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sexta-feira, janeiro 30, 2009

Sesimbra
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Sesimbra tornou-se no primeiro porto nacional, em termos de valor do peixe pescado. Que meditem aqueles que achavam que a pesca estava acabada. E parabéns aos pescadores de Sesimbra, desde os armadores que investem mesmo em tempos de crise, até ao mais humilde pescador da mais pequena aiola! Sesimbra became the 1st fishing port of Portugal. Three cheers for the fishermen of Sesimbra!

58 Comentários:

Às 30/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

Começam a aparecer os resultados da criação do parque marinho:
mais peixe = mais pesca !

 
Às 30/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

VAMES EMBORA!!!

 
Às 30/1/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Ignorância anónima. A pesca artesanal, onde se incluem os barcos e as espécies do Parque, diminuíu 1,4% em quantidade. Apenas se valorizou no preço, porque é peixe de qualidade.

O mérito não é do Parque. É dos Pescadores.

 
Às 30/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

Para se saber se os resultados são do Parque ou não, teriamos que saber quais as quantidades e qualidades de pescado que foram capturadas, dado que Sesimbra tem pesca do " alto " logo não é costeira, e só depois é que se pode tirar conclusões.

 
Às 30/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

conversa de pescadores

 
Às 30/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

E, já agora, a quem devemos atribuir o "mérito" da extinção do peixe-espada branco nos mares de Sesimbra ?

 
Às 30/1/09 , Blogger fangueiro.antonio disse...

Parabéns aos homens do mar de Sesimbra, mas acima de tudo à forma como se organizam. Sim, a pesca se bem gerida terá sempre futuro e Portugal é país de mar, portanto tratemos de o olhar de frente como sempre fizemos até a União Europeia (e nosso desleixo) ter confundido as regras do jogo.

Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt

 
Às 30/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

desculpem a minha santa ignorância
mas onde podemos ver o resultado de tanta pescaria?
Nos pescadores de Sesimbra?
Não me parece!
talves o fecho da docapesca de Lisboa tenha um pouco a ver não?
Será que aqueles arrastões todos que vemos atracados ao cais são de tripulação Sesimbrense?
será que no meu tempo em que estava 15 dias no mar e quando chegavamos á terra não tinhamos cais para tirar o peixe do barco
não atingimos estas metas?
Estou a falar de seis ou sete barcos com 30 ou mais toneladas de peixe!
Será que numca atingimos????

 
Às 30/1/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Criou-se esta ideia de que a pesca em Sesimbra morreu, e agora muito hão-de rabiar a tentar negar ou desvalorizar este facto. Quem é sesimbrense do coração não pode deixar de se orgulhar deste facto. Os sesimbrenses desse tempo passado que muitos evocam com saudade, estavam orgulhosos da sua terra ser a 1ª da pesca artesanal (só dessa); e ainda é, mas agora também é o primeiro porto em valor de peixe descarregado, não há como negar isso.

Respondendo às questões: a pesca do arrasto aqui descarregada conta. Mas não há também barcos de Sesimbra a descarregar noutras lotas muito peixe valioso?

No entanto, tomem nota: para este resultado, o arrasto contribui só com 8,7%. O cerco com 15%. E a artesanal com 76%.
Somando: cerco + artesanal = 91%!

Creio que a lota agora está melhor equipada e tem mais horas de abertura.

Ando a referir a importância da pesca há muito tempo, e a ser ignorado — gozado até. Não sei o que inventarão mais para tentar desvalorizar a pesca e os pescadores de Sesimbra: já ouvi ironias, piadas, "explicações" inventadas no momento por quem nunca olhou para os números. E agora como explicam o primeiro lugar de Sesimbra?

Terão que vir pessoas de fora, como este amigo comentador de Caxinas, para podermos ter algumas palavras de bom senso?

Desenvolvi um pouco mais este assunto no Sesimbrense de hoje — peço desculpa pela publicidade — também lá explico que o que aumentou extraordinariamente, não foi tanto a quantidade, mas a produtividade. Quem tiver dúvidas que leia.

 
Às 30/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

Então está certo,
como temos os arranstões a virem vender o seu peixe a sesimbra, sejam eles de peniche, de olhão ou de vigo, o valor do pescado entra nas contas da lota de sesimbra. Diga-me lá quantas familias sesimbrenses conhece que diga que a pesca está boa?
E já agora fala-se em 91% mas diga lá em concreto essa divisão de precentagem!
talvez 85% de arranstão e 6% de artesanal. A pesca vai bem? Só se for para quem vai á Zagaia. Mas está de parebens por levantar essa duvida.

 
Às 30/1/09 , Blogger Clube Europeu ESJAL disse...

Viva! Os sucessos são sempre para celebrar!

 
Às 30/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

Sesimbra está de parabens, mas só por ser o 1º. Mas os pescadores sesimbrenses, os do mar passam mais dias fora de portas, os de terra, mais horas de trabalho e cada vez mais e mais. Mas penso que tanto os pescadores da artesanal como os da pesca tradicional se sentem orgulhosos de serem o 1º porto, com ou sem arrastões. Mas não se esqueçam, que os barcos do peixe-espada preto, alguns, pescavam ao largo de Peniche , já estão mais ao norte.

 
Às 30/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

Penso que os parabens devem ser endossados aos gestores da Docapesca por terem garantido uma quantidade de barcos de outras paragens a virem ao porto de Sesimbra fazer a decarga e assim aumentarem o valor de pescado transaccionado nesta lota. Não esquecer que a quase totalidade do peixe espada preto (artesanal)não passa pela lota, assim sendo os tais 76% referem-se a que espécies ? Xaputas ? Peixe espada branco? gorazes ? chernes ? imperadores ? Em Sesimbra há menos pescadores, há menos barcos de pesca registados, há menos peixe no nosso mar , há menos actividade comercial na vila relacionada com a pesca , etc, etc . Vai daí soma-se ,multiplica-se ,pintam-se os numeros e ... Aleluia ,já somos os maiores ! Vão brincar ...

 
Às 31/1/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Este último comentador só vem dar razão ao que eu escrevi: hão-de tentar mil e uma coisas para tentar negar. No entanto, não adianta um único número, apenas generalidades. Mas acaba por confirmar outra coisa que eu escrevi: muitos barcos de Sesimbra descarregam capturas valiosas noutros portos. Ora, caro comentador, isso compensa e provavelmente ultrapassa o que alguns barcos de fora vêm cá vender. Se fizessemos essas contas (subtrair o que é de barcos de fora e incluir o que é de barcos nossos que vendem fora) talvez a posição de Sesimbra ainda fosse superior.

 
Às 31/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

Gostava de agradecer ao Sr. Aldeia da maneira como aborda a pesca em Sesimbra, afinal continua a ser a maior actividade económica do concelho e a que mais exporta, contribuindo assim para equilibrar a balança comercial do nosso Pais.
A Artesanalpesca exporta filetes de peixe pada preto para vários paises, os barcos do Espadarte exportam para Espanha e Itália, as Traineiras exportam toda a cavala capturada para Espanha.
Estas capturas em nada têm haver com o parque marinho, isto porque as capturas de que mencionei não se criam junto à costa.

PARABENS AOS PESCADORES DE SESIMBRA

Com tanto desemprego a pesca é talvez a unica actividade económica que continua a criar emprego, pena é que cada vez existe menos gente a abraçar esta Profissão.

 
Às 31/1/09 , Anonymous Anónimo disse...

Perante tanta exaltação à actual situação da pesca em Sesimbra só me apraz dizer : Dediquem-se à pesca !

 
Às 31/1/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Amigo, pode concordar ou discordar, mas responder dessa maneira, e anonimamente, não lhe fica bem.

 
Às 1/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

sr joao aldeia ,sou leitor assiduo e admirador confesso deste blog.mas permita-me discordar da ideia que o sr está a querer passar de que a pesca está muito bem em sesimbra.
O nº de pescadres activos ,é muito menor do que antes,grande parte dos pescadores foi trabalhar para as obras,para a camara municipal e ate para pedreiras e camionistas,so nao vê quem nao quer,e os numeros que apresenta nao me dizem nada!!esses resultados tem realmente a ver com o fecho da docapesca de lisboa e a vinda de muitos barcos para cá.o que nao quer dizer que seja negativo,muito pelo contrario é preferivel ter uma doca xeia de peixe do que vazia venha ele de onde vier,agora querer dizer que os pexitos vivem muito bem da pesca é outra coisa...sem mais

 
Às 1/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

O anónimo anterior diz que vieram muitos barcos da Docapesca de Lisboa, eu digo-lhe por conhecimento da causa que só vieram 2 arrastões são eles o "Leonis e o Cruz de Malta", pontualmente vêm outros, a pesca em Sesimbra, claro que têm as suas dificuldades como sempre tiveram, acontece que tanto os Armadores como os Pescadores souberam unir-se e adaptarem-se ás novas realidades.
A maior dificuldade actual é a mão de obra ao contrário de outras empresas, isto porque muita gente descarta o mar como vida profissional, e foi por isso que uma empresa de pesca de Sines recorreu a mão de obra Asiática porque em Portugal cada vez é mais escassa.

 
Às 1/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

a malta quer é ir para a camara.. ir pro mar tá quieto.

 
Às 1/2/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Sr. anónimo, leitor assíduo: agradeço o seu comentário, mas gostava que corrigisse a sua opinião de que quero passar a ideia de que «a pesca está muito bem em Sesimbra». Quer neste blog, que no jornal O Sesimbrense, onde desenvolvo mais o assunto, tenho afirmado o seguinte: que a pesca em Sesimbra não desapareceu nem vai desaparecer, que tem muitos problemas, e que um desses problemas é a imagem exageradamente negativa que fazem dela, tornando-a pouco atractiva para os jovens, e que Sesimbra é o primeiro porto de pesca nacional em valor.

Em lado nenhum escrevi que a pesca está muito bem.

O peso da pesca do arrasto é mínima: menos de 9%. Mas são barcos que utilizam o porto de Sesimbra e os serviços da Docapesca de Sesimbra: isso conta para a economia sesimbrense.

Alguns problemas da pesca em Sesimbra: desvalorização da profissão de pescador, propaganda sindical com repetição exaustiva de que "a pesca vai morrer", (e em consequência) pouca atractividade dos jovens, políticas "ambientalistas" selvagens que defendem o peixe e desprezam a comunidade humana, política europeia de pescas que não compreende a importância cultural e económica das artes tradicionais.

Agora os pontos fortes da nossa pesca: um porto relativamente seguro e praticamente aberto para o mar, forte experiência de resistência às crises com grande capacidade de adaptação, organização do trabalho flexível e solidária (as companhas), fácil adaptação a novas tecnologias, diversidade de artes de pesca, uma filosofia de vida e trabalho com muitos séculos, um forte sentido comunitário e grande sentido de humor.

Diga-me lá então quais destas afirmações estão erradas.

 
Às 1/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Esqueceu-se da nossa Policia maritima com todo o seu zelo,
que contribui e muito para a nossa classe piscatória.

 
Às 1/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

"... políticas "ambientalistas" selvagens que defendem o peixe e desprezam a comunidade humana.."

Oh sr. Aldeia, custa-lhe a entender que ao defender o peixe estamos a defender a pesca e os pescadores ? Foi justamente a falta dessas tais "políticas ambientalisatas" que levou ao desaparecimento de espécies emblemáticas do mar de Sesimbra como o peixe-espada branco,o espadarte e a chaputa ! Quantos empregos nas pesca é que teriam sido preservados se essas espécies não tivessem sido praticamente exterminadas ? Desculpe que lhe diga, mas essa conversa dos ambientalistas defenderem os bichos e desprezarem a comunidade humana é apenas "conversa da treta" e o senhor sabe-o bem !

MP

 
Às 1/2/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Sr. comentador, veja lá não retire a minha afirmação do contexto, pois eu estava a referir-me apenas ao problema de Sesimbra: a legislação do POPNA, pelo Ministério do Ambiente com o apoio científico do ISPA (exactamente, Psicologia dos Peixes!). Foi um processo nítido aplicação de «políticas "ambientalistas" selvagens que defendem o peixe e desprezam a comunidade humana». Inclusivamente violam a prática europeia que prevê compensações para os pescadores afectados pela redução das suas áreas de pesca. O próprio director do parque, Celso Santos, admitiu que essas compensações estavam a ser estudadas e depois, por causa das restrições orçamentais, receberam indicações para as abandonar. Mas para plantar "pradarias" nos fundos do Portinho, para isso já arranjaram dinheiro .

E agora estão a preparar outra anedota: uma equipa de universitários vem para Sesimbra prover as "pazes" entre a comunidade piscatória e as autoridades. É verdade! Tudo financiado pela Gulbenkian. Financiamento para os pescadores? Da-ha! Financiamento mas é para os senhores cientistas!

 
Às 1/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Gostava de deixar uma palavra ao Sr anónimo que fala na mão de obra asiática,e na união entre Armadores e pescadores.

Na 1ª questão vou-lhe dizer que a escolha foi inteligente!
Quando é que esses pobres vão poder queixar-se?
quando aprenderem a falar o Portugues!

Na 2ª questão essa união foi benéfica para quem?
Armadores?
Pescadores?

De certeza que nunca andou na vida do mar!
Ou então é dono ou familiar de alguma dessas empresas!
Nunca sentiu na pele os dias de arduo trabalho para quando o dia das contas"Salário" ter-mos de pedir dinheiro emprestado ao armador para não ir de mãos a abanar para casa digo por experiencia própria fujam do mar miudos deixem isso prós chinócas!!!

 
Às 1/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Estou completamente de acordo com a atribuição de compensações aos pescadores que sejam prejudicados por restrições impostas em nome da preservação dos recursos marinhos. Se não são atribuídas, deviam ser. Agora uma coisa é certa: os pescadores são como todas as outras pessoas – pensam sobretudo em si. Se puderem matar 100 peixes em vez de 10 - matam 100. Se puderem usar artes ilegais sem serem descobertos - usam-nas ! Se capturarem peixes com tamanho inferior ao permitido por lei - não faz mal porque senão for eu a fazê-lo será outro qualquer. Agora diga-me uma coisa sr.
Aldeia: com mentalidades destas como é que se há-se fazer uma gestão equilibrada dos recursos marinhos, que são de todos nós, sem se estabelecerem limites, restrições e interdições ? Diga-me se souber ... mas não me venha com o argumento de que a solução está na educação para a cidadania porque isso já andamos a fazer há muito anos e os resultados estão à vista.

MP

 
Às 1/2/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Todos os seres humanos e têm comportamentos que podemos classificar como um misto de egoismo (no sentido de procurarem maiores proveitos) e altruismo (capacidade de restrição em nome de um bem comum); o que escreveu tanto se aplica a pescadores como a políticos ou investigadores universitários: são apenas seres humanos. Quando gente mais informada fala sobre este assunto, tende a considerar os pescadores suspeitos e os funcionários públicos do ministérios do Ambiente como santos (mesmo quando consideram o Governo e a Administração Pública em geral como suspeitos, por princípio).

Por isso, teria sido importante que o processo negocial que levou ao Parque Marinho tivesse decorrido de forma transparente, participada e negociada. Tal como correu, perdemos todos. E o Estado e as autoridades marítimas pederam o respeito da comunidade. Uma solução consensual que tivesse sido aceite pelos pescadores defenderia melhor a sustentabilidade ambiental.

A Ciência devia investigar e provar o que investiga. A verdade é que, talvez devido à nossa dimensão, o que temos quanto ao mar são investigações sobre parcelas infimas da realidade, que não permitem uma visão de conjunto ou dizer porque desapareceram algumas espécies: sobrepesca? Arrasto? Poluição? Apanha de algas? Alterações climáticas? O que há é tudo story telling.

Não só a Ciência não fez o que devia, como se prepara agora para uma intervenção que não está nas suas competências: participar num conflito como árbitro. Quem lhes deu tal mandato? Quem os elegeu? Que autoridade científica têm no domínio no domínio da Política (porque é o do que se trata, Política no seu sentido amplo). Os investigadores, como qualquer outra comunidade, também procuram "maximizar" os seus proveitos. E quem os monitoriza? A quem prestam contas?

Concordo que o problema não está na "educação", "mudança de mentalidades": tretas! Sim, tem de haver restrições e limitações, mas têm de nascer do diálogo e do consenso. Se é isso que se faz noutras ãreas de conflito de interesses, porque haveria de ser diferente nesta?

 
Às 1/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Ultima hora : A fila que começa à porta da Delegação Marítima já chega à Galé , tal é a afluencia de futuros pescadores em busca de um lugar nesse Maná que é a pesca sesimbrense . Segundo se apurou tiveram que mandar vir de Setúbal a força de intervenção rápida da GNR para manter a ordem.Parece até que já houve quem hipotecasse as mobilias para aviar o saco.

 
Às 2/2/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Finalmente, alguém com sentido de humor.
Mas com a falta de gente na pesca, e o desemprego a subir, não sei não...

 
Às 2/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Causa-me alguma estranheza a sua desconfiança em relação à Ciência e aos investigadores portugueses. Será que os investigadores terão interesses obscuros que os levam a falsear a informação que serve da base às decisões políticas? Quando eles afirmam que os níveis de captura têm que ser diminuídos, sob pena de hipotecarmos definitivamente a sustentabilidade dos recursos, estarão a ludibriar os decisores políticos? Com que interesse? Como bem sabe, o desempenho de um cientista ou investigador é avaliado pelo número e pela qualidade dos artigos que publica e pelos projectos que lidera. Sugerir que o parque marinho foi criado para servir o interesse dos investigadores não me parece justo. Como se os investigadores fossem neste país um lóbi com capacidade de influenciar o poder político. Antes o fossem.

O sr. Aldeia pode apresentar-nos as suas estatísticas do pescado desembarcado na lota de Sesimbra. Mas isso não altera uma realidade que parece não querer enxergar: a pesca excessiva e ilegal nos últimos 40 anos tem vindo destruir o mar de Sesimbra a um ritmo alarmante. Se nada se fizer, ainda corremos o risco de ver um dia a Artesanalpesca a produzir filetes de tainha ou lombinhos de boga, porque o peixe-espada preto será apenas uma saudosa recordação tal como hoje é o seu primo branco. No seu entender, o processo de criação do parque marinho não se apoiou no diálogo nem gerou consenso. Pode até ser, mas, pelo menos, foi um sinal de aposta na preservação dos recursos da pesca !

Mário Pinho (MP)

 
Às 2/2/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

     MP: creio que não me expliquei bem: tem uma atitude reservada quanto à pesca (dada a natural tendência para pescar o possível) mas dá carta branca à comunidade científica — porquê? São menos humanos? São seres superiores?
     Sabe quem apoiou cientificamente este Parque Marinho? Sabe porque é que a Faculdade de Ciências ficou de fora e pareceres seus (pelo menos um, que eu tenha tido conhecimento) foram ignorados?
     A sua análise é parcial: diz que, mesmo que o processo negocial tenha sido mal feito, mesmo assim, é bom. Está a dar mais importância às comunidades naturais do que à comunidade humana: tem fundamento filosófico para essa prevalência?
     E já agora: conhece a comunidade piscatória sesimbrense? conhece a sua história? conhece a sua cultura? E sabe porque desapareceu o peixe-espada branco? E pode dizer-nos se ele vai regressar após estas medidas, e dentro de quanto tempo?
     E uma última: sabe porque é que o ISPA prevaleceu sobre a Faculdade de Ciências?
     Desculpe-me tanta pergunta, mas é que há um facto histórico que prova que a comunidade sesimbrense queria um parque marinho, uma reserva para defesa das espécies, pediu-o mesmo, com abaixo-assinado, mas foi ignorada pelo Estado. A criação do actual Parque é um acto político (com letra pequena), não uma acção Ambiental: puro disfarce.

 
Às 2/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

"E agora estão a preparar outra anedota: uma equipa de universitários vem para Sesimbra prover as "pazes" entre a comunidade piscatória e as autoridades. É verdade! Tudo financiado pela Gulbenkian. Financiamento para os pescadores? Da-ha! Financiamento mas é para os senhores cientistas!"

Sr J. Aldeia, as suas generalizações são perigosas. Muito perigosas e, em muitos casos, injustas. Tal como vem a reconhecer noutro comentário posterior: "Sabe quem apoiou cientificamente este Parque Marinho? Sabe porque é que a Faculdade de Ciências ficou de fora e pareceres seus (pelo menos um, que eu tenha tido conhecimento) foram ignorados?"

É que incluir os cientistas da FCUL na sua generalização é muito injusto. Conhece certamente as pessoas que emitiram os tais "pareceres ignorados" (nomeadamente o Prof. Carlos Sousa Reis, que esteve em Sesimbra há pouco tempo num evento organizado pelo grupo Observa) e sabe da qualidade do seu trabalho.

