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terça-feira, maio 16, 2006

Retrato de uma Vila Piscatória

De 17 de Maio a 24 de Junho decorrerá na Sociedade Nacional de Belas Artes uma exposição da fotógrafa canadiana Denyse Gérin-Lajoie, com o tema: "Sesimbra: Retrato de uma Vila Piscatória".

Os sesimbrenses já tiveram oportunidade de ver estas obras, pois creio que foi no âmbito da inauguração da Biblioteca Municipal de Sesimbra que esteve também em exposição uma "caixa" com fotografias a preto e branco de Denyse Gérin-Lajoie sobre a vila e a pesca, as quais, provavelmente, serão as mesmas desta exposição que agora se anuncia. Trata-se, de facto, de fotografias de grande qualidade.

O blogue Conversa... muita conversa, inclui um texto de Denyse Gérin-Lajoie sobre este projecto:
«Quando, há quinze anos, decidi partilhar a minha vida entre Montreal e Lisboa interessei-me fotograficamente por diferentes aspectos da vida portuguesa e em especial pela questão da pesca, questão que sempre me pareceu primordial na vida e na cultura dos portugueses. Uma região me apaixonou: Sesimbra. Ávida desta vila, onde jovens e adultos se dedicavam à pesca artesanal e onde os preparativos para as idas ao mar se desenrolavam nas próprias ruas, fasci­nou-me de maneira indescritível. [...] Dizem que Sesimbra foi em tempos um abrigo para piratas. Mas também foi de lá que parti­ram muitos dos barcos que levaram os portugueses até mares inóspitos e desconhecidos, assim como serviu de fortaleza estratégica, primordial nas lutas contra os inimigos, vindos por terra e por mar. Mas agora, na minha frente, ali estavam os homens que, desde tempos imemoráveis, arriscam a vida no mar e as mulheres que, desde sempre, ficam em terra à espera, abafando a angústia, esperando um regresso são e salvo, ambos, tanto eles como elas, vivendo simultanea­mente a tradição e a modernidade. [...] As pessoas na rua, o mercado, as lojas, os restaurantes e os cafés, as janelas floridas, por vezes com peixes pendurados a secar ou roupa estendida, ao Sol, nas cordas, formavam um quadro palpitante de vida e de cor. Vinda do Norte, tudo isto me parecia um sonho, inesquecível. Um verdadeiro espectáculo, uma imensa explosão de cores. Intrigava-me também a atmosfera muito especial que se desprendia deste canto do mundo que eu desconhecia e que encontrava pela primeira vez. Disse então para comigo: um dia voltarei para fotografar a vida desta radiosa vila.»

Pierre PerraultAo mesmo tempo decorrerá na Cinemateca Portuguesa um ciclo de dez fimes de Pierre Perrault, grande documentarista da pesca tradicional no Canadá. Serão projectadas as seguintes obras:
  • "Pour la Suite du Monde" - sobre os habitantes de Ille-aux-Coudres e a pesca do esturjão (17.Maio, 21.30h)
  • "Au Pays de Neuve-France" - 4 episódios de uma série televisiva, que passarão a 18 e 19 de Maio, às 19.30h e 22h.
  • "La Régne du Jour" - de novo com os habitantes de Ille-aux-Coudres: uma visita aos antepassados (23 Maio, 21.30h)
  • "Les Voitures d'Eau" - as "viaturas de água" são os barcos de Ille-aux-Coudres: construção e uso (25 Maio, 19.30h)
  • "Le Retour à la Terre" e Le Beau Plaisir"- (25 Maio, 20.00h)
  • "Le Pays de la Terre sans Arbres" - a caça ao caribu no nordeste do Canadá.(26 Maio, 19.30h)
  • "La Bête Lumineuse" - a caça ao alce (26 Maio, 22.00h)

    A Sociedade Nacional de Belas Artes e a Cinemateca Nacional ficam ambas na Rua Barata Salgueiro, em Lisboa (próximo do cimo da Avenida da Liberdade).

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