A gravura, imagem mais antiga, está assinada por Cazellas, o mesmo autor duma outra gravura de Sesimbra publicada em 1884 [ver], pelo que deve ser da mesma época. Há um mistério nesta imagem: porque não está lá desenhado o brasão? Este brasão tem dado grande polémica e ninguém sabe verdadeiramente se era do Município ou de alguma família que mandou fazer a casa. A explicação que actualmente é dada é uma pura fantasia: "A águia representa o rei D. Afonso Henriques que, ao conquistar o castelo, local de pouso da águia, forçou os mouros a fugir, simbolizados pelo cão ou lebreu do deserto a olhar para trás."
Note-se também a larga janela gradeada, ao lado da fonte: era a cadeia.
O pelourinho foi retirado do Largo da Torrinha. O prédio que faz gaveto com a Rua da Fé ( o da parte de baixo) foi onde funcionou a primeira Câmara de Sesimbra e que serviu mais tarde para guardar a documentação dessa entidade.
Não há qualquer prova de que o pelourinho tenha estado na Torrinha. O pelourinho original, aliás, desapareceu. Havia um boato que dizia que as pedras tinham sido utilizadas nas paredes do edifício onde está o restaurante Pintarola, mas as obras ali feitas recentemente desmentiram mais essa lenda.
Sesimbra, por fora e por dentro: as grutas, a fauna cavernícola e a sua ecologia
Ana Sofia Reboleira, Fernando Correia
"Povoadas por inúmeras lendas e mitos, as grutas são cápsulas do tempo que conservam importantes registos para a construção da nossa identidade, dado que os seres humanos aqui se abrigaram nos princípios da humanidade e deixaram vestígios pré-históricos para memória futura da sua presença", explica Sofia Reboleira. "Mas, talvez mais importante que o passado, é dar a saber que estas albergam hoje estranhas formas de vida, permitindo reinterpretar a história da vida na terra e de como ela se transforma para sobreviver em ambientes tão inóspitos e extremos.", afirma ainda a especialista em fauna cavernícola.
"Exatamente por o tema ser tão singular e estranho, tivemos especial cuidado em criar e estruturar esta obra segundo uma linguagem acessível e motivadora, embora funcional e construtiva no edificar de um saber especial", argumenta Fernando Correia. O responsável pela ilustração da obra salienta: "Fizemos um grande esforço para que isso mesmo sobressaísse quer no discurso escrito, quer ao nível visual, por forma a impulsionar a leitura, e, de caminho, ajudar também a promover a exploração do concelho sob outros olhos. Procurámos construir um livro que cativasse e ensinasse de forma entusiástica — mas sem que pareça uma lição ou sem perder a necessária objectividade e correção científica — e onde a forma como se divulga a Ciência mais atual seja a adequada para a multitude de públicos a que a destinámos."
Além do especial cuidado dedicado ao texto escrito por ambos os biólogos (que contempla várias investigações desenvolvidas no concelho), foi feito um grande esforço para ilustrar profusamente o livro com imagens também inéditas, fotografias e ilustrações, esteticamente interessantes e sumamente didáticas (ao qual se adiciona um design sóbrio, mas fluido).
De realçar que as ilustrações são ilustrações científicas e, como tal, criadas propositadamente para complementar e, às vezes, suplementar, o discurso científico da obra, tornando-a, na perspectiva de um todo, muito mais completo e instigante à descoberta.
Os homens do mar de Sesimbra são sábios. Sempre souberam transmitir o seu conhecimento aos aprendizes atentos, aos capazes,
como escreveu Álvaro Ribeiro, de aceitar a audiência antes da evidência. Grau a grau, ou degrau a degrau, se ascende de moço a arrais, passando por companheiro.
Rafael Monteiro
★
Gama, Cão ou Zarco
Não nasceram aqui.
Quem nasceu aqui foi o barco.
António Telmo
Marés em Sesimbra / Tide table [ mare.frbateaux.net ]
Fotos TrekEarth Photos.
Pesqueiros de Sesimbra (fishing sites)
4 Comentários:
A gravura, imagem mais antiga, está assinada por Cazellas, o mesmo autor duma outra gravura de Sesimbra publicada em 1884 [ver], pelo que deve ser da mesma época. Há um mistério nesta imagem: porque não está lá desenhado o brasão? Este brasão tem dado grande polémica e ninguém sabe verdadeiramente se era do Município ou de alguma família que mandou fazer a casa. A explicação que actualmente é dada é uma pura fantasia: "A águia representa o rei D. Afonso Henriques que, ao conquistar o castelo, local de pouso da águia, forçou os mouros a fugir, simbolizados pelo cão ou lebreu do deserto a olhar para trás."
Note-se também a larga janela gradeada, ao lado da fonte: era a cadeia.
O pelourinho foi retirado do Largo da Torrinha. O prédio que faz gaveto com a Rua da Fé ( o da parte de baixo) foi onde funcionou a primeira Câmara de Sesimbra e que serviu mais tarde para guardar a documentação dessa entidade.
Não há qualquer prova de que o pelourinho tenha estado na Torrinha. O pelourinho original, aliás, desapareceu. Havia um boato que dizia que as pedras tinham sido utilizadas nas paredes do edifício onde está o restaurante Pintarola, mas as obras ali feitas recentemente desmentiram mais essa lenda.
Não reconheço ninguém. Será que o burro sou eu?
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial