Bem me parecia que o Sr João estáva a tirar fotos na altura em que ia a passar. Lembro-me com muita nostalgia os estabelicimentos do Sr. Domingos e principalmente a do Chico da Cooperativa e ao fim da rua vendia-mos papelão ao Sr. Rasteiro que dava-nos umas castanhas peladas para o caminho.
Ainda cheguei a cortar o cabelo na barbearia do sr. Domingos, e também era ali que comprava o material escolar quando passou a papelaria.
Nessa barbearia passaram-se alguns episódios de oposição ao regime do Estado Novo, como a distribuição de votos da lista de Norton de Matos — nessa altura ainda os boletins de cada candidato eram distribuídos antes do dia das eleições; mas em 1949 até essa actividade legal de distribuir votos era perigosa, porque permitia identificar quem era da oposição.
Pois é caro João, não havia barbearia digna do seu nome, que não fizesse oposição ao regime do Estado Novo. Um dos circuitos começava no Chico da Cooperativa e lá ía R Candido dos Reis abaixo passando pela oficina e sapataria do José Miguel Dias e desembocava junto à Fortaleza nas barbearias do António e Alfredo Batista à direita e à esquerda respectivamente e não parava aí...parecia um polvo e os seus tentáculos seguiam pelo Largo dos Bombaldes e R Fortaleza.
Sesimbra, por fora e por dentro: as grutas, a fauna cavernícola e a sua ecologia
Ana Sofia Reboleira, Fernando Correia
"Povoadas por inúmeras lendas e mitos, as grutas são cápsulas do tempo que conservam importantes registos para a construção da nossa identidade, dado que os seres humanos aqui se abrigaram nos princípios da humanidade e deixaram vestígios pré-históricos para memória futura da sua presença", explica Sofia Reboleira. "Mas, talvez mais importante que o passado, é dar a saber que estas albergam hoje estranhas formas de vida, permitindo reinterpretar a história da vida na terra e de como ela se transforma para sobreviver em ambientes tão inóspitos e extremos.", afirma ainda a especialista em fauna cavernícola.
"Exatamente por o tema ser tão singular e estranho, tivemos especial cuidado em criar e estruturar esta obra segundo uma linguagem acessível e motivadora, embora funcional e construtiva no edificar de um saber especial", argumenta Fernando Correia. O responsável pela ilustração da obra salienta: "Fizemos um grande esforço para que isso mesmo sobressaísse quer no discurso escrito, quer ao nível visual, por forma a impulsionar a leitura, e, de caminho, ajudar também a promover a exploração do concelho sob outros olhos. Procurámos construir um livro que cativasse e ensinasse de forma entusiástica — mas sem que pareça uma lição ou sem perder a necessária objectividade e correção científica — e onde a forma como se divulga a Ciência mais atual seja a adequada para a multitude de públicos a que a destinámos."
Além do especial cuidado dedicado ao texto escrito por ambos os biólogos (que contempla várias investigações desenvolvidas no concelho), foi feito um grande esforço para ilustrar profusamente o livro com imagens também inéditas, fotografias e ilustrações, esteticamente interessantes e sumamente didáticas (ao qual se adiciona um design sóbrio, mas fluido).
De realçar que as ilustrações são ilustrações científicas e, como tal, criadas propositadamente para complementar e, às vezes, suplementar, o discurso científico da obra, tornando-a, na perspectiva de um todo, muito mais completo e instigante à descoberta.
Os homens do mar de Sesimbra são sábios. Sempre souberam transmitir o seu conhecimento aos aprendizes atentos, aos capazes,
como escreveu Álvaro Ribeiro, de aceitar a audiência antes da evidência. Grau a grau, ou degrau a degrau, se ascende de moço a arrais, passando por companheiro.
Rafael Monteiro
★
Gama, Cão ou Zarco
Não nasceram aqui.
Quem nasceu aqui foi o barco.
António Telmo
Marés em Sesimbra / Tide table [ mare.frbateaux.net ]
Fotos TrekEarth Photos.
Pesqueiros de Sesimbra (fishing sites)
7 Comentários:
Caso para dizer «Descubra as diferenças», entre esta e a anterior!!!
À esquerda e à direita da foto o futuro de Portugal e de Sesimbra. Afinal eles continuam juntos...
Nice city street view - different than driving down "Main Street" in my city!
Bem me parecia que o Sr João estáva a tirar fotos na altura em que ia a passar.
Lembro-me com muita nostalgia os estabelicimentos do Sr. Domingos e principalmente a do Chico da Cooperativa e ao fim da rua vendia-mos papelão ao Sr. Rasteiro que dava-nos umas castanhas peladas para o caminho.
Miguel
Ainda cheguei a cortar o cabelo na barbearia do sr. Domingos, e também era ali que comprava o material escolar quando passou a papelaria.
Nessa barbearia passaram-se alguns episódios de oposição ao regime do Estado Novo, como a distribuição de votos da lista de Norton de Matos — nessa altura ainda os boletins de cada candidato eram distribuídos antes do dia das eleições; mas em 1949 até essa actividade legal de distribuir votos era perigosa, porque permitia identificar quem era da oposição.
Pois é caro João, não havia barbearia digna do seu nome, que não fizesse oposição ao regime do Estado Novo. Um dos circuitos começava no Chico da Cooperativa e lá ía R Candido dos Reis abaixo passando pela oficina e sapataria do José Miguel Dias e desembocava junto à Fortaleza nas barbearias do António e Alfredo Batista à direita e à esquerda respectivamente e não parava aí...parecia um polvo e os seus tentáculos seguiam pelo Largo dos Bombaldes e R Fortaleza.
Conheço bem esta rua; durante anos passeei nela, vendo as lojas; era também uma maneira de ocupar o tempo nas férias.
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