Memória
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Fotografei esta quinta, entre Sampaio e a Maçã, há uns 20 anos, ou mais. Ainda respirava um ar bucólico, mas terras e casa já se encontravam abandonadas. Ou talvez não: por detrás da palmeira distingue-se o que poderia ser uma courela recentemente lavrada.
A fotografia de baixo foi tirada hoje. Uma grande urbanização ocupa já a maior parte do solo, engolindo as ruínas que, recuperadas ou não, hão-de servir de "memória", ou melhor, hão-de servir para acalmar a nossa má consciência.
Compare as edificações: antes e depois.
4 Comentários:
Desculpe lá, mas isso fica na Maçã.
Está desculpado.
Em nome de quê j.a.?
Onde está a má consciência?
O problema, é que à quem desconheça o que é consciência.
As fotos, cuja publicação agradeço, falam alto no seu silêncio ensurdecedor.
A má consciência (no sentido de uma culpa mal assumida), na minha interpretação, está em reconhecer que há algo de valor que se destrói (= culpa + remorso), e resolver o problema mantendo uns vestígios, uns "restos" da realidade anterior que supostamente ficam como "memória" desse passado (= remissão).
Sempre existe alguma consciência, pois a sua ausência traduzir-se-ia em simplesmente arrasar tudo.
Estou a falar da sociedade e não de indivíduos. É a sociedade que privilegia a construção destas urbanizações, arrasando as anteriores formas de ocupação do território, mantendo umas "memórias", como aconteceu com a chaminé de uma antiga fabriqueta que foi mantida em Santana. Noutras zonas já tenho visto restos de aquedutos, noras, poços, pórticos, etc, perdidos no meio das urbanizações, em geral fazendo ali uma triste figura.
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