão singular e estranho, tivemos especial cuidado em criar e estruturar esta obra segundo uma linguagem acessível e motivadora, embora funcional e construtiva no edificar de um saber especial", argumenta Fernando Correia. O responsável pela ilustração da obra salienta: "Fizemos um grande esforço para que isso mesmo sobressaísse quer no discurso escrito, quer ao nível visual, por forma a impulsionar a leitura, e, de caminho, ajudar também a promover a exploração do concelho sob outros olhos. Procurámos construir um livro que cativasse e ensinasse de forma entusiástica — mas sem que pareça uma lição ou sem perder a necessária objectividade e correção científica — e onde a forma como se divulga a Ciência mais atual seja a adequada para a multitude de públicos a que a destinámos."
Além do especial cuidado dedicado ao texto escrito por ambos os biólogos (que contempla várias investigações desenvolvidas no concelho), foi feito um grande esforço para ilustrar profusamente o livro com imagens também inéditas, fotografias e ilustrações, esteticamente interessantes e sumamente didáticas (ao qual se adiciona um design sóbrio, mas fluido).
De realçar que as ilustrações são ilustrações científicas e, como tal, criadas propositadamente para complementar e, às vezes, suplementar, o discurso científico da obra, tornando-a, na perspectiva de um todo, muito mais completo e instigante à descoberta.
Os homens do mar de Sesimbra são sábios. Sempre souberam transmitir o seu conhecimento aos aprendizes atentos, aos capazes,
como escreveu Álvaro Ribeiro, de aceitar a audiência antes da evidência. Grau a grau, ou degrau a degrau, se ascende de moço a arrais, passando por companheiro.
Rafael Monteiro
★
Gama, Cão ou Zarco
Não nasceram aqui.
Quem nasceu aqui foi o barco.
António Telmo
Marés em Sesimbra / Tide table [ mare.frbateaux.net ]
Fotos TrekEarth Photos.
Pesqueiros de Sesimbra (fishing sites)
5 Comentários:
Viva a República
Mas , onde está o grupo coral de sesimbra ? será que tambem nâo merecem estar na foto , depois de tanto empenho toda a semana
Claro que merecem, mas, do lugar em que eu estava, não pude tirar uma foto melhor do que esta. Pelo menos, fiz referência à sua presença, merecida, porque actuaram muito bem.
Caro João
sabe dizer-nos como foi o 5 de Outubro de 1910 em Sesimbra? a República também "chegou por telégrafo", como em grande parte do país, ou existiram movimentações na rua, à semelhança do que aconteceu na cintura operária de Lisboa?
Não são conhecidas movimentações "bélicas", em Sesimbra, no próprio dia 4 (ainda que este desconhecimento não queira dizer que não tenham existido...)
Mas a República não foi aqui apenas conhecida por telégrafo, pois:
a) os republicanos de Sesimbra desenvolviam actividade política oposicionista pelos menos desde 1894, quando foi publicado o semanário oposicionista O Cezimbrense, tendo como director Francisco Pacheco (Fran Paxeco), jornalista do diário republicano A Vanguarda.
b) os republicanos dispunham, desde finais de 1908, de um Centro Republicano em Sesimbra (inicialmente no largo da Câmara, depois na rua Serpa Pinto, hoje rua da República) onde organizavam conferências e onde funcionava uma escola;
c) Sabe-se que no dia 4 de Outubro, enquanto se desenrolavam em Lisboa as confrontações militares, o deputado republicano Feio Terenas, sedeado em Almada, ia telefonando para os vários concelhos da margem sul, incluindo Sesimbra, recolhendo informações e mantendo informados os seus correligionários;
d) A vereação republicana tomou posse no dia 10 de Outubro, cinco dias depois de proclamada a República (depois do 25 de Abril de 1974, a mesma operação levou 3 meses!). Na mesma altura tomou posse o novo administrador do concelho. Semanas mais tarde a Câmara decretaria o dia 10 de Outubro como feriado municipal.
A propósito, uma outra "novidade": a dupla tomada de posse foi solenizada com a presença de uma banda, tocando "A Portuguesa", banda improvisada para o acto com elementos das duas bandas que tinham existido em Sesimbra: a do Grémio e a da Sociedade Impressão Musical.
O que se dizia é que em Alfarim levaram muito tempo a tomar conhecimento da revolução republicana, pois continuaram a hastear a bandeira monárquica durante vários dias. Mas os alfarinheiros estavam bem informados dos acontecimentos: continuavam a hastear a bandeira monárquica por opção, e só depois de serem intimados pelo administrador do concelho é que pararam essa pequena provocação — era zona monárquica, nomeadamente pela influência do conselheiro Ramada Curto, do Partido Progressista, residente na Foreira.
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