João Cezimbra Jacques
"Indiático, pouca barba, a sua fisionomia tinha traços do silvícola nacional"; era ainda. "original, excêntrico, respeitável por todos os títulos, gozava de alta consideração no meio social.", segundo depoimento de um seu amigo.
Em 1867, com apenas 18 anos de idade e à revelia dos avós, alistou-se no 2º Regimento de Cavalaria, que passou a integrar o 3º Corpo do Exército Brasileiro que operou no Paraguai. Finda a guerra, retornou ao Brasil como 2º Cadete do 4º Regimento de Cavalaria, tendo sido condecorado com medalhas conferidas pelos governos do Brasil, Argentina e Uruguai.Ingressou depois na Escola Militar. Terminou a carreira militar activa no posto de Major, sendo postumamente elevado ao posto de Tenente-Coronel.
O pioneirismo de João Cezimbra Jacques revelou-se em diversas actividades e iniciativas. Integrou o elenco de intelectuais gaúchos que fundou a Academia de Letras do RS, onde ocupou a cadeira de Crítica e História. Fundou o Grémio Gaúcho, primeiro núcleo do culto sistematizado das tradições sul-riograndenses; foi um dos primeiros gaúchos a escrever sobre o problema social. Foi um dos fundadores do Partido Republicano no RS (1880). Fez parte dos primeiros adeptos do Positivismo: discípulo convicto de Augusto Comte, revela seus ideais em vários ensaios sobre política e assuntos locais.
Falava muito bem o Guarani e possuía bons conhecimentos do Caigangue, o que lhe permitia dialogar com representantes dessas tribos. Era uma espécie de cônsul dos aborígenes semi-civilizados. Entusiasta e excelente tocador de viola, era grande conhecedor das danças antigas, cujas características – coreografia, música e letra – recolheu nas suas andanças.
(Texto adaptado de Homenagem a João Cezimbra Jacques.)
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