Apanha de algas
A revista National Geographic de Maio inclui uma reportagem sobre a apanha de algas na costa portuguesa, com texto e fotografias de Luís Quinta:
"Em meados do século passado, “havia tanta alga que, depois de uma maresia, ela dava à costa em grandes quantidades. De tal forma que chegaram a andar cerca de trezentas pessoas nestes areais a apanhar alga”, conta José Fortuna, um apanhador de alga de Sesimbra que hoje vive de memórias. “Quando a maré estava vazia, havia quem as apanhasse nas poças. Contavam-se pelos dedos os homens que então mergulhavam”, relembra.Leia a reportagem no site da National Geographic, onde se podem ver mais fotos de Luís Quinta.
Trabalho duro, para homens de barba rija, a apanha de algas tem decaído progressivamente. O esforço é hercúleo, o dinheiro vai compensando cada vez menos. Nos areais vazios de Sesimbra, a mera evocação do mergulho nestas águas geladas provoca arrepios. Desde sempre que, em zonas piscatórias como nesta vila a sul de Lisboa, a época da apanha de algas se dispersou entre Junho e finais de Novembro, dependendo da área da costa portuguesa e do desenvolvimento das algas. Em 2004, as zonas actuais de referência da actividade estavam instaladas na costa vicentina e em São Martinho do Porto. Em Sesimbra, as algas demasiado pequenas dos últimos anos não têm justificado a apanha.
A missão é diabolicamente simples: apanhar algas. Todavia, os procedimentos desta actividade exigem coragem, improviso e força física. É por isso que vim a Sesimbra, onde observo estes lobos do mar em acção, espécie em extinção de heróis humanos sem público nem holofotes."
1 Comentários:
Para além de gostar particularmente de Sesimbra onde passei muitas férias quando era miúdo e gostava de ver os Espadartes em exposição sensivelmente em frente do Hotel Espadarte, e onde vou muita vez, delicio-me a ouvir as histórias dos antigos pescadores...
Uma maravilha!
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial