Sesimbra, 1979. Photo by Karen. |
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Sesimbra
terça-feira, julho 14, 2009
Canoa da Picada
26 Comentários:
Are they repairing fishing nets?
O cartaz.
As traseiras do res t. pedra alta.
Mo: not fishnets, but fishlines, a peculiar system with long lines and many hooks, used in Sesimbra and called aparelho. In this photo the lines are being untangled, after that they will receive hooks and bait.
VIVA MRPP.
terão os camaradas durão barroso, pacheco pereira, saldanha sanches e ana gomes supervisionado a estratégica colocação do mural?
Aldeia, com esta Kodak, queres festa!
Este post vai ter praí 40 comentares!
O primeire a falar tem resposta grossa e depois é um verseteavias! Iste quem sabe-sabe!
os pescadores nesta foto são do barco António Anacleto.
Durão Barroso, Saldanha Sanches e Ana Gomes já não estavam no MRPP por esta altura. Nem eu, desde 1976 — ano em que a organização passou de Movimento a Partido, começando a usar a sigla PCTP, altura também em que o respectivo Comité Central decidiu acabar com os jornais locais feitos por simpatizantes, o que determinou o fim do Povo de Sesimbra, entre outros. Quanto a Pacheco Pereira, nunca pertenceu ao MRPP: ele próprio tinha criado um grupo maoista no Porto, depois de perder a paciência à espera que o PCP o aceitasse (história revelada por Zita Seabra no seu livro 'Foi Assim').
caríssimo joão
bem sei que as figuras que referi já não integravam o MRPP em 1979. Foi somente uma "pequena provocação" em jeito de brincadeira, para animar o debate em torno deste post, que se prevê e deseja acesso e caloroso.
Afinal, desde que pontifique o respeito e a tolerância, é salutar que tenhemos opiniões diferentes uns dos outros. Se assim não fosse, que piada teria o confronto de ideias?
Da minha infância e primeiros anos de juventude, guardo forte lembrança da extraordinária iconografia do MRPP, que muito apreciava nos seus tons de amarelo e vemelho vivo, nomeadamente os magnífcos murais que abundavam pela cidade de Lisboa e hoje (infelizmente) praticamente desaparecidos. Recordo ainda Ribeiro Santos, estudante assassinado pela PIDE e cuja memória ainda perdura no átrio da Faculdade de Direito. Desconhecia que o meu amigo tinha integrado o movimento, tal como desconhecia que, afinal, Pacheco Pereira não fez parte dele. Confesso que não consegui acabar de ler o livro da Dona Zita. Nada tendo de pessoal contra a senhora e nada me chocando que as pessoas possam, ao longo da vida, polir o seu pensamento político, não nego, por outro lado, que tenho alguma dificuldade em compreender que o façam a tal ponto de actualmente estarem nos antípodas do que defendiam há uns anos atrás. Mas é certamente defeito (ou feitio) meu..
saudações democráticas
Hoje recordo isso tudo com bastante distanciamento, como se estivesse a ver um filme onde me revejo com curiosidade, um filme, no que me diz respeito, bastante mais animado do que aqueles "barretes" que se viam no João Mota.
Essa equipa de criativos que fazia as pinturas foram das pessoas mais interessantes que conheci: era um grupo de estudantes de Belas Artes que tinha bastante sentido de humor. Um deles era o Manuel Queiroz, que ainda há pouco tempo esteve na biblioteca de Sesimbra a presentar um romance da sua autoria: Os Passos da Glória.
É esse distanciamento que me permite ler livros como o da Zita Seabra sem me irritar: é apenas mais um actor que vem ajustar contas com o passado. O país tinha de mudar e mudou, nós apenas participámos disso na medida em que fomos na corrente. Pretender que a mudança foi boa ou má é um exagero: teve coisas boas e coisas más, tentemos agora não repetir os erros, nomeadamente o radicalismo e a pretensão de que dum lado estão os bons e do outro os maus.
Aproveitando o tema em debate, deixo aqui a minha homenagem a um grande Senhor de seu nome Hermínio Palma Inácio.
Viva L.U.A.R.
Os Camaradas DB, SS e AG e outros, apenas fizeram um tirocínio próprio da idade da irreverência para mais tarde se instalarem na "vidinha política" outros SL e PP nem tirocínio precisaram de fazer - tal os padrinhos!
Hoje como ontem, existe os mesmos métodos, instalam-se em partidos Trotskistas para fazerem o mesmo percurso, seria mais díficil fazê-lo em partidos com muitos candidatos já na "fila".
No fundo todas as correntes se sentaram à mesma mesa de café provavelmente em Montparnasse - Leon e Vladimir, rapazinhos da alta burguesia foram de boleia para Paris?
Não tem nada de ofensivo é apenas para que possamos reflectir,OK!
Este é o tipo de discurso que repete, ainda hoje, o radicalismo desses tempos passados. Durão Barroso, Ana Gomes, Pacheco Pereira ou Saldanha Sanches nunca andaram a fazer a revolução como emigrantes políticos no estrangeiro: Saldanha Sanches teve vários anos de prisão política, preventiva (em Caxias) e efectiva (em Peniche); Ana Gomes vi-a eu a participar em manifestações, em Lisboa, antes da Revolução, chegando a ser ferida. Estou certo que esses jovens, nessa altura, não participavam nessas actividades contestatárias com o objectivo de tirar benesses: pelo contrário, eram vários os problemas profissionais que enfrentavam todos aqueles que viessem a ser referenciados pela Pide como estando envolvidos em actividades desafectas ao regime, para já não falar do mau bocado que os esperava quando eram presos e torturados, como aconteceu com Saldanha Sanches.
Palma Inácio tem um lugar de destaque nas acções de luta contra o anterior regime, e ninguém pode dizer que tenha aproveitado esses louros para tentar obter altos cargos. Conheci-o em Caxias, na agitação de uma greve de fome promovida pelo MRPP, a que ele, no entanto, não aderiu — mais uma vez as divergências partidárias, que até naquele ambiente se faziam sentir...
João perante o seu comentário e o distanciamento que diz ter dessa época, assola-me uma pergunta:
Essa distância e esse passado deixaram marcas hoje? Em termos políticos consegue manter o mesmo distanciamento ou tem sentimentos de renega?
Que eu me aperceba não deixou marcas nenhumas, apenas o sentimento de ter participado, ainda que de forma modesta, num processo histórico interessante. O jornal Povo de Sesimbra, apesar das suas limitações, constitui hoje um importante registo dos acontecimentos dos anos de 1975 e 1976.
Na manhã de 10 de Novembro de 1961, véspera das eleições gerais em Portugal, Palma Inácio e mais quatro operacionais tomaram de assalto o avião da TAP que fazia o percurso Casablanca para Lisboa, obrigando o piloto a sobrevoar a capital a baixa altitude, lançando panfletos antifascistas sobre a capital portuguesa.
Mas foi o assalto ao Banco de Portugal da Figueira da Foz que fez correr muita tinta nos jornais. O grupo de operacionais que acompanhavam Palma Inácio, e que viriam a formar a LUAR (Liga de Unidade e Acção Revolucionária), estudaram as alternativas para angariar fundos para a sua causa.
Para os revolucionários, deveria ser o próprio regime a pagar as ofensivas revolucionárias. O assalto ao Banco de Portugal da Figueira da Foz foi considerado o mais rude golpe de que há memória nas finanças da Ditadura.
O "golpe financeiro" foi irrisório, tanto mais que a maior parte das notas roubadas foi colocada fora de circulação, o que teve foi um grande impacto político. Teve ainda outra consequência: a prisão de várias pessoas que participaram na logística da operação (corte de comunicações, etc.)
Já vai em 18 comentares e ainda não falarem das selhas e das pitas, que saudades!
É assustador admitir que se pode aceitar e até louvar actos criminosos como o desvio de um avião ou o assalto a um banco.
A névoa lançada pelo oportunismo politico e a defesa de interesses próprios tudo permite até o branqueamento de crimes.
É o mesmo prisma daqueles que defendem o criminoso Otelo como um herói apesar de ter liderado um movimento terrorista e ter provocado a morte de inocentes.
É desta forma que se destrói de forma exemplar os pilares da democracia e que contribui para o descrédito absoluto deste modelo social.
Experimentem contar, de forma objectiva e fidedigna, aos vossos filhos os méritos destas personagens e logo perceberão o meu ponto de vista.
As acções desenvolvidas por Palma Inácio e a LUAR tinham como objectivo prejudicar politicamente o regime e levar ao seu derrube. Também esse regime tinha derrubado o regime da 1ª República, com um golpe militar (28 de Maio de 1926), e foi por sua vez derrubado por outro golpe militar (25 de Abril de 1974). Qualquer destes actos foi ilegal à luz das leis vigentes no tempo em que aconteceram, essa é que é a objectividade; mas foram depois legitimados por leis que se fizeram a posteriori. E o mesmo tinha acontecido com o derrube da Monarquia em 1910: que direito tinham os republicanos de alterar um regime legalmente instituído?
Qual é a diferença entre a legitimidade dum Movimento de Capitães que derruba um regime e a de Palma Inácio tentando derrubar esse mesmo regime? Não vejo nenhuma diferença substancial. E também não a viram esses mesmos Capitães, que logo libertaram Palma Inácio e todos os outros presos políticos.
Desse ponto de vista qualquer atrocidade deixa de o ser por acções à posteriori…
Percebo a sua argumentação mas, cuidado, não está a ser objectivo:
- Como sabe não foi o regime do estado novo que derrubou a 1ª república mas sim os militares.
- Apesar de considerar que o 25 de Novembro foi a data mais marcante da democracia portuguesa reconheço que a atitude dos revolucionários de Abril foi brilhante por terem conseguido a mudança de regime sem sangue, sem violência desmedida e sem ódio. Terá sido uma das mais belas revoluções e bem simbolizada pelo criança e pelo cravo.
Por fim reconheço que existiam qualidades humanas ímpares no Palma Inácio tais como bravura, frontalidade e rectidão mas que foram manchadas pelas acções violentas.
Só para terminar gostaria de sustentar que as minhas palavras foram germinadas pela ideia brilhante do João Soares em sugerir o velório na sede do Banco de Portugal. Sublime!
1. Sim, sei que a 1ª República foi derrubada pelos militares: não foi o que escrevi? E que o Estado Novo foi sendo gradualmente construído até 1933 — mas esse preciosismo adianta alguma coisa ao que estava em discussão? Não creio.
2. Diz que "O 25 de Novembro foi a data mais marcante da democracia portuguesa" — não há dúvida que a História se escreve à vontade do freguês... Quanto a mim, o 25 de Novembro foi apenas mais um episódio de contagem de armas e ordenamento das forças políticas após o período de confusão que ocorre em todas as revoluções.
3. Também é preciso referir a imensidão de problemas causados pela Revolução de Abril a muita gente, desde as prisões arbitrárias até aos milhares de vidas familiares que foram profundamente afectadas. No entanto, quando se quer apresentar um determinado movimento sob uma luz favorável, tudo isso é oportunamente ocultado sob a capa de um romantismo bacoco. E assim, até episódios vergonhosos como prender um oficial durante conversações, passam a ser elogiados.
4. Porém, quando se trata de alguém de quem não gostamos por razões ideológicas, vira-se a rábula ao contrário: Palma Inácio, embora pudesse ter "qualidades ímpares", é culpado duma "violência" que nos outros é ocultada ou minimizada.
5. "A criança e o cravo": refere-se ao cartaz fabricado pelo Pedro Bandeira-Freire com a fotografia do filho disfarçado de menino pobre? Grande fraude e excelente golpe de marketing, não há que duvidar [ver].
Senhores de muitas palavras, uns com os outroa!
Já alguém reparou nas condições de trabalho dos pescadores? reparam? claro que não! o que representa a foto? só politica ? se acham que sim! as vossas análises são tacanhas! falam da vossa história de vida porquê? escrevam auto biografias! Quantas horas trabavam os pescadores, sempre na mesma posição, com gestos repetitivos, já reparam nas " cadeiras " que dispõem para trabalhar. Vá lá deixem de falra so de vocês,
Não querendo minimizar a acção corajosa dos jovens referidos, SS, AG e outros, também se devia pôr em destaque todas aquelas pessoas que trabalhando arduamente durante décadas criaram condições para uma consciência cívica, social e política para que esses jovens depois se “pusessem a jeito” – tenho sempre muito medo na “fabricação” de heróis, e as grandes guerras europeias estão cheias desses exemplos, alguns eram uns meninos e não souberam para o que´íam, a guerra do Ultramar é o nosso exemplo mais gritante .
Referi Trostski porque foi o pai do Exxército vermelho, mais tarde Hitler foi copiar a sua estratégia, estamos fartos de violência! Não queremos mais heróis!
Vou dar apenas dois exemplos, dos heróis que eu respeito: alguém ouviu falar de António Sérgio um grande ensaísta e pensador contemporâneo um dos mais altos valores da história da cultura portuguesa, com livros como: Breve interpretação da história de Portugal, Introdução Geográfica-Sociológica à história de Portugal (edições da livraria Sá da Costa) com muita pena minha esgotados até nos alfarrabistas são difíceis, livros que deveriam ser correntes nas nossas Escolas … um outro que recordo com reverência o velho Raul Rêgo responsável pelo jornal A República na última fase desde 1971 e colaborador da Seara Nova, lembro-me da manifestação de apoio na Rua da Mesericórdia Lx (estava lá) quando em 1975 extremistas tomaram de assalto o jornal, esquecendo o passado de oposição ao Estado Novo, em 1958, ano das eleições onde estavam em confronto Humberto Delgado, Arlindo Vicente (que se retirou no final) e Américo Tomáz, Alguém me mandava ir ao café do Chico da Cooperativa buscar o jornal que lia a pessoas que começaram a trabalhar muito cedo e não sabiam ler, esse jornal passava por vários estabelecimentos de amigos, que por sua vez faziam circular por outros. Sabem quantos assinantes havia em Sesimbra?...
Palma Inácio e o movimento Luar beberam desta água…
Quanto ás condições de trabalho, muito havia por dizer…
Mas em Portugal todos reclamam por reformas, mas quando toca à sua “quinta” ai Jesus que me estão a incomodar!
Os comentares são só ao MRPP? E atão os soces que estão laboriosamente a desempenhar a difícil tarefa de preparar, em terra, o aparelho para ir pró mar não merece comentares?
Eu acho que merece todos os elogíos!
Um grande bem haja aos trabalhadores da pesca.
Abrace dum amigue.
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