[ blog©Sesimbra - clique para ampliar ]
Projecto para a Fonte da Telha.
É verdade, mas data do início dos anos 70 e não teve qualquer consequência — a não ser talvez um obscuro relacionamento com o roubo de parte do território de Sesimbra.
Esta imagem foi publicada no Jornal de Almada, com o objectivo de promover um tal "Centro Turístico Internacional da Costa", uma espécie de Torralta da Caparica, financiado através de pequenas poupanças. A verdade é que algumas pessoas (não se sabe quantas) adiantaram dinheiro para este projecto, que praticamente não saíu das páginas da imprensa.
O "aglomerado" da imagem seria o "Centro Cívico", e o jornal anunciava que teria "uma capacidade para 8 mil camas e parque para 4 a 5 mil veículos. Poderá servir 3 mil refeições simultaneamente. Na piscina monumental poderão tomar banho 4 mil banhistas. Os seus parques infantis poderão ser utilizados por mil crianças. Haverá uma emissora de T.V. privativa, em circuito fechado, para servir todos os sectores do centro cívico."
Já imaginaram? Quatro mil pessoas numa piscina e mil crianças num parque infantil! E tudo isto em cima da falésia, a norte da Lagoa, já a caminho da Fonte da Telha. Outra das ideias associadas a este projecto era o de transformar a Lagoa de Albufeira num porto oceânico. Mesmo nesse tempo, e nas páginas do mesmo jornal, houve vários artigos a criticar o projecto. Num deles afirmava-se que a sua construção representaria um "arboricídio", dado o número de árvores que seriam abatidas.
Foi precisamente esta zona da Fonte da Telha que foi retirada a Sesimbra e entregue a Almada. Nas páginas deste mesmo jornal de Almada encontramos vários artigos do sesimbrense Rafael Monteiro a contestar esse desvio de território, mas sem qualquer resultado, como é sabido.
2 Comentários:
qual era o promotor ? existem mais dados sobre esta "Torralta" da Fonte da Telha ?
As únicas referências que conheço são do Jornal de Almada, que fez uma cobertura bastante entusiástica desta iniciativa. O jornal até parecia o porta-voz do projecto de investimento, embora também tenha publicado artigos de contestação (num deles designa-se o abate de árvores implícito no projecto como um "arboricídio").
Da leitura desses artigos fiquei com a ideia de que os promotores avançaram para a divulgação do projecto sem terem garantido a viabilidade construtiva, talvez para que alguma "adesão popular" ajudasse a empurrar a monstruosidade. Mas em Abril de 1973 emitiram um comunicado patético, tentanto acalmar quem já lhes tinha entregue dinheiro.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial