Uma palmeira peregrina extasia-se a ver o mar, desafiadora, resiste ao vento. Erecta, simples, floresce para observá-lo, depois desta vitória deixar-se-á morrer.
Oh JOÃO ALDEIA, quero-te dar os meus sinceros Parabéns, pelo excelente site que tens sobre a Nossa Sesimbra ( sem esquecer O Campo) . Descobri-o através de uma nossa Amiga que está no Brasil e não esquece a Terra onde cresceu e traz no coração,'' Constança Lucas '', e em boa Hora. Já agora aproveito para passar a mensagem sobre o trabalho dela que pode ser visto na NET. Vou continuar a visitar estas belas imagens, com um Gabraço. Helder Lameiro
É engraçado como uma imagem pode distorcer a realidade. Quem diria que a escassos metros desta praia paradisíaca se erguem verdadeiros monstros de betão. Até parece uma foto retirada daqueles folhetos propagandísticos que as agências de viagem utilizam para vender gato por lebre !
Esta imagem não distorce a realidade, porque reproduz, ainda que apenas a duas dimensões, a ponta do Caneiro, visto da rua Varandas para o Mar. No entanto, acredito que, no seu caso, e no mesmo local, escolhesse outro enquadramento, incluindo aquilo a que chama monstros e salientando o que têm de feio. São opções. É como diz aquele ditado: quando o poeta aponta a Lua, há quem só se lembre de olhar para o dedo.
Concordo consigo. A tendência para apresentar o mundo como desavindo e desvairado, exagerando nas cores negras, desvalorizando sistematicamente o que é belo e bom, com a responsabilidade sempre convenientemente atribuída a terceiros, só pode ter essa função anestesiante. O facto dessa ladainha se repetir sempre na voz de cada geração em face da mudança de turno, atavismo duma sociedade rural onde era preciso avantajar a desgraça para minimizar o tributo, só reforça o papel do chorinho na redenção da culpa. Há uma diferença no entanto, decorrente da aceleração do tempo psicológico: os nossos antepassados Romanos choravam as glórias de gerações muito antigas, mas agora calha que a virtude tem perna curta: nascemos e o Mundo foi perfeito (o tal Paraíso), depois distraímo-nos e estragaram tudo — e tinha logo que acontecer no nosso tempo, já é azar! (e muita coincidência também...)
Aproveito também para adiantar qualquer coisa ao comentário da Maria Elisa: o que me atraíu a tirar a fotografia não foi qualquer beleza selvagem, mas sim um ponto de vista de que eu não me recordava, sobre um local onde se viu um pouco da maldade humana, na tal era de antes do betão, exercida sobre gente desgraçada que ali praticava, por necessidade, a prostituição feminina e masculina. Sem mais pormenores.
Outra coisa que me atraíu a fotografar foi a horta que se encontra numa pequena plataforma sobre a praia, e que deve ter passado despercebida a muitos dos que olharam para a fotografia.
Finalmente, um fait-divers: não tinha pensado publicar esta fotografia: tem duas diagonais (da encosta e da palmeira) que se cruzam de uma forma pouco elegante; e pensei: isto até parece o símbolo dos Xutos. Mas quando cheguei ao fim do dia e não tinha outra fotografia recente, teve de ser.
Apesar das suas bonitas consideraçãoes, continuo a achar que a foto é redutora, não reproduzindo fielmente a realidade da paisagem que retrata. De qualquer forma, trata-se de uma fotografia bem conseguida. Vou até colocá-la como fundo no monitor do meu computador.
Tem razão, é a florescência de uma piteira (agave americana), mas também tem a designação popular de palmeira. Era das folhas desta planta que se tirava a "pita", designação que depois passou para o fio de nylon. Batia-se com as folhas numa pedra, até sobrarem apenas os fortes filamentos, que eram depois entrançados.
Sesimbra, por fora e por dentro: as grutas, a fauna cavernícola e a sua ecologia
Ana Sofia Reboleira, Fernando Correia
"Povoadas por inúmeras lendas e mitos, as grutas são cápsulas do tempo que conservam importantes registos para a construção da nossa identidade, dado que os seres humanos aqui se abrigaram nos princípios da humanidade e deixaram vestígios pré-históricos para memória futura da sua presença", explica Sofia Reboleira. "Mas, talvez mais importante que o passado, é dar a saber que estas albergam hoje estranhas formas de vida, permitindo reinterpretar a história da vida na terra e de como ela se transforma para sobreviver em ambientes tão inóspitos e extremos.", afirma ainda a especialista em fauna cavernícola.
"Exatamente por o tema ser tão singular e estranho, tivemos especial cuidado em criar e estruturar esta obra segundo uma linguagem acessível e motivadora, embora funcional e construtiva no edificar de um saber especial", argumenta Fernando Correia. O responsável pela ilustração da obra salienta: "Fizemos um grande esforço para que isso mesmo sobressaísse quer no discurso escrito, quer ao nível visual, por forma a impulsionar a leitura, e, de caminho, ajudar também a promover a exploração do concelho sob outros olhos. Procurámos construir um livro que cativasse e ensinasse de forma entusiástica — mas sem que pareça uma lição ou sem perder a necessária objectividade e correção científica — e onde a forma como se divulga a Ciência mais atual seja a adequada para a multitude de públicos a que a destinámos."
Além do especial cuidado dedicado ao texto escrito por ambos os biólogos (que contempla várias investigações desenvolvidas no concelho), foi feito um grande esforço para ilustrar profusamente o livro com imagens também inéditas, fotografias e ilustrações, esteticamente interessantes e sumamente didáticas (ao qual se adiciona um design sóbrio, mas fluido).
De realçar que as ilustrações são ilustrações científicas e, como tal, criadas propositadamente para complementar e, às vezes, suplementar, o discurso científico da obra, tornando-a, na perspectiva de um todo, muito mais completo e instigante à descoberta.
Os homens do mar de Sesimbra são sábios. Sempre souberam transmitir o seu conhecimento aos aprendizes atentos, aos capazes,
como escreveu Álvaro Ribeiro, de aceitar a audiência antes da evidência. Grau a grau, ou degrau a degrau, se ascende de moço a arrais, passando por companheiro.
Rafael Monteiro
★
Gama, Cão ou Zarco
Não nasceram aqui.
Quem nasceu aqui foi o barco.
António Telmo
Marés em Sesimbra / Tide table [ mare.frbateaux.net ]
Fotos TrekEarth Photos.
Pesqueiros de Sesimbra (fishing sites)
13 Comentários:
Uma palmeira peregrina extasia-se a ver o mar, desafiadora, resiste ao vento. Erecta, simples, floresce para observá-lo, depois desta vitória deixar-se-á morrer.
Eu
que bela foto do caneiro e que peixes se matava ali ao mergulho na na "roda"
Tão bem!
Oh JOÃO ALDEIA, quero-te dar os meus sinceros Parabéns, pelo excelente site que tens sobre a Nossa Sesimbra ( sem esquecer O Campo) .
Descobri-o através de uma nossa Amiga que está no Brasil e não esquece a Terra onde cresceu e traz no coração,'' Constança Lucas '', e em boa Hora. Já agora aproveito para passar a mensagem sobre o trabalho dela que pode ser visto na NET.
Vou continuar a visitar estas belas imagens, com um Gabraço.
Helder Lameiro
paraíso
É engraçado como uma imagem pode distorcer a realidade. Quem diria que a escassos metros desta praia paradisíaca se erguem verdadeiros monstros de betão. Até parece uma foto retirada daqueles folhetos propagandísticos que as agências de viagem utilizam para vender gato por lebre !
Ele
Esta imagem não distorce a realidade, porque reproduz, ainda que apenas a duas dimensões, a ponta do Caneiro, visto da rua Varandas para o Mar. No entanto, acredito que, no seu caso, e no mesmo local, escolhesse outro enquadramento, incluindo aquilo a que chama monstros e salientando o que têm de feio. São opções. É como diz aquele ditado: quando o poeta aponta a Lua, há quem só se lembre de olhar para o dedo.
A ficção é óptima para nos ajudar a enfrentar a realidade crua do dia a dia.
Ele
Concordo consigo. A tendência para apresentar o mundo como desavindo e desvairado, exagerando nas cores negras, desvalorizando sistematicamente o que é belo e bom, com a responsabilidade sempre convenientemente atribuída a terceiros, só pode ter essa função anestesiante. O facto dessa ladainha se repetir sempre na voz de cada geração em face da mudança de turno, atavismo duma sociedade rural onde era preciso avantajar a desgraça para minimizar o tributo, só reforça o papel do chorinho na redenção da culpa. Há uma diferença no entanto, decorrente da aceleração do tempo psicológico: os nossos antepassados Romanos choravam as glórias de gerações muito antigas, mas agora calha que a virtude tem perna curta: nascemos e o Mundo foi perfeito (o tal Paraíso), depois distraímo-nos e estragaram tudo — e tinha logo que acontecer no nosso tempo, já é azar!
(e muita coincidência também...)
Agradeço o comentário do Helder Lameiro.
Aproveito também para adiantar qualquer coisa ao comentário da Maria Elisa: o que me atraíu a tirar a fotografia não foi qualquer beleza selvagem, mas sim um ponto de vista de que eu não me recordava, sobre um local onde se viu um pouco da maldade humana, na tal era de antes do betão, exercida sobre gente desgraçada que ali praticava, por necessidade, a prostituição feminina e masculina. Sem mais pormenores.
Outra coisa que me atraíu a fotografar foi a horta que se encontra numa pequena plataforma sobre a praia, e que deve ter passado despercebida a muitos dos que olharam para a fotografia.
Finalmente, um fait-divers: não tinha pensado publicar esta fotografia: tem duas diagonais (da encosta e da palmeira) que se cruzam de uma forma pouco elegante; e pensei: isto até parece o símbolo dos Xutos. Mas quando cheguei ao fim do dia e não tinha outra fotografia recente, teve de ser.
Apesar das suas bonitas consideraçãoes, continuo a achar que a foto é redutora, não reproduzindo fielmente a realidade da paisagem que retrata. De qualquer forma, trata-se de uma fotografia bem conseguida. Vou até colocá-la como fundo no monitor do meu computador.
Ele
Não é relevante, mas creio que a palmeira não é " palmeira ", mas sim um tronco que emerge das piteiras.
JPA
Tem razão, é a florescência de uma piteira (agave americana), mas também tem a designação popular de palmeira. Era das folhas desta planta que se tirava a "pita", designação que depois passou para o fio de nylon. Batia-se com as folhas numa pedra, até sobrarem apenas os fortes filamentos, que eram depois entrançados.
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