Mas é a sua habitual forma de estar: agressividade quanto baste e, em alguns assuntos, revelador de alguma ignorância (quando lhe convém). Por exemplo, o que é que os cientistas financiados pela Gulbenkian vêm cá fazer a Sesimbra? Sabe alguns pormenores? Se sabe, então diga e explique porque é que é uma "anedota"?

 
Às 2/2/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

É apenas informação, e penso que é útil a sua divulgação. Não o escrevi com nenhuma irritação.

Se por acaso sabe que alguma coisa do que eu disse não está certa, queira dizê-lo (é curioso não o ter feito, como é curioso que o assunto o tenha irritado).

 
Às 2/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Realmente em Sesimbra há mais Doutores do que pescadores vão para o mar como eu para saberem como é não , o mar é um poço ,como estâo tão preocopados conosco

 
Às 2/2/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Amigo: a minha profissão é de economista. Tenho essa formação e trabalho há muitos anos como tal, e creio que posso falar sobre a economia das pescas.

Os meus antepassados foram pescadores de Sesimbra. Respeito os pescadores e a sua profissão. Agradeço a sua visita e comentário.

 
Às 2/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Que estudos conhece o Sr. Aldeia relativamente às consequências socioeconómicas das medidas restritivas implementadas no parque marinho ?

MP

 
Às 2/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

sr. aldeia alem da faculdade de ciências não terem sido houvido no processo,tambem se ("ESQUECERAM")do IPIMAR que quanto a nós pescadores,cientificamente são só quem máis estão habilitados.quanto aos tecnicos do ISPA que fizeram o regulamento do POPNA,esses pediram desculpas a alguns pescadores,e disseram que o tinham que fazer de acordo com quem o encomendou e pagou o governo/ministerio do ambiente.Sr aldeia quanto a esse MARIO PINHO (MP)não se rale vozes de burro não chegam ao céu:

 
Às 2/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Este blogue é muito democrático. Desde doutores até broncos e trogloditas - como é o caso do anónimo que me antecede - todos paasam por cá.

 
Às 2/2/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Relativamente a este último comentário: contém alguma ideia? Não, apenas um ataque pessoal. Deixo o comentário apenas para se perceber. Próximos comentários com esta "profundidade" serão apagados.

MC: conheço o estudo adjudicado pela Câmara e que está a ser realizado pela Faculdade de Ciências.

 
Às 2/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Se conhece apenas um estudo ainda em fase de execução, presumo então que avaliação que faz dos impactes socioeconómicos negativos do parque marinho é meramente subjectiva.
MP

 
Às 2/2/09 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

MP: a que afirmação minha é que se refere, mais exactamente?

 
Às 2/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

41 comentários e nada dito!
por vezes pergunto-me?
Á quem diga que é das algas
Á várias opiniões
Não,não foram os arrastões!
Digam-me como é que os bancos de pesca marroquinos com quase todo o mundo a pescar por lá sempre foram e são tão abastados?
Há lá toda a forma de pesca!
Por favor não me digam que a culpa de desaparecer a Chaputa e o peixe espada branco da nossa costa foi de meia duzia de barquitas que por aqui existiam!!!
Pois em minha opinião,eu acho que quanto menos pesca menos peixe!
O peixe como todos nós precisa de comida.
Comida essa que lhes foi tirada pelas mudanças ambiantalista que nós Sesimbrenses autorizamos por cá!
agora meus amigos o peixe foi comer a outra esquina!
Lembro-me da pedra do Zé Manél,da pedrancha dos passadiços e de sempre que me apetecia ia para lá e apanhava um balde de peixe!
Na Arrábida pescavamos navalheiras aos montes até de dia
Onde para todas es algas que por aqui existiam?
enterradas talvez!

Meus senhores a menos que vós politicamente queiram a culpa NÃO É DO PESCADOR!!!!!

