Eram outros os ideais urbanísticos em 1941. Existia uma outra visão. Cassiano Branco, Duarte Pacheco e até Conceição e Silva seriam hoje, simples idealistas, arredados para as teorias académicas. Na época, fizeram o trabalho que hoje, certamente, lhes seria vedado pelo poder do betão.
Mesmo sem conhecer em pormenor o PAE de 1941 atrevo-me a dizer que sempre era melhor do que aquilo que está actualmente onde se percebe não ter havido um planeamento urbanistico da vila nem qualquer critério no desenho das vias , no tipo de construções ,e que apenas obedeceu a outros valores mais altos ,o que descaracterizou a vila e originou o desaparecimento do modo de vida dos indigenas com a imigração forçada para o "campo".
Claro que houve planeamento no crescimento de Sesimbra e critério no desenho das vias: pode-se discordar do que foi feito, mas, mais uma vez, essa argumentação tremendista só baralha as coisas. O que empurra os Sesimbrenses para fora da vila é um mecanismo económico de oferta e procura. Na realidade esse problema começou muito antes do que se pensa — há provas documentais disso. O problema da habitação é muito antigo em Sesimbra, seguramente anterior à explosão da procura de casas para turismo e segunda residência. Haveria outro urbanismo que pudesse impedir esse efeito de oferta e procura e, simultaneamente, acolher o desenvolvimento do turismo? Talvez, mas ainda ninguém soube explicar como. Curiosamente, foi um antigo presidente da Câmara — José Manuel Palmeirim — que me apresentou uma solução com alguma lógica, mas é apenas uma ideia e ele próprio não a aplicou no seu tempo (1959-1961).
O Plano referido na Monografia de Hernani de Barros Bernardo são as linhas mestras da extenção da Vila de Sesimbra, como é obvio não está especificado a malha urbanística já existente em 1941. Houve entretanto o acesso alternativo à R Candido dos Reis, naquela que se chama Av Liberdade contornando o Campo Vila Amália e saindo na Marginal, provocando a cedência do Edifício da Av República onde estava a antiga Farmácia e também um edifício da R Fortaleza. Quanto aos fluxos migratórios dentro do Concelho que tanta celeuma tem criado aconcelho a leitura das condições demográficas - evvolução da população e sua distribuição, referida na Monografia, estou certo poderá ser consultada na Biblioteca Municipal. E já agora perguntem à rapaziada jovem que vive na Freguesia do Castelo, se querem regressar a Santiago. Talvez tenham uma surpresa!
Discordo do ultimo paragrafo do LCPinto , porque sempre que esse fluxo migratório como lhe chama for imposto como foi o caso , não acredito que alguém fique feliz por ser obrigado a viver fora da sua terra .Não sei se faz parte desse fluxo , mas eu sim, e gostava mais de poder viver em Sesimbra.É claro que quanto mais tempo vai passando mais se vai descaracterizando a vila e o seu modo de vida , os amigos vão-se dispersando e quando lá vamos acabamos por nos sentir estranhos na nossa própria terra.
Caro Anón., em relação ao último parágrafo do meu comentário anterior, o surpreendido fui eu. Aceito a sua opinião! Não faço parte do fluxo migrat dentro do Concelho, por razões profissionais fui "chutado" p/ fora do Concelho. Hoje com os acessos facilitados e a "democratização" da viatura própria as distâncias vão-se reduzindo e pensava que era irrelevante o facto de viver no Castelo ou em Santiago em relação ao convívio com os amigos. Passei pela situação de ansiedade à espera do fim de semana para me encontrar com os amigos, eu diria que são as "dores de crescimento", com o tempo passa! Ficamos mais arejados e os horizontes alargam-se, se tivessemos ficado a palmilhar as mesmas pedras da nossa rua, começavamos também com nostalgia de ver os amigos a dispersar, cada um a fazer a sua vida, e da nossa Sesimbra pouco fica, porque o tempo marca tudo. É a juventude que nos foge! Apesar de tudo nunca despi a camisola do Sesimbra! Aconselho-o apenas a reflectir!
Sesimbra, por fora e por dentro: as grutas, a fauna cavernícola e a sua ecologia
Ana Sofia Reboleira, Fernando Correia
"Povoadas por inúmeras lendas e mitos, as grutas são cápsulas do tempo que conservam importantes registos para a construção da nossa identidade, dado que os seres humanos aqui se abrigaram nos princípios da humanidade e deixaram vestígios pré-históricos para memória futura da sua presença", explica Sofia Reboleira. "Mas, talvez mais importante que o passado, é dar a saber que estas albergam hoje estranhas formas de vida, permitindo reinterpretar a história da vida na terra e de como ela se transforma para sobreviver em ambientes tão inóspitos e extremos.", afirma ainda a especialista em fauna cavernícola.
"Exatamente por o tema ser tão singular e estranho, tivemos especial cuidado em criar e estruturar esta obra segundo uma linguagem acessível e motivadora, embora funcional e construtiva no edificar de um saber especial", argumenta Fernando Correia. O responsável pela ilustração da obra salienta: "Fizemos um grande esforço para que isso mesmo sobressaísse quer no discurso escrito, quer ao nível visual, por forma a impulsionar a leitura, e, de caminho, ajudar também a promover a exploração do concelho sob outros olhos. Procurámos construir um livro que cativasse e ensinasse de forma entusiástica — mas sem que pareça uma lição ou sem perder a necessária objectividade e correção científica — e onde a forma como se divulga a Ciência mais atual seja a adequada para a multitude de públicos a que a destinámos."
Além do especial cuidado dedicado ao texto escrito por ambos os biólogos (que contempla várias investigações desenvolvidas no concelho), foi feito um grande esforço para ilustrar profusamente o livro com imagens também inéditas, fotografias e ilustrações, esteticamente interessantes e sumamente didáticas (ao qual se adiciona um design sóbrio, mas fluido).
De realçar que as ilustrações são ilustrações científicas e, como tal, criadas propositadamente para complementar e, às vezes, suplementar, o discurso científico da obra, tornando-a, na perspectiva de um todo, muito mais completo e instigante à descoberta.
Os homens do mar de Sesimbra são sábios. Sempre souberam transmitir o seu conhecimento aos aprendizes atentos, aos capazes,
como escreveu Álvaro Ribeiro, de aceitar a audiência antes da evidência. Grau a grau, ou degrau a degrau, se ascende de moço a arrais, passando por companheiro.
Rafael Monteiro
★
Gama, Cão ou Zarco
Não nasceram aqui.
Quem nasceu aqui foi o barco.
António Telmo
Marés em Sesimbra / Tide table [ mare.frbateaux.net ]
Fotos TrekEarth Photos.
Pesqueiros de Sesimbra (fishing sites)
9 Comentários:
Não acredito.
Em 1941 parecia tudo mais pensado e estudado!
Eram outros os ideais urbanísticos em 1941. Existia uma outra visão. Cassiano Branco, Duarte Pacheco e até Conceição e Silva seriam hoje, simples idealistas, arredados para as teorias académicas. Na época, fizeram o trabalho que hoje, certamente, lhes seria vedado pelo poder do betão.
Mesmo sem conhecer em pormenor o PAE de 1941 atrevo-me a dizer que sempre era melhor do que aquilo que está actualmente onde se percebe não ter havido um planeamento urbanistico da vila nem qualquer critério no desenho das vias , no tipo de construções ,e que apenas obedeceu a outros valores mais altos ,o que descaracterizou a vila e originou o desaparecimento do modo de vida dos indigenas com a imigração forçada para o "campo".
Claro que houve planeamento no crescimento de Sesimbra e critério no desenho das vias: pode-se discordar do que foi feito, mas, mais uma vez, essa argumentação tremendista só baralha as coisas.
O que empurra os Sesimbrenses para fora da vila é um mecanismo económico de oferta e procura. Na realidade esse problema começou muito antes do que se pensa — há provas documentais disso. O problema da habitação é muito antigo em Sesimbra, seguramente anterior à explosão da procura de casas para turismo e segunda residência.
Haveria outro urbanismo que pudesse impedir esse efeito de oferta e procura e, simultaneamente, acolher o desenvolvimento do turismo? Talvez, mas ainda ninguém soube explicar como. Curiosamente, foi um antigo presidente da Câmara — José Manuel Palmeirim — que me apresentou uma solução com alguma lógica, mas é apenas uma ideia e ele próprio não a aplicou no seu tempo (1959-1961).
O Plano referido na Monografia de Hernani de Barros Bernardo são as linhas mestras da extenção da Vila de Sesimbra, como é obvio não está especificado a malha urbanística já existente em 1941.
Houve entretanto o acesso alternativo à R Candido dos Reis, naquela que se chama Av Liberdade contornando o Campo Vila Amália e saindo na Marginal, provocando a cedência do Edifício da Av República onde estava a antiga Farmácia e também um edifício da R Fortaleza.
Quanto aos fluxos migratórios dentro do Concelho que tanta celeuma tem criado aconcelho a leitura das condições demográficas - evvolução da população e sua distribuição, referida na Monografia, estou certo poderá ser consultada na Biblioteca Municipal.
E já agora perguntem à rapaziada jovem que vive na Freguesia do Castelo, se querem regressar a Santiago. Talvez tenham uma surpresa!
Discordo do ultimo paragrafo do LCPinto , porque sempre que esse fluxo migratório como lhe chama for imposto como foi o caso , não acredito que alguém fique feliz por ser obrigado a viver fora da sua terra .Não sei se faz parte desse fluxo , mas eu sim, e gostava mais de poder viver em Sesimbra.É claro que quanto mais tempo vai passando mais se vai descaracterizando a vila e o seu modo de vida , os amigos vão-se dispersando e quando lá vamos acabamos por nos sentir estranhos na nossa própria terra.
Com o passar dos anos tudo muda. Para melhor, para pior? cada pessoa tem a sua verdade.
Caro Anón., em relação ao último parágrafo do meu comentário anterior, o surpreendido fui eu. Aceito a sua opinião!
Não faço parte do fluxo migrat dentro do Concelho, por razões profissionais fui "chutado" p/ fora do Concelho. Hoje com os acessos facilitados e a "democratização" da viatura própria as distâncias vão-se reduzindo e pensava que era irrelevante o facto de viver no Castelo ou em Santiago em relação ao convívio com os amigos.
Passei pela situação de ansiedade à espera do fim de semana para me encontrar com os amigos, eu diria que são as "dores de crescimento", com o tempo passa!
Ficamos mais arejados e os horizontes alargam-se, se tivessemos ficado a palmilhar as mesmas pedras da nossa rua, começavamos também com nostalgia de ver os amigos a dispersar, cada um a fazer a sua vida, e da nossa Sesimbra pouco fica, porque o tempo marca tudo. É a juventude que nos foge!
Apesar de tudo nunca despi a camisola do Sesimbra!
Aconselho-o apenas a reflectir!
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