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terça-feira, abril 11, 2006

João Vasco

João vasco
 João Vasco

Tal como o Pedro, também gostei muito de assistir à represenção das peças de Gil Vicente, "Monólogo do Vaqueiro" e "Auto da Índia", por alunos finalistas da Escola de Teatro de Cascais, no átrio da Biblioteca.

João Vasco fez uma emocionada apresentação dos seus alunos e aproveitou para referir a grande qualidade do livro "Bonecas Russas", de António Cagica Rapaz, que ele lera recentemente.


"Cerimonial para um Combate" nos Bombeiros de Sesimbra, a 'preços populares' [clique]

O actor encontra-se muito ligado a Sesimbra, terra onde nasceu. A seguir ao 25 de Abril, João Vasco e o TEC apresentaram aqui diversas peças, em colaboração com a Associação Sesimbrense de Cultura Popular. Entre essas peças contaram-se "Fuenteovejuna" (de Lope de Vega, que o TEC estreara em Portugal em 1973) e "Cerimonial para um Combate" (de Claude Prin, estreada em 1975). Estas peças tinham encenação de Carlos Avilez.

João Vasco foi morar para Cascais com a família, aos 5 anos. Começou a representar quando ainda era aluno da Escola Marquês de Pombal. Tirou depois o Curso de Teatro do Conservatório Nacional, ao mesmo tempo que foi trabalhando no Teatro do Gerifalto, na Companhia de Orlando Vitorino, no Teatro Popular de Lisboa. Ainda estava no último ano do Conservatório quando foi convidado por Amélia Rey-Colaço para o Teatro Nacional.

No final do curso integrou o grupo que viria a dar origem ao Teatro Experimental de Cascais, com Carlos Avilez, Maria do Céu Guerra, Zita Duarte, Manuel Cavaco, Carlos Paredes e outros jovens artistas. Na sua longa carreira criou personagens memoráveis, tais como Galileu Galilei, a Nonna e Rei Lear. Aqueles que não o viram no teatro talvez se recordem dele na peça "A Maluquinha de Arroios", que o TEC levou à cena em 1966, mas que passou na televisão mais recentemente. João Vasco dirige actualmente, juntamente com Carlos Avilez (que também esteve no espectáculo da biblioteca), o Teatro Experimental de Cascais.

Notas:
Do elenco de "Cerimonial para um Combate" faziam parte João Vasco, Lígia Teles, Isabel de Castro, Marília Gama, Santos Manuel, Maria Albergaria, António Marques, António Feio e Fernando Gomes. No programa desta peça (veja-se a imagem de cima) podia ler-se, numa linguagem típica do PREC: "Colhamos os ensinamentos da Comuna de Paris e não deixemos a burguesia esmagar os nosso ideais perante a ameaça das suas armas e do seu poder económico".

Lembro-me, a propósito, de uma cena passada com Amândio Rodrigues, pescador e antigo membro dos Galés, num destes espectáculos, no salão dos Bombeiros, onde o TEC sempre representava.

No intervalo vi passar o senhor Amândio com ar de quem se ia embora. Estranhei, pois via-se que a peça estava a ser do agrado da assistência, e perguntei-lhe. "Eu, ir-me embora?" - retorquiu-me - "Então eu deixava lá a minha felicidade?"

E era verdade. Passado algum tempo, lá voltou para junto da sua Felicidade - que era o nome da mulher...

1 Comentários:

Às 17/4/06 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Tenho a certeza de que a referência elogiosa de João Vasco ao seu livro foi muito sincera e muito sentida, pois, como sabe, para além de o ter referido a todo o público que fora assistir ao teatro, e já em conversa mais restrita, colocou grande ênfase naquilo que mais o impressionara na leitura d'As Bonecas Russas, tendo comparado o livro com o romance "Afirma Pereira de António Trabucchi.

Foi uma tarde memorável. Relembrando os tempos em que o Teatro Experimental de Cascais vinha a Sesimbra, poder-se-ia dizer que foi uma tarde digna do tempo "em que os Vascos eram Joões", com a vantagem de este nosso Vasco o continuar a ser.

Creio, aliás, que haverá outras iniciativas culturais em Sesimbra a envolver este nosso conterrâneo. Seria muito bom, por exemplo, se o auditório do "João Mota" fosse estreado pelo João Vasco, como é aventado na entrevista que o actor deu ao Jornal de Sesimbra. Oxalá.

 

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