Um sesimbrense em Potosi
No arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros encontra-se um documento da autoria de Lourenço Furtado de Mendonça, natural de Sesimbra, impresso em Madrid em 1630 e com o seguinte título:
«SVPLICACION A SV MAGESTAD CATOLICA del Rey nuestro señor, que Dios guarde. Ante sus Reales Consejos de Portugal y de las Indias, en defensa de los Portugueses. Por el Doctor Lorenço de Mendoça Presbitero, natural de la villa de Cezimbra, Arçobispado de Lisboa, y Maestrazgo de Santiago en el Reyno de Portugal, y Comissario del santo Officio en la villa Imperial de Potosi por la suprema y general Inquisicion.»Nesta data Portugal e o seu império encontravam-se sob dominação espanhola. A vila de Potosi - actualmente cidade da Bolívia - era nessa época um importante centro administrativo do império hispânico; grande e mítico centro produtor de prata, era ali que se cunhavam as famosas moedas destinadas a circular no império.
Fundada em 1545, logo após a descoberta pelos espanhóis das suas minas de prata, Potosi tornou-se rapidamente no maior produtor mundial de prata, bem como numa das povoações mais prósperas e com maior número de habitantes do mundo. Situada na cordilheira ocidental dos Andes a mais de 4 mil metros de altitude, é a cidade mais alta do mundo, tendo actualmente 110 mil habitantes. É, ainda hoje, um importante centro mineiro [ver ver foto]. Em 1987 foi declarada pela Unesco "Património da Humanidade".
2 Comentários:
Era mesmo só o que faltava. Sabermos que houve um Pexito Inquisidor.
Assim, compreendemos, mais uma vez, que as coisas não acontecem por acaso. Raul Brandão já escrevia que a raça pexita era... diferente.
J.A., parabéns pela investigação, pelo trabalho. E é deste tipo de trabalho que Portugal, também, precisa.
Ass.Farol do Cabo
Atenção que nós temos uma noção distorcida da Inquisição, como se fosse meramente uma espécie de PIDE. É evidente que os espisódios da contra-reforma e da perseguição dos judeus são abomináveis, mas a Inquisição desempenhava igualmente um papel de policiamento dos costumes (como hoje faz a Judiciária, por exemplo) e, por isso, não é justo associar qualquer funcionário da Inquisição a essa imagem pidesca.
O Infante D. Henrique, por exemplo, era também Inquisidor-Mor do Reino - e não deixa de ser um herói para os portugueses.
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