O Central
«[...] De Inverno, o Central era a atmosfera acolhedora dos domingos de manhã, o vozeirão do doutor Maurício, o perfume do café, a barbinha feita, um certo ar de festa, a voltinha ao Espadarte, a visita ao mar. «De Verão, era a sombra do Grémio e das árvores, a animação da esplanada, o colorido dos chapéus de sol, o bailado incessante das bandejas com imperiais e bicas, ao despique com o cafezinho do Damião. A esplanada era ainda o tempo adormecido, entre as rendas das senhoras e a conversa arrastada, na amenidade do crepúsculo. «O Central era o coração de Sesimbra, degradou-se com o tempo, perdeu nobreza e dignidade, está cansado, arrasta-se como os últimos passos do sô Zé, carregados de melancolia. «Mas será sempre o Central. E lá ficou um pedaço de mim...» "O Central" (1981) |
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