(...) Eu sei barquinha que o que és na realidade é um abraço de saudade das gentes de Portugal És linda Senhora de Aparecida pequena jóia mais querida mas imensa de emoções Tão bela com o vento que sopra nas velas desta Sesimbra singela leva os nossos corações. |
interpretada pelos "Nova Galé", dedicada à
barca Nossa Senhora da Aparecida
4 Comentários:
Como sesimbrense devo dizer que sinto orgulho na "nossa Barca" que muitas vezes contemplei, e que me levava a pensar na aventura que a viagem representava. Assisti com muito prazer á sua saída, e , confesso, que ainda hoje, quando percorro o pontão e olho o sitío que serviu de ancoradouro na marina do clube naval, sinto alguma nostalgia por saber que a Nossa Srª da Aparecida não mais voltará ao ponto de partida.
Foi com satisfação que acabei de saber através deste blog , cuja pontualidade da notícia se saúda, que esta longa etapa terminou ontem com sucesso.
Parabéns aos navegadores pela coragem demonstrada, e , também á Nova Galé e ao Reinaldo pela composição excelente da música dedicada á Barca Nossa Srª da Aparecida.
Muito bem.
Esta é uma notícia que faz bem a Sesimbra.
Volto a insistir na medalha!O Sr. João devia propor à Câmara. E Já agora...onde está a notícia do feito na televisão?? Ah, é verdade com os guiness de qualquer coisa, tipo bolos rei e coisas do género. Lamentavel. Devia ser transmitido em directo.
Bem, Urban@, a proposta já está feita: foi você que a fez. E eu apoio, claro. E até acrescentei uma outra proposta: que se tente que a barca volte para Sesimbra. Não sei se isso é fácil, mas sempre se pode tentar.
Mas, tal como já escrevi noutra entrada, e muito bem como salienta, este feito vai provavelmente diluir-se no ruído geral, entre a desatenção de uns e a sobranceria de outros.
Não se deve menosprezar a coragem revelada pelos participantes nesta viagem. A barca de Sesimbra, ainda que descenda de barcos que participaram nas Descobertas, não é apropriada para longas viagens oceânicas. Mesmo próximo da nossa costa, basta a normal ondulação oceânica de um dia calmo para nos fazer sentir muito pequeninos, dentro de uma embarcação como a Nossa Senhora da Aparecida. É certo que a barca ia equipada com modernos equipamentos de navegação e de socorro, mas há sempre um risco grande nestas viagens, particularmente por se atravessarem zonas onde se podem levantar temporais súbitos e imprevisíveis.
Mas, mesmo assim, creio que a importância da viagem reside mais no seu valor simbólico, fazendo lembrar o papel que a navegação de pesca e comercial - e Sesimbra teve ambas - teve na conquista dos oceanos e nas Descobertas.
Não sei se foi uma barca de Sesimbra na frota de Cabral. Poderia até ter ido, como embarcação de apoio, e não ficar registada nas crónicas, reservadas aos fidalgos. Atente-se no caso da barca de Sesimbra que acompanhou Catarina de Bragança a Inglaterra, em 1662, e que só acidentalmente ficou na história por ter vencido uma regata ao rei inglês, Carlos II.
Mas os historiadores admitem que as incursões dos pescadores e comerciantes tenham antecipado algumas das viagens e descobertas que, posteriormente, viriam a ficar registadas para a história, apenas quando repetidas por embarcações oficiais e comandadas por fidalgos.
Hoje é impossível fazer prova dessas pré-descobertas, embora muitas das incongruências e hiatos da história oficial se possam completar com as navegações do povo miúdo. Mas é possível fazer a prova que Alexandre Holstein e os seus camaradas acabam de realizar: mostrando que uma modesta barca de pesca pode fazer a viagem, e que há gente disposta a fazê-lo, sem outro objectivo ou ganho que não seja esse: fazer lembrar, render homenagem aos antepassados, reconquistar o orgulho de ser capaz.
Compreenderão os sesimbrenses a importância desta viagem? Desejo e espero que sim.
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