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segunda-feira, junho 05, 2006

Duo Ouro Negro































































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Duo Ouro Negro
Muxima
Faleceu ontem Raul Indipwo, um dos fundadores, em 1959, juntamente com Milo MacMahon, do Duo Ouro Negro. Originários de Lubango (Milo) e Huíla-Cuanhama (Raul), escolheram o nome Ouro Negro porque designava tudo o que fosse excepcional: o petróleo, o café, ou um jogador de futebol fora de série.

O projecto deste grupo começou por se centrar no folclore angolano de várias etnias e línguas, e durante a década de 60 acabou por ser influenciado por diversas correntes musicais, nomeadamente os ritmos brasileiros e a música "pop". Na onda dos "ritmos de Verão", o Duo Ouro Negro ainda conseguiu alguma projecção com o lançamento do "kwela", no Verão de 1965. Entre as versões nacionais de músicas dos Beatles, destaca-se a sua "Agora Quero Ser Feliz" - "I Want To Hold Your Hand".

Com notáveis capacidades de composição e interpretação, o Duo Ouro Negro alcançou grande sucesso em Portugal e na Europa. No mítico Festival de Vilar de Mouros de 1971, actuou ao lado de Amália Rodrigues, Manfred Mann e Elton John: uma "mistura" só possível naqueles tempos de ecletismo e tolerância.

Uma tal diversidade e riqueza musical chocava com o cinzentismo da música "oficial" portuguesa, e o Duo Ouro Negro acabou por ver reduzida a sua presença nos palcos e na televisão portuguesa, embora continuasse o seu sucesso no estrangeiro. A seguir ao 25 de Abril de 1974 o grupo foi marginalizado como se tivesse pertencido ao denominado "nacional-cançonetismo". (leia mais)

Muxima, (com letra bilingue, em Português e Kimbundu, de Carlos Aniceto Vieira Dias) reporta-se ao santuário de Muxima, local onde se deu a fusão de cultos ancestrais com a mensagem católica. Conta a lenda que, naquela povoação da margem esquerda do rio Cuanza, no distrito de Bengo, se deram duas aparições da Virgem Maria, na primeira metade do século XVII. Em Kimbundu "muxima" significa "coração". (leia mais).

Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Muxima ue ue, muxima ue ue, muxima
Se uamgambé uamga uami
Gaungui beke muá santana
Se dizes que sou feiticeiro
Leva-me então a Santana
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Kuato dilagi mugibê
Lagi ni lagi kazókaua

Aproveito para recordar a memória de Dedé Rodrigues, o meu amigo dos tempos de escola, grande contador de histórias da música africana, desaparecido na voragem do vulcão angolano. Que é feito de ti, amigo Dedé?

Outras referências na blogosfera: Kurikutela, O meu tempo é quando, Mukankala, Passos em Ferreira, Muito cá de casa, Olho atento, A trompa, Hardmusica, Travessa do Ferreira, Escrita acordadora.


url do ficheiro musical (mp3):
http://asas.chrome.pt/sons/mp3/muxima.mp3
wma:
http://www.anos60.com/portugal/duo_ouro_negro/Muxima.wma
Crédito: Asas e Rádio Anos 60.

5 Comentários:

Às 5/6/06 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Boa memória! De facto, houve um período, a seguir à primeira actuação em Portugal - no cinema Roma - em que se transformaram num Trio, com a entrada de José Alves Monteiro, mas foi uma fase de curta duração.

Os "Rocks" do Eduardo Nascimento também são desse tempo, mas em 1966, quando o Duo Ouro Negro já actuava com sucesso em Paris, os Rocks limitavam-se ao circuito nocturno lisboeta, tendo ficado em 2º lugar, atrás dos Ekos, no "Grande Concurso Yé-Yé" do Teatro Monumental. Apenas o Eduardo Nascimento adquiriu aquela notoriedade, digna do Guiness, ao emocionar os portugueses com a maior calinada jamais ouvida na pronúncia de uma palavra portuguesa: o famigerado "oição!"... o qual se pode ouvir aqui:

http://www.anos60.com/portugal/vento.htm

 
Às 6/6/06 , Anonymous Anónimo disse...

É impressionante que mal se ouviu falar da morte de Raul. Nem homenagens nem ...nada.
É impossivel não nos recordarmos das reportagens em directo (desde a hora do acidente até ao último episódio em que entrou )da morte, funeral e homenagens a Francisco Adam, e não fazermos comparações.
è claro que este trágico acontecimento e consequente cobertura televisiva pecaram por excesso mas quanto ao Raul, foi tão ténue, tão ténue que...

 
Às 13/9/06 , Blogger Ó disse...

É incrível como só hoje cheguei aqui a este post. Sou um admirador deste Duo desde sempre, e reparei que o meu blog está referenciado aqui. Aproveito para dizer que o "Gin" (José Alves Monteiro), integrou o Ouro Negro após o regresso a Angola em 61, gravaram 5 EP's, com temas muito conhecidos como a célebre "Mãe Preta" do Piratini e Caco Velho (Brasil).
Neste momento estou a construir um blog inteiramente dedicado ao Duo, já agora aceito sugestões.

http://duoouronegro.blogspot.com/

Cumprimentos

 
Às 13/9/06 , Blogger Ó disse...

ps: O Raúl não era natural de Benguela (apesar de ter lá vivido a sua infância). Ele era natural da Chibia, na Huíla, mais precisamente no Cuanhama.

 
Às 14/9/06 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Obrigado pelos comentários. Já corrigi a informação relativa à origem do Raul.

 

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