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Em Janeiro de 1949 iniciou-se a campanha eleitoral para a Presidência da República, com dois candidatos: Óscar Carmona pelo Regime, Norton de Matos pela Oposição (a qual, em Sesimbra, agregava nomes como Manuel José Pereira, Romeu Embaixador e João da Luz, redactor d'O Sesimbrense). No dia 19 realizou-se no Salão Recreio Popular uma sessão da Oposição. Poucos dias depois foram inauguradas mais 36 casas no Bairro dos Pescadores, com a presença do sub-secretário das Corporações e de Henrique Tenreiro, presidente das Casas dos Pescadores. O Sesimbrense deu exactamente o mesmo relevo aos dois eventos, relegados para modestas notícias nas páginas interiores. Mais tarde o jornal dirá que agiu assim porque ambos tinham sido "acções de propaganda". A reacção dos situacionistas surgiu sob a forma de um novo jornal, A Voz de Sesimbra, publicado por Manuel S. Cachão, vice-presidente da Câmara. Nas suas 4 páginas não há uma única frase de propaganda a Óscar Carmona, mas sim uma forte defesa dos ideais nacionalistas e da Mocidade Portuguesa — que tinha sido atacada na sessão da Oposição pelo estudante Alexandre Castanheira — e a transcrição integral do discurso do presidente da Câmara, José Braz Roquette, na cerimónia do Bairro dos Pescadores. Os artigos mais violentos têm a marca de Rafael Monteiro («Salientamos que, para honra nossa, nenhum sesimbrense discursou na sessão comunista do Cinema»), mas há também um artigo do jovem estudante Eduardo Pereira, com votos para que «nestas colunas vejamos, dentro em breve, focados os problemas desta terra», sem, contudo, tomar directamente partido na acesa polémica. O jornal saiu a 12 de Fevereiro, véspera das eleições. Nesse mesmo dia Norton de Matos decidiu não ir às urnas. Carmona foi eleito. E A Voz de Sesimbra nunca mais se fez ouvir. |
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