Estação dos telefones
Estação dos telefones da Anglo-Portuguese Telephone Company, Limited (APT), em Sesimbra, 1920. Localizava-se à entrada da vila e foi depois substituído por uma central telefónica automática.
A rua à esquerda da imagem é a que actualmente conduz ao Quartel dos Bombeiros. Ao fundo desta rua vislumbra-se um muro (portal?) ondulado, que é o mesmo que se pode ver nesta fotografia de obras do Quartel dos Bombeiros.
Era aqui que as "meninas dos telefones" faziam as ligações entre "assinantes", manipulando umas fichas que estabeleciam um verdadeiro circuito eléctrico entre os aparelhos. Era isto numa época em que os números de telefone podiam ser tão singelos como o "5", ou o "14". Por exemplo: o telefone público da "leitaria Brazil", no Largo da Marinha, tinha o número 27; a Fábrica do Gelo tinha o 23, e o produtor do vinho de pasto "Cezimbra" e da aguardente "Marítima", o sr. A. Pólvora, tinha o 6.
Em Junho de 1929 a escritora Fernanda de Castro publicou no Diário de Notícias uma crónica com o título "As meninas dos telefones", acompanhada de desenhos de Bernardo Marques. Eis um pequeno excerto, que encontrei no blogue Indústrias Culturais:
"- Está lá? Está lá? ... Não, não está, a menina do telefone foi atrás das vozes que dirigiu para Londres, para Berlim, para Paris; foi também viajar. Não fez as malas, não tomou o sud-express, não pôs os pés em nenhum transatlântico, não subiu em avião, mas já vai muito longe, já atravessou duas ou três fronteiras, já passou por duas ou três alfândegas. Pobres meninas dos telefones, que são as únicas meninas de Lisboa que não podem namorar ao telefone". |
1 Comentários:
E que tem isso a ver com as meninas dos telefones?
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