Tudo o imprescindível para uma taverna, as garçometes , as garrafas, a prateleira e os copos, o calendário com A Virgem e o sorriso da mulheres . Mais o que verdadeiramente dá empacotamento à foto é o gato.
O giro destas tabernas também era a vitrine (que está à esquerda na imagem)onde havia sempre ovos cozidos em cima de sal e queijos. Tempos felizes de cheiros a...a tudo.sem ASAEs assépticas.
De notar ainda a telefonia, à esquerda, e o ferro de engomar sobre o balcão.
A atitude do gato é curiosa. Talvez se deva ao seguinte: a senhora da direita deve ter acabado de limpar o balcão, talvez à pressa, para a fotografia, e parece estar a tentar esconder o pano, mas esse gesto deve ter despertado a atenção do gato — sendo os gatos extremamente curiosos.
As fotografias normalmente congelam um instante, não se sabendo o que se passou antes ou depois mas, neste caso, a atitude do gato desvenda, talvez, um pouco do passado.
As prateleiras ao fundo, formando um género de pirâmide, parecem ter garrafas de vinho no cimo. Mais abaixo, um relógio e garrafas já encetadas, que se destinariam a servir a copo: aguardentes, licores, ginginhas... Seguem-se uns frascos, de conteúdo mais difícil de adivinhar: à esquerda talvez sejam rebuçados. Descendo mais um pouco, encontram-se certamente caixas de fósforos, e talvez cigarros, ou mortalhas. Finalmente, à direita, parcialmente ocultada por uma das senhoras, encontra-se uma pipa de vinho, encimada pelo funil de enchimento; próxima, suspensa da prateleira está uma medida (e outra mais acima, no canto). Na parede do lado direito, a torneira da água e uma parada de copos.
Na prateleira do lado esquerdo, a seguir à telefonia, há umas garrafas vazias, certamente para avio de vinho: vasilhame reutilizável, como agora se diz. Há ainda uns copos grandes, talvez umas canecas.
Quanto à vitrina a que se refere a Maria Manuel, é provável que fosse um pequeno armário de madeira, com rede a proteger o interior visível. Talvez contivesse também torresmos, acompanhamento usual do tintol das tabernas.
Sesimbra, por fora e por dentro: as grutas, a fauna cavernícola e a sua ecologia
Ana Sofia Reboleira, Fernando Correia
"Povoadas por inúmeras lendas e mitos, as grutas são cápsulas do tempo que conservam importantes registos para a construção da nossa identidade, dado que os seres humanos aqui se abrigaram nos princípios da humanidade e deixaram vestígios pré-históricos para memória futura da sua presença", explica Sofia Reboleira. "Mas, talvez mais importante que o passado, é dar a saber que estas albergam hoje estranhas formas de vida, permitindo reinterpretar a história da vida na terra e de como ela se transforma para sobreviver em ambientes tão inóspitos e extremos.", afirma ainda a especialista em fauna cavernícola.
"Exatamente por o tema ser tão singular e estranho, tivemos especial cuidado em criar e estruturar esta obra segundo uma linguagem acessível e motivadora, embora funcional e construtiva no edificar de um saber especial", argumenta Fernando Correia. O responsável pela ilustração da obra salienta: "Fizemos um grande esforço para que isso mesmo sobressaísse quer no discurso escrito, quer ao nível visual, por forma a impulsionar a leitura, e, de caminho, ajudar também a promover a exploração do concelho sob outros olhos. Procurámos construir um livro que cativasse e ensinasse de forma entusiástica — mas sem que pareça uma lição ou sem perder a necessária objectividade e correção científica — e onde a forma como se divulga a Ciência mais atual seja a adequada para a multitude de públicos a que a destinámos."
Além do especial cuidado dedicado ao texto escrito por ambos os biólogos (que contempla várias investigações desenvolvidas no concelho), foi feito um grande esforço para ilustrar profusamente o livro com imagens também inéditas, fotografias e ilustrações, esteticamente interessantes e sumamente didáticas (ao qual se adiciona um design sóbrio, mas fluido).
De realçar que as ilustrações são ilustrações científicas e, como tal, criadas propositadamente para complementar e, às vezes, suplementar, o discurso científico da obra, tornando-a, na perspectiva de um todo, muito mais completo e instigante à descoberta.
Os homens do mar de Sesimbra são sábios. Sempre souberam transmitir o seu conhecimento aos aprendizes atentos, aos capazes,
como escreveu Álvaro Ribeiro, de aceitar a audiência antes da evidência. Grau a grau, ou degrau a degrau, se ascende de moço a arrais, passando por companheiro.
Rafael Monteiro
★
Gama, Cão ou Zarco
Não nasceram aqui.
Quem nasceu aqui foi o barco.
António Telmo
Marés em Sesimbra / Tide table [ mare.frbateaux.net ]
Fotos TrekEarth Photos.
Pesqueiros de Sesimbra (fishing sites)
6 Comentários:
Antiga e diferente de outras tabernas, normalmente "cheia" de homens, com pelo menos um barril de bebida algures na sala,...
Muito boa fotografia.
Tudo o imprescindível para uma taverna, as garçometes , as garrafas, a prateleira e os copos, o calendário com A Virgem e o sorriso da mulheres .
Mais o que verdadeiramente dá empacotamento à foto é o gato.
Muito boa a foto e magnífico o blog
parabéns
O giro destas tabernas também era a vitrine (que está à esquerda na imagem)onde havia sempre ovos cozidos em cima de sal e queijos. Tempos felizes de cheiros a...a tudo.sem ASAEs assépticas.
Maria Manuel
Boa fotografia !!!!
De notar ainda a telefonia, à esquerda, e o ferro de engomar sobre o balcão.
A atitude do gato é curiosa. Talvez se deva ao seguinte: a senhora da direita deve ter acabado de limpar o balcão, talvez à pressa, para a fotografia, e parece estar a tentar esconder o pano, mas esse gesto deve ter despertado a atenção do gato — sendo os gatos extremamente curiosos.
As fotografias normalmente congelam um instante, não se sabendo o que se passou antes ou depois mas, neste caso, a atitude do gato desvenda, talvez, um pouco do passado.
As prateleiras ao fundo, formando um género de pirâmide, parecem ter garrafas de vinho no cimo. Mais abaixo, um relógio e garrafas já encetadas, que se destinariam a servir a copo: aguardentes, licores, ginginhas... Seguem-se uns frascos, de conteúdo mais difícil de adivinhar: à esquerda talvez sejam rebuçados. Descendo mais um pouco, encontram-se certamente caixas de fósforos, e talvez cigarros, ou mortalhas. Finalmente, à direita, parcialmente ocultada por uma das senhoras, encontra-se uma pipa de vinho, encimada pelo funil de enchimento; próxima, suspensa da prateleira está uma medida (e outra mais acima, no canto). Na parede do lado direito, a torneira da água e uma parada de copos.
Na prateleira do lado esquerdo, a seguir à telefonia, há umas garrafas vazias, certamente para avio de vinho: vasilhame reutilizável, como agora se diz. Há ainda uns copos grandes, talvez umas canecas.
Quanto à vitrina a que se refere a Maria Manuel, é provável que fosse um pequeno armário de madeira, com rede a proteger o interior visível. Talvez contivesse também torresmos, acompanhamento usual do tintol das tabernas.
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