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quinta-feira, maio 19, 2005

Anúncios (II)




Dos tempos em que o número de telefone podia ser o "23", ou o "6".

" - Menina, ligue-me ao 7, faça favor."
" - Um momento, não desligue..."
     ...
" - ... O 7 não responde."
" - Então ligue-me ao 8."
" - Um momento, não desligue."

4 Comentários:

Às 20/5/05 , Anonymous Anónimo disse...

E dos tempos em que ainda havia comércio vivo.

Ass.Farol do Cabo

 
Às 20/5/05 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

Querem lá ver agora que já não há comércio em Sesimbra ?

É certo que se estão constantemente a fazer previsões de que o comércio vai morrer: porque não há estacionamento... porque as grandes superfícies coisa e tal... Mas lá que há, há! As lojas do pequeno comércio continuam abertas, embora sujeitas às vicissitudes da alteração dos hábitos de consumo e da própria concorrência.

Eu divirto-me imenso sempre que ouço duas pessoas a calhandrar nestes termos: "ai, isto está muito mal...", "ai, ninguém faz nada...", "ai, está tudo morto"... (diz uma), "ai, é verdade, e o que não está morto, está a morrer" (adianta a outra).

Em adolescente vi no João Mota um filme que tinha umas inesquecíveis cenas em que um jovem ia comer a casa da namorada, e o pai desta dizia-lhe sempre: "olha para isto, ele não come nada, parece um passarinho a comer!" Um dia, farto daquela conversa, o jovem sentou-se à mesa e encheu o prato com uma enorme quantidade de comida, um exagero mesmo; quando o pai chegou, olhou para ele e disse: "é o que eu digo, não come nada, parece um passarinho!"

Assim são as pessoas: formam as suas crenças e não há factos que as façam mudar de opinião - uma vez que seja! Eu até acho bem; desde que se sintam felizes. Quanto a mim, divirto-me, é quanto basta.

Caro Farol do Cabo: eu até podia colocar aqui uma lista do comércio existente em Sesimbra, daquele que me lembro de memória. Um deles, por curiosidade, é até um dos que está no anúncio de 1934: a loja do Adelino.

Mas para quê? Você olhava para a lista, como o pai da outra, e dizia: "está tudo morto, e se não está morto, está a morrer!"

Farolices!...

 
Às 20/5/05 , Anonymous Anónimo disse...

O comércio é uma exploração destinada a ter lucros, maiores ou menores, mas lucros. Na generalidade, o que aqui vemos é um tipo de negócio, digamos de subsistência, em que pai, mãe e filhos ezploram um tipo de comércio em que vão vivendo, o dia a dia, com o que existe em caixa no final do dia. Penso e o J.A. deve saber muito melhor do que eu, que isto não é, economicamente, saudável.
Ao dar ao voltinha, todos podemos constatar que é assim que o nosso comércio vive, infelizmente. Quanto a exemplos, como explica que o C.C.Oficina esteja fechado às 20 horas quando as suas lojas tem autorização para estar abertas até às 24 horas? E não é que , ao domingo, nem sequer abre? Não é estranho? Quanto à loja do Adelino, com mais de 20 empregados em 25/4/74, quantos tem hoje? E ouvi dizer que um dos sócios deixou o balcão para se dedicar à actividade piscatória (é uma calhandrice).
O que me parece que está a crescer e muito é o comércio bancário a cobrar juros devedores às contas dos nossos comerciantes.
E para terminar, gostaria imenso de ver a tal lista do comércio com sucesso financeiro e como entidade empregadora. Já agora.
Mas estamos de acordo em defender a nossa terra. Que Sesimbra ande para a frente, com paninhos quentes ou com choques da realidade dos dias correntes.
É como o "outro" diz: Peixe há, não há é caixas.

Ass.Farol do Cabo (das tormentas)

 
Às 21/5/05 , Blogger Joao Augusto Aldeia disse...

A questão que coloca é interessante. O comércio dito "familiar", tradicional, tem normalmente uma característica pouco empreendedora; o objectivo costuma ser a manutenção de um determinado nível de rendimento, usualmente superior à média (mas não muito); este tipo de comerciante costuma ficar satisfeito com a manutenção da situação, não arriscando novos investimentos, funcionando o seu estabelecimento como uma espécie de "emprego" para toda a vida.

Actualmente valoriza-se mais o empresário "empreendedor", que está sempre à procura de novas oportunidades de crescimento e de negócio; este tipo de empresário está sempre disposto a arriscar e, na altura em que um determinado negócio estabiliza, costuma partir para outras iniciativas.

Qual o tipo de comércio desejável ? A resposta não é fácil. O primeiro caso correponde ao modelo de vida que conhecemos no passado, onde as mudanças ocorriam mais lentamente; todos nos conhecíamos e isso contribuía para a coesão social. Os próprios estabelecimentos comerciais eram referências que favoreciam a identidade social da vila e dos seus habitantes.

O comércio empreendedor correponde aos tempos modernos, de aumento da concorrência e da competitividade, mas também das mudanças bruscas: maior número de falências e até de substituição de certas actividades comerciais viáveis por outras que se apresentam com maior agressividade. Neste caso, o dinamismo económico é mais acentuado, a inovação ocorre mais rapidamente e, como consumidores, somos favorecidos: teremos maior diversidade de produtos e em melhores condições. Mas, como moradores e cidadãos, somos prejudicados: o comércio deixa de ter a função social dos estabelecimentos tradicionais, as pessoas não se conhecem e não se identificam, predominando o anonimato e o consumismo.

Este problema tenderá a acentuar-se com a diminuição, na vila, do peso relativo de moradores sesimbrenses e aumento dos residentes sazonais, forasteiros, já que as necessidades de consumo de uns e outros são diferentes.

Reconheço, pois, que há aqui um problema, mas não é que o comércio esteja morto, pelo contrário. O dinamismo existente é que pode não ser interessante.

 

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