"Velho pescador usando um barrete de lã": fotografia de Eliot Elisofon, publicada pela revista Life em Setembro de 1948, divulgada pelo blog Cabo Carvoeiro Memórias. | ∫ | "Old fisherman wearing wool cap": photo by Eliot Elisofon, taken in Sesimbra and published by Life magazine in 1948; found at Cabo Carvoeiro blog. |
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Sesimbra
terça-feira, junho 02, 2009
Canoa da Picada
16 Comentários:
Na legenda em Português também poderia constar que a foto foi tirada em Sesimbra.
O OUTRO
Alguém sabe o nome do Pescador?
interessante*
Quem seria o senhor?
mas porquê?
Porque tem sempre de haver um reparo?
Com todo o respeito sr O Outro
Existe algum sitio onde o podemos avaliar tambem?
Dizer mal não custa nada pois não?
Por estes comentários percebo bem porque são anónimos...
Fotografia fantástica, embora já tenha mais de 60 anos, certamente não fica atrás das de hoje da época digital.
Debaixo daquele barrete devia haver muito ganaz que p'ra lá foi viver indó velho era rapaz .
Caro homensdogaz,
O comentário não pretende ser nenhum reparo, apenas pensei que tivesse sido distracção do João, porque há muita gente que não lê inglês e poderá ter curiosidade em conhecer o local da foto. Aquela imagem é muito familiar apenas para quem conhece Sesimbra.
O OUTRO
Irónico
O velho embarretado é o "Zé Cão", morava na Rua da Esperança.
Este documento vale por mil palavras, a indumentária caracteristica antes das tradicionais camisas de quadrados, penso que era neste tom cinza/preto e nesta faixa etária por morte dos familiares mais próximos o luto era até ao fim da vida.
Segundo Raul Brandão: "encontra-se sempre o mesmo tipo de homens, tanto em Aveiro como na Nazaré, tanto em Sesimbra como na Caparica, e todos eles nos afirmam a sua origem de Ílhavo".
Não sei se o João nos pode ajudar com alguma informação que confirme e/ou complemente este tema.
O barrete, a roupa de cor escura (com faixa na cintura) e tamancos: estes eram elementos do traje tradicional dos pescadores de Sesimbra no início do Século XX. Por volta dos anos 20/30 começou a impôr-se uma nova maneira de vestir: boné ou boina (esta cairia depois em desuso), camisa de quadrados, botas de borracha. Esta mudança tinha um sentido geracional e politicamente progressista: eram os novos que vestiam assim. Quando chegámos a meados do século XX já só alguns pescadores idosos é que usavam o traje antigo.
Nova mudança no vestuário voltou a ocorrer na segunda metade do século XX: as novas gerações de pescadores começaram a vestir-se como qualquer outro sesimbrense, recusando a diferenciação profissional — e, actualmente, só nos pescadores mais velhos é que encontramos essa vestimenta do boné e camisa de quadrados; já não se usam botas de borracha, mas é frequente o uso de sandálias.
Isto é normal: todos os tempos trazem mudanças (de estilos, de tecnologias, de linguagem) embora seja frequente a ilusão de que o passado foi todo igual, como se o ser humano e as comunidades não mudassem e inovassem constantemente. Por exemplo: quando se diz que as barcas do alto do tipo Sesimbra (de que existem ainda alguns exemplares) eram iguais às do tempo das caravelas, ou que as aiolas são um barco centenário — como se durante 500 anos não se tivesse havido evolução.
Era esta a minha intenção, o João sempre bem preparado e bem documentado, em meia dúzia de palavras traçou o retrato do homem de Sesimbra ao nível do traje tradicional para que os mais novos possam transmitir ao longo dos anos.
Como nasci perto da Fortaleza ainda me soa o barulho característico dos tamancos, que resistiam ao salitre da beira-mar.
Pouco depois da inauguração da FNAC no Chiado, vi uma exp de fotos a preto e branco sobre a Nazaré, aliás muito bonita, e qual o meu espanto, uma foto de Sesimbra do interior das sentinas com aquele lindo painel e os bancos corridos em pedra.
Ao ver esta publicada na revista Life pergunto se o fotógrafo não percorreu a costa litoral e "meteu tudo no mesmo saco".
Vou ver se consigo pesquisar no blogue Cabo Carvoeiro Memórias ou se o João me dá alguma "dica" acerca do arquivo da Life. Pode haver mais alguma foto na reportagem.
Na página oficial da revista LIFE há uma fotografia de Eliot Elisofon referida como sendo de Sesimbra, mas que não é daqui. (Ver foto).
Já se passaram alguns anos após a publicação deste post.
Alguém diz num comentário que Raul Brandão disse: "encontra-se sempre o mesmo tipo de homens, tanto em Aveiro como na Nazaré, tanto em Sesimbra como na Caparica, e todos eles nos afirmam a sua origem de Ílhavo".
É muito curiosa esta afirmação.
Estou a construir a minha árvore genealógica, e sou descendente de pescadores de Sesimbra e da Caparica. Os Avós/bi/trisavós destes são de Ílhavo.
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