 
Às 3/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Lembram-se à 40 anos quando se apanhavam corvinas?
Não foram os Pescadores a dizimarem, mas sim a Poluição que todos nós propurcionamos nos nossos Rios, nos 2 ultimos anos apanhou-se Corvinas com a desactivação da Lisnave com as ETARS o peixe que tem um trajecto de vida identica à do Salmão voltou ao Rio Tejo e ao mar.
O meu Pai é Pescador, e desde de o Natal apenas foi ao mar 5 vezes isto porque os Biologos (Intelectuais)imposeram uma paragem biológica, sem contra partidas financeiras, com a agravante deste inverno chegaram ao fim do mes com uma mão de nada.
E se um barco tiver a sorte de apanhar Corvinas, não as pode vender, toda a venda é encamihada para a Policia Maritima.
Lembro-me em miudo mergulhar e ver montes de limos onde os peixes desovavam, e agora vejo pedras carecas com uma nata que não deixa as algas desemvolverem-se, tudo porque temos uma secil em pleno Parque Natural e Pedreiras, depois querem fazer do Pescador o bode espiatório.
E onde estavam os Biologos e Ambientalistas quando a Marinha afundou o São Gabriel junto à nossa costa cheio de munições?

Os Biologos nos estudos que fazem deviam incluir um mes a trabalhar como Pescador e com o seu ordenado...

 
Às 3/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Não vamos eternizar esta pequena troca de pontos de vista. Não voltarei a intervir sobre este assunto, pelo menos por agora. Continuo a pensar que os valores naturais existentes no litoral de Sesimbra justificam as medidas de restrição e de interdição da actividade da pesca. Admito que essas medidas poderão ter algum impacto negativo na actividade de alguns pescadores, e, por isso, estou de acordo consigo quanto à necessidade de se criarem mecanismos para compensar esses pescadores de eventuais prejuízos. Fico no entanto a aguardar que me demonstre que as medidas restritivas implementadas pelo parque marinho têm consequências socioeconómicas gravosas e põem em causa a sustentabilidade do sector das pescas em Sesimbra. Estou convencido que, mais tarde ou mais cedo, os pescadores virão a perceber que é no seu interesse e para melhorar as suas condições que este parque foi criado. Mas estou igualmente ciente que o parque, por si só, não é a panaceia que vai inverter o declínio da vida marinha.

MP

 
Às 3/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

O comentador mendogas deve estar a brincar.
Com que então os bancos de pesca marroquina ainda são abastados. São de tal maneira abastados que até correram com os barcos de UE de lá para fora.

E o desaparecimento do peixe-espada branco ? Meia dúzia de barquitas ? Pergunte aos mais antigos quantos deles é que andavam envolvidos na pesca do peixe-espada. Até conseguiram dar cabo dele no Gorringe !

Na Arrábida pescava navalheiras aos montes até de dia, não é ? Se tivesse sido menos ganancioso e tivesse pescado menos navalheiras talvez hoje ainda as conseguisse apanhar. Alguma vez se preocupou em deixar as ovadas viver ? Faço ideia ! Depois desculpam-se com a poluição, que tem as costas largas. E as redes ilegais ? E as redes junto à pedra ? E a caça submarina de noite, e com botijas ? Se calhar acha que são práticas que dão saúde ao peixe.
Pesquem, mas não destruam. As próximas gerações também têm o direito de ganhar o seu sustento no mar.

 
Às 3/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Pois eu acho que em marrocos o que acabou foram os barcos o peixe esse continua lá.
os marroquinos tiraram de lá os barcos da UE porque não aceitaram as suas condições.
Não foi por falta de peixe!
Já agora diga-me carissimo
não há peixe no garrinche(no meu tempo assim apelidavamos este banco de pesca)???
Diga-me quais são os barcos de aparelho que por lá teem andado?
No meu tempo dizia-se que o mar não tinha portas e o peixe esse não está ali á nossa espera!
È preciso procurar e isso não é pra toda a gente!
É mais facil dizer que já lá não há nada
estivesse entre nós certos e determinados Mestres e veriamos se havia peixe ou não.

 
Às 3/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Diziam-me os mais velhos que o peixe anda sempre atrás da "comedia" esta normalmente é ou pequenos peixes,camarões saidos das ovas que foram deixadas nas algas
Onde estão as algas da nossa costa?
Não me digam que foram vendidas em lota pelos nossos pescadores.

 
Às 3/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

O desaparecimento das algas laminárias é uma realidade que pode eventualmente contribuir para a diminuição dos stocks de peixe. Mas ninguém sabe ao certo. O que está mais que provado é que o esforço de pesca excessivo leva ao colapso dos pesqueiros. É triste verificar que os nossos pescadores profissionais nunca admitem qualquer responsabilidade no desaparecimento do peixe. Ele é a poluição, o desaparecimento das algas, as alterações climáticas, a UE, os espanhóis .... tudo serve para alijar responsabilidades. Mas o que é mais engraçado é que eles próprios também se acusam mutuamente. Os da pesca do anzol dizem que a culpa é das redes . Os das redes dizem que o culpado é o arrasto. Então, srs. pescadores - em que é que ficamos ?

 
Às 4/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

48 comentários é obra! Anda muita gente a animar este blogue.
O Dr. Aldeia tem conseguido provocar e alimentar a polémica e assim, estimular e promover a curiosidade em consultar o seu blogue. Parabéns!

PS: Não pense que estou a ser irónico. Estou mesmo a dar-lhe os parabéns pelo número de comentadores que tem.

 
Às 4/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Carissimo amigo.
Sou João mas não sou Aldeia!E na posição de comentador deste blog
digo-lhe que se o Sr não estivesse
sobre anónimato nós tambem poderiamos alegrar o seu.
Porque a blogsfera é isto mesmo

 
Às 5/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Alguns continuam a achar que existe excesso de pesca e de barcos , lembrem-se que desde 1986 abatemos 2/3 da nossa frota.
Então pela logica de alguns com a falta de dinheiro que por ai anda comecemos a fechar bancos e outras actividades...porque quererem continuar a fazer dos Pescadores bodes espiatórios?
No Parque Marinho não se pode apanhar em areas de areia (fundo tipo deserto) Sardinha, Carapau ou Cavala peixes que são de arribação que vêm da fundura.
Digam-me com o temporal que tem estado nestas ultimas semanas se o Pescadores não podiam ganhar a vida nesta area que faz abrigo às Nortadas em vez de arrescarem a vida noutros mares.

 
Às 6/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Na parque marinho não se pode apnahar cavalas, sardinhas e carapaus em áreas de areia ? Onde é que isso vem escrito ?

 
Às 6/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Vou dar um exemplo ao anónimo anterior à uns anos as Traineiras sempre que estava temporal, muitas vezes pescavam na varanda pelas 30 a 40 braças, num fundo de areia sem algas e peixes bonitinhos como se vê nos corais do Pacifico.
As Traineiras utilizam redes que apenas podem pescar em areia e até ás 40 braças,com a introdução do Parque Marinho e da Arrábida, os Pescadores foram penalizados, e a Secil e a Sonae em Troia, sempre se pescou em Sesimbra, já dizia o Camões nos Luziadas "A BELA PISCOSA".
Agora apareceram uns Biologos a quererem mostrar serviço à Comunidade Europeia (a pendura de fundos comunitários )e como vosses de burro não chegam à Secil nem à Sonae, acharam que chegavam à comunidade Piscatória condicionando a sua actividade que dura à séculos.

Saibam ainda que actualmente está instalado na Marinha Portuguesa Hobies para comandante de porto isto porque quanto mais multarem maior é o vencimento no final do mês, alguns recusam inclusive subirem de posto, para ficarem com o Tacho de Comandante de Porto.

 
Às 7/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Quem assim fala não é gago.

 
Às 7/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Mas afinal porque é que não podem pescar nesses fundos de areia ? Não consegui perceber com a explicação anterior.

 
Às 8/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

Simplesmente pelo facto de o Parque Marinho restringir a pesca dentro de 3/4 de Milha acontece que a meia milha poderia-se pescar em fundos de areia em que só se apanhava especies provenientes da fundura.
Quem delineou o limite do Parque não olhou nem considerou os fundos, simplesmente traçou uma linha recta, prejudicando a Pesca.
Acontece que essa pesca em nada prejudicava as especies protegidas
do parque, e em muito prejudica a segurança e os bolsos dos pescadores, porque tem de ir pescar mais longe.

 
Às 8/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

OK. Obrigado pela explicação.

 
Às 9/2/09 , Anonymous Anónimo disse...

ATENÇÃO QUE NÃO SÃO SÓ OS COMANDANTES DE PORTO A ENCHEREM-SE À CUSTA DO RECREIO E DOS PESCADORES ,VEJAM AO FIM DO MÊS A DIFERENÇA DE O ORDENADO BASE DE UM POLICIA MARITIMO E DO QUE ELES LEVAM PARA CASA.

COM AS CALÇAS DO MEU PAI TAMBÉM EU ERA HOMEM...

 